MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
8)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Numa sessão em que se
atendem Espíritos
sofredores, que papel
incumbe ao médium que
lhes serve de
intermediário?
Nas sessões mediúnicas
dessa natureza, que
Aulus designa
"sessões de caridade",
o médium que recebe o
Espírito sofredor é o
primeiro socorrista,
mas, se o socorrista cai
no padrão vibratório do
necessitado que lhe roga
serviço, há pouca
esperança no amparo
eficiente. O médium tem
o dever de colaborar na
preservação da ordem e
da respeitabilidade na
obra de assistência aos
desencarnados,
permitindo-lhes a livre
manifestação apenas até
o ponto em que essa
manifestação não colida
com a harmonia
necessária ao conjunto
e com a dignidade
imprescindível.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 6,
págs. 55 e 56.)
B. Durante a
comunicação, a alma do
médium fica próxima do
seu corpo físico?
Sim, sempre que o
esforço se refira a
entidades em desajuste.
Nesses casos, o
medianeiro não deve
ausentar-se demasiado.
“No concurso aos irmãos
desequilibrados, nossa
presença é imperativo
dos mais lógicos”, diz
Aulus.
(Obra citada, cap. 6,
págs. 56 a 58.)
C. A dúvida por parte do
médium pode prejudicar a
comunicação?
Sim. Se, no processo da
comunicação, o médium
entende que as comoções
e as palavras proferidas
pertencem a ele mesmo, e
não a um Espírito,
emitirá da própria mente
positiva recusa,
expulsando o comunicante
e anulando a preciosa
oportunidade de serviço.
“A dúvida, nesse caso,
seria congelante faixa
de forças negativas”,
asseverou o instrutor
Aulus.
(Obra citada, cap. 6,
págs. 58 a 60.)
Texto para leitura
22. Psicofonia
consciente -
Lembrando as operações
do mundo vegetal, em que
uma planta se desenvolve
à custa de outra, André
comparou a associação
entre o Espírito
sofredor e o corpo de
Eugênia a sutil processo
de enxertia
neuropsíquica. Leves
fios brilhantes ligavam
a fronte de Eugênia
(alma), desligada do
veículo físico, ao
cérebro da entidade
comunicante. "É o
fenômeno da psicofonia
consciente ou trabalho
dos médiuns falantes",
explicou Aulus. "Embora
senhoreando as forças de
Eugênia, o hóspede
enfermo do nosso plano
permanece controlado por
ela, a quem se imana
pela corrente nervosa,
através da qual estará
nossa irmã informada de
todas as palavras que
ele mentalize e pretenda
dizer." E Aulus
continuou:
"Efetivamente, apossa-se
ele temporariamente do
órgão vocal de nossa
amiga, apropriando-se de
seu mundo sensório,
conseguindo enxergar,
ouvir e raciocinar com
algum equilíbrio, por
intermédio das energias
dela, mas Eugênia
comanda, firme, as
rédeas da própria
vontade, agindo qual se
fosse enfermeira
concordando com os
caprichos de um doente,
no objetivo de
auxiliá-lo". O
Assistente explicou
então que, consciente de
todas as intenções do
Espírito infortunado, a
médium reservava-se o
direito de corrigi-lo em
qualquer inconveniência.
"Pela corrente nervosa,
conhecer-lhe-á as
palavras na formação,
apreciando-as
previamente, de vez que
os impulsos mentais dele
lhe percutem sobre o
pensamento como
verdadeiras marteladas.
Pode, assim, – informou
o Assistente –
frustrar-lhe qualquer
abuso, fiscalizando-lhe
os propósitos e
expressões, porque se
trata de uma entidade
que lhe é inferior, pela
perturbação e pelo
sofrimento em que se
encontra, e a cujo nível
não deve arremessar-se,
se quiser ser-lhe útil.
O Espírito em turvação é
um alienado mental,
requisitando auxílio."
Nas sessões mediúnicas
como aquela, que o
Assistente designa
"sessões de caridade",
o primeiro socorrista é
o próprio médium que
recebe o Espírito
sofredor, mas, se o
socorrista cai no padrão
vibratório do
necessitado que lhe roga
serviço, há pouca
esperança no amparo
eficiente. "O médium,
pois, – disse Aulus –
quando integrado nas
responsabilidades que
esposa, tem o dever de
colaborar na
preservação da ordem e
da respeitabilidade na
obra de assistência aos
desencarnados,
permitindo-lhes a livre
manifestação apenas até
o ponto em que essa
manifestação não colida
com a harmonia
necessária ao conjunto
e com a dignidade
imprescindível ao
recinto". (Cap. 6, págs.
