ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Educando a
mediunidade
Em todos os tempos
os homens se
comunicaram com os
Espíritos.
Consultando a
história da
Humanidade
constatamos essa
realidade.
As pitonisas