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Crônicas e Artigos
Ano 4 - N° 168 - 25 de Julho de 2010

JOSÉ SOLA
jose_sola@terra.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 

     Existem almas gêmeas?


Alguns confrades encontram uma dificuldade imensa, em aceitar a existência das almas gêmeas. Esta dificuldade acontece, pelo fato de nos demorarmos ainda presos à letra, então, fica realmente difícil entender esta possibilidade.

Almas gêmeas não são como corpos gêmeos, pois os gêmeos vitelinos são uma clonagem natural, é a duplicação de uma única célula, formando dois corpos, tampouco são corpos gêmeos, resultantes da fecundação de dois óvulos.

A expressão alma gêmea é uma metáfora, pois não aconteceu uma clonagem, nos primórdios de nossa criação, quando concebidos por Deus como seres inteligentes; não se fez a duplicação da substância, ou centelha divina, que é o plasma  do Criador, tampouco houve dois espermatozóides masculinos, fecundando dois óvulos femininos, nas origens  da criação; somos centelhas divinas de Deus, cada Espírito guarda sua individualidade inviolável.

A expressão “alma gêmea” caracteriza uma afinidade específica entre dois seres, um complementa o outro, guardando, entretanto, sua individualidade, e vivendo mesmo uma evolução diferente, a maior parte das vezes, basta lembrarmo-nos de Emmanuel e Carlos Klenaghan, pois Lívia e Alcíone são de uma evolução muito maior que as deles.

Fossem um Espírito único desmembrado, e na simbiose em que se demoram, vivendo um para o outro com infinito amor, aconteceria automaticamente a transferência de sentimentos, de vibrações, equalizando a vida de ambos, pois como entender uma postura em que amamos infinitamente alguém e podemos transferir nossa felicidade ao outro, e não o fazemos?

Não podemos afirmar que o parceiro mais evoluído é mais velho espiritualmente, e, vice-versa, tampouco podemos afirmar que fomos concebidos no mesmo momento, pois em nossa caminhada evolutiva temos o livre-arbítrio, que nos outorga o direito de caminhar com segurança em nossa evolução, ou retardar nosso progresso, na ascensão que nos está reservada na eternidade; seria infantilidade de nossa parte pretender afirmar algo a esse respeito.

Tampouco podemos assegurar seja esta afinidade infinita, exclusivamente, a resultante da vivencia entre dois seres através das reencarnações percorridas em comum, pois, na caminhada evolutiva, reencarnamos em parceria matrimonial, junto com outros Espíritos, o que nos leva a questionar: qual o motivo que nos levou a fazer esta seletividade tão especifica?

Como não acreditamos na casualidade, pois cremos que tudo na vida obedece a um determino de Deus, somos levados a crer, tragamos em nossas almas uma magia especifica, tão especifica como os hormônios segregados pela hipófise, que embora percorra o sistema sanguíneo, que banha e alimenta todas as glândulas do sistema endócrino, vai sensibilizar especificamente aquela para a qual foi segregado.

Alguns confrades me questionarão, mas não temos o livre-arbítrio? Não seria isto uma fatalidade impositiva da parte do Criador?

Temos o livre-arbítrio sim, tanto é que, mesmo existindo esta magia, nos demoramos por um período vasto de tempo, preferindo as paixões torpes, escolhendo a poligamia, embora convivamos em muitas oportunidades com aquele ou aquela, para quem estejamos designados. Comumente temos a percepção de nos pertencermos, nos alvores de nosso despertar para a realidade da vida, e quase sempre é o aguilhão sagrado da dor que rompe o véu da matéria, e nos acorda para essa realidade divina.

Lembramos, ainda, que não nos pertencemos como um objeto de que nos apossamos, pois temos nosso livre-arbítrio, nossa individualidade; nos pertencemos por doação, pois, amando-nos, nos doamos um ao outro. Entretanto, nossa personalidade, nossos anseios e atitudes são individuais, não se identificam; em outras palavras, nossas almas gêmeas não estão subjugadas à nossa vontade, não são reprodução espelho de nossas vidas, nós as compreendemos em sua individualidade, em seu modo de ser, e vice-versa.