55 e 56)
23. A
comunicação
- Hilário observou que
Eugênia (alma) ficou bem
próxima de seu corpo
denso. Nesse tipo de
mediunidade é sempre
assim? "Sim, sempre que
o esforço se refira a
entidades em desajuste,
o medianeiro não deve
ausentar-se demasiado...
Com um demente em casa,
o afastamento é
perigoso, mas se nosso
lar está custodiado por
amigos cônscios de si,
podemos excursionar até
muito longe, porquanto o
nosso domicílio
demorar-se-á guardado
com segurança. No
concurso aos irmãos
desequilibrados, nossa
presença é imperativo
dos mais lógicos",
explicou Aulus. Olhando
Eugênia (alma)
preocupada e vigilante,
ao pé do enfermo que
começava a falar, o
Assistente disse: "Se
preciso, nossa amiga
poderá retomar o próprio
corpo num átimo.
Acham-se ambos num
consórcio momentâneo, em
que o comunicante é a
ação, mas no qual a
médium personifica a
vontade". O comunicante
começou então a falar:
"Vejo! Vejo!... Mas por
que encantamento me
prendem aqui? que
algemas me afivelam a
este móvel pesado? Qual
o objetivo desta
assembleia em silêncio
de funeral? quem me
trouxe? quem me
trouxe?!..." Eugênia
(alma), fora do corpo,
escutava todas as
palavras que lhe fluíam
da boca, ocupada
transitoriamente pelo
visitante, e as
arquivava de forma
automática no centro da
memória. O sofredor, ao
contato das forças
nervosas da médium,
revive os próprios
sentidos e deslumbra-se.
Queixa-se das cadeias
que o prendem, cadeias
essas que em cinquenta
por cento dos casos
decorrem da contenção
cautelosa da médium. E
se Eugênia relaxasse a
autoridade? "Não estaria
em condições de
prestar-lhe benefícios
concretos", elucidou o
Assistente, "porque
então teria descido ao
desvairamento do mendigo
de luz que nos propomos
auxiliar". E numa feliz
comparação, acentuou:
"Um médium passivo, em
tais circunstâncias,
pode ser comparado à
mesa de serviço
cirúrgico, retendo o
enfermo necessitado de
concurso médico. Se o
móvel especializado não
possuísse firmeza e
humildade, qualquer
intervenção seria de
todo impossível".
Estaria Eugênia (alma)
enxergando,
conscientemente, a
entidade, com tanta
clareza quanto André
Luiz a via? "No caso de
Eugênia, isso não
acontece – elucidou o
Assistente –, porque o
esforço dela na
preservação das próprias
energias e o interesse
na prestação de auxílio
com todo o coeficiente
de suas possibilidades
não lhe permitem a
necessária concentração
mental para
surpreender-lhe a forma
exterior. Entretanto,
reproduzem-se nela as
aflições e os achaques
do socorrido. Sente-lhe
a dor e a excitação,
registrando-lhe o
sofrimento e o
mal-estar". (Cap. 6,
págs. 56 a 58)
24. Flagelações no
perispírito - Em sua
manifestação, o Espírito
comunicante gritava,
contundente, como se a
consciência o
torturasse. Dizia não
ser culpado pelas
provações de que o
acusavam. Seus
padecimentos seriam
simples angústia moral?
"Não tanto assim –
aclarou Aulus –; as
crises morais de
qualquer teor se nos
refletem até no veículo
de manifestação. O
beneficiário desta hora
tem o cérebro
perispirítico dilacerado
e a flagelação que lhe
invade o corpo fluídico
é tão autêntica quanto
a de um homem comum,
supliciado por um tumor
intracraniano".
Naquelas condições,
trazendo consigo a
herança de uma
existência
desequilibrada e
fortemente atraído para
a mulher que o amava, e
de quem se fizera
perseguidor, o Espírito
não estava em condições
nem mesmo de
identificar-se
pessoalmente. Por isso,
qualquer inquirição
nesse sentido seria
infrutuosa. Eugênia, por
ser consciente, poderia
ser induzida a pensar
que as palavras
proferidas pertencem a
ela mesma? Poderia,
assim, sofrer
vacilações? "Isso é
possível – respondeu o
Assistente –; no
entanto, nossa irmã está
habilitada a perceber
que as comoções e as
palavras desta hora não
lhe dizem respeito". E
se a dúvida a
invadisse? "Então –
disse Aulus –, emitiria
da própria mente
positiva recusa,
expulsando o comunicante
e anulando preciosa
oportunidade de serviço.
A dúvida, nesse caso,
seria congelante faixa
de forças negativas..."
(Cap. 6, págs. 58 a 60)
(Continua no próximo
número.)