Kardecismo
ou
Espiritismo,
qual o
correto?
Allan
Kardec,
o
Codificador
da
Doutrina
Espírita,
disse
que há
entre o
Espiritismo
e outros
sistemas
filosóficos
uma
diferença
capital.
O
Espiritismo
é obra
dos
Espíritos,
enquanto
que os
sistemas
filosóficos
são
todos
obra de
homens
mais ou
menos
esclarecidos.
No
tocante
à
Doutrina
Espírita,
o
próprio
codificador
reconheceu
que não
tinha o
mérito
da
invenção
de um
único
princípio.
Então –
escreveu
ele –
podemos
dizer: a
filosofia
de
Platão,
a
doutrina
de
Descartes,
a
filosofia
de
Leibnitz,
mas
nunca se
poderá
dizer: a
doutrina
de Allan
Kardec,
o que
torna
impróprio
o
vocábulo kardecismo e
inadequada
a
expressão doutrina
kardecista. (O
que é o
Espiritismo,
capítulo
I,
Segundo
Diálogo,
págs.
119 e
120.)
Tudo
indica
que tal
explicação
não
chegou
ao
conhecimento
do IBGE,
o órgão
que
comanda
os
recenseamentos
realizados
periodicamente
em nosso
País.
Como
muitos
sabem,
na
segunda-feira
passada,
dia 2 de
agosto,
teve
início o
Censo
2010. Em
face
desse
trabalho,
todas as
residências
do
território
brasileiro
serão
visitadas
por um
agente
do IBGE
que
aplicará
um dos
seguintes
questionários:
Básico:
um
questionário
curto e
rápido.
Amostra:
um
questionário
bem
maior,
que
durará
cada
aplicação
cerca de
50
minutos.
Neste
último
consta
uma
pergunta,
cuja
resposta
é de
fundamental
importância
para os
adeptos
do
Espiritismo:
Qual a
sua
religião?
Evidentemente,
muitos
de nós
responderemos:
Espírita.
Ocorre
que, se
respondermos
assim,
seremos
incluídos
no item
designado:
“Sem
opção
religiosa”.
Por
quê?
O motivo
é que,
para o
IBGE, o
termo
Espiritismo
é
considerado
genérico,
isto é,
pode
referir-se
a mais
de uma
denominação
religiosa,
culto ou
seita
que
envolva
questões
relativas
à
mediunidade,
como a
Umbanda
e o
Candomblé.
Como
sabemos,
muitos
grupos
umbandistas
consideram-se
espíritas
e
colocam
o
vocábulo
“espírita”
no
título
de seus
templos
ou
terreiros.
A opção
que
cabe,
então, a
nós
espíritas,
é uma
só.
Teremos
de
responder:
Kardecista,
nome que
o IBGE
definiu
como
sendo
aquele
que
identifica
os
adeptos
da
Doutrina
Espírita
codificada
por
Allan
Kardec.
Curiosamente,
ocorrerá
o mesmo
com os
católicos
e os
evangélicos
que
responderem
simplesmente
católico
ou
evangélico,
que são
também
considerados
pelo
IBGE
termos
genéricos
e, como
tal,
incluídos
no item
“Sem
opção
religiosa”.
Assim,
apesar
da
utilização
de um
vocábulo
evidentemente
impróprio,
muito
cuidado
deveremos
ter ao
responder
ao
questionamento
do
recenseador.
Ele fará
tão-somente
uma
pergunta;
não
espere,
a
propósito
disso,
outras
indagações,
porque
não
haverá.
A
pergunta
é direta
e a
resposta
deverá
ser uma
só.
Leia,
sobre o
assunto,
o artigo
de Jorge
Hessen
que está
sendo
publicado
nesta
mesma
edição.
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