Com certeza ainda haverá aqueles que dirão, mas esse determinismo é uma fatalidade, sim, é, mas a evolução do ser a caminho da luz e da felicidade é uma fatalidade, entretanto, esta fatalidade absorve o livre-arbítrio, permitindo-lhe se manifeste, pois o próprio livre-arbítrio, vivido da parte dos Espíritos, na escolha dos caminhos mais variados e diversos, os conduz para a perfeição. 

Se acreditássemos que a escolha de nossa alma gêmea fosse a resultante única das experiências por nós vividas, através das reencarnações diversas por que passamos, convivendo com diversos parceiros do sexo oposto, estaríamos aceitando a casualidade, e teremos ainda que admitir que a diferença existente entre a alma gêmea de nossas vidas, das demais, não seria tão intensa como o é; qual é o motivo deste algo mais que encontramos na alma eleita?

Alguns confrades não conseguem aceitar a possibilidade das almas gêmeas, outros a aceitam, mas de maneira equivocada, pois acreditam que as almas gêmeas são raras, sem se aperceberem que com esta crença aceitam a teoria da casualidade, pois, sendo um determinismo de Deus na vida, não pode acontecer de maneira esporádica, assim fosse e Deus seria parcial, teria privilegiados. Por que uns teriam esta bênção e outros não?

Sem duvida alguma, alguém me dirá: mas os que não tiverem o amor de uma alma gêmea terão o amor de amigos, de pais, de uma mãe, e, pelo que apreendemos, o amor de mãe é o amor maior da vida.

Realmente todos nós temos amores outros diversos, e especialmente o amor de mãe que, sem duvida alguma, é maravilhoso, mas não podemos nos esquecer de que quem acordou para a sensibilidade de ter uma alma gêmea também tem um amor de mãe; quem não  tivesse sua alma gêmea estaria ainda em desvantagem.

Todos têm uma alma gêmea, pois se alma gêmea fosse privilégio de alguns, a Lei Divina se veria comprometida, não seria equitativa; por que um feliz para sempre para uns e não para outros?

O que é realmente difícil é a concepção de que somos alma gêmea de alguém, pois essa percepção a vivemos depois de havermos dominado os sentidos mais animalizados, depois de havermos superado as paixões torpes, ou seja, a paixão pela carne, pois Emmanuel e Carlos Klenaghan, quando encarnados junto a suas almas gêmeas, não tiveram a sensibilidade de se aperceberem estar diante das deusas de suas vidas; as queriam, as desejavam, sim, mas não viviam ainda a percepção daquele algo mais, daquela magia divina, que somente depois de haverem passado pelo crisol da dor é que estariam se apercebendo.

Alguns confrades distraídos afirmam que Emmanuel se equivocou quando apresentou a teoria das almas gêmeas, mas é preciso tomar muito cuidado ao fazer esta afirmativa, pois o mentor de Chico Xavier foi junto ao médium o dirigente de um movimento que revolucionaria o conceito espírita no Brasil.

Perguntamos: Emmanuel estava sozinho à frente desse movimento?

Pelo que temos visto através de informações que nos foram passadas por Humberto de Campos, em seu livro "Brasil Coração do Mundo e Pátria do Evangelho", o Anjo Ismael está na direção de nossa pátria, e sendo o Espiritismo o Consolador prometido por Jesus, ele e o próprio Kardec, sob os auspícios do Mestre divino, sem dúvida alguma, deram apoio a Emmanuel no trabalho de difusão do Espiritismo no Brasil, pois, apesar da superioridade de Emmanuel, não dá para acreditar fosse Ele o único responsável pelo trabalho maravilhoso que desenvolveu junto com seu médium, trabalho este que divulgou o Espiritismo, no Brasil e no mundo. 

Antes de Emmanuel, o vocábulo alma gêmea era tido como uma ficção; era apenas poesia de que bem poucos poetas se utilizavam. Emmanuel demonstrou esta possibilidade, enfatizando mesmo a questão das almas gêmeas, pois, em seu livro "Há Dois mil Anos", ele não fez uma alocução rápida da questão, apresentou a novidade, detalhou mesmo esta possibilidade, e eu pergunto: Apaixonado como  deixou claro ser, Emmanuel antes de escrever este livro nunca comentou com Flamínio, com outros amigos seus na caminhada gloriosa que vinha fazendo? E mais, o próprio Anjo Ismael não se apercebeu jamais dessa paixão divina que foi sempre tão transparente?

A lógica nos diz que sim, e uma lógica ainda maior nos leva a pensar: havendo  Emmanuel escrito o livro "Há Dois Mil Anos" e havendo-se enganado, como o pretendem alguns confrades, não foi alertado por nenhum de seus amigos da espiritualidade. Eles se aperceberam do engano, mas usaram esta postura; viram que ele se enganou, mas deixaram quieto. Ora, essa atitude é coisa de Espíritos ainda imperfeitos, da mesma forma que nos demoramos quando notamos o engano de um amigo e lhe passamos a mão na cabeça, para acariciar-lhe o ego, sem alertá-lo, acreditando que estamos sendo grandes amigos.

O mais interessante é que cientes de haver Emmanuel escrito este livro, apresentando esta possibilidade, ficaram quietos e o deixaram escrever ainda mais dois, "50 Anos depois, e Renúncia", sendo que nestes dois volumes Emmanuel continua enfatizando a teoria da alma gêmea; não nos esquecendo ainda que em o livro "O Consolador", ele volta a afirmar esta teoria.

Em momento algum Emmanuel se referiu à alma gêmea afirmando ser um Espírito duplicado, vivendo as mesmas vontades, a mesma evolução. Ele nos apresenta as almas gêmeas como Espíritos afins, ligados um ao outro por fortes afinidades, simpatias, no entanto, ele mesmo nos informa da diferença de evolução, e de costumes mesmo, em nossa caminhada ascensional; a malvada letra é que nos atrapalha.

Mas as almas gêmeas, ou almas afins, como o queiramos, existem. São almas que nos complementam, nos completam, o amor que nos envolve é muito mais que uma mera paixão em que o desejo se manifesta desvairado, levando-nos aos crimes mais torpes que possamos imaginar, e, muitas vezes, a infidelidade para com o cônjuge, com quem estejamos vivendo; pois encontramos muitas vezes nas casas espíritas, confrades e confreiras que vivem relacionamentos infelizes, alegando haver encontrado sua alma gêmea, o que não é verdade, encontraram, sim, Espíritos que se demoram ainda envoltos pelas paixões, como eles próprios, ignorantes do sentido do verdadeiro amor, mergulhando nas malhas de entidades trevosas, e, se houvessem realmente encontrado sua alma gêmea, com esta atitude estariam se afastando da mesma, por muitos séculos futuros.

O amor que sentimos por nossa alma gêmea é aquele amor que vai ao sacrifício, é amor que renuncia a tudo, até mesmo a própria vida, para que o amor de nossa eternidade seja feliz; este amor supera a paixão convencional, paixão esta que se satisfaz unicamente com o relacionamento físico, ao passo que o amor que sentimos por nossa alma gêmea é um amor sublime que está muito além da atração física, e quem tenha este amor sabe esperar o momento divino de estarem juntos, permutando a essência do amor divino.

Então, vou terminando este texto, com a certeza de que cada príncipe encontrará sua princesa encantada, e vice-versa, no castelo de seus ideais divinos, e encontrará, na (o) mesma (o), o presente maior do criador da vida. E então não haverá outra beleza que encante nossos olhos, igual à beleza desse ser maravilhoso, e direi mesmo ser esta alma gêmea de nossa alma o motivo maior para que apreciemos a beleza que se manifesta na natureza, pois, junto a este ser divino, a vida se envolve de novo encanto.

Emmanuel, amigo querido, sou infinitamente agradecido, pois eu acreditava, quando criança, na magia dos “Felizes para Sempre", entretanto, as ilusões da vida terrena me haviam apagado este lindo sonho que você veio não reativar, mas mostrar-me uma realidade.

Amigo, sei que não poderá provar esta possibilidade de maneira peremptória, e eu menos ainda, pois a comprovação da existência das almas gêmeas é uma questão de foro íntimo, entretanto, ela se corrobora pelos parâmetros da lógica e da razão, é um fato que descobriremos com o maturar de nossas potenciações infinitas de inteligência e de amor. 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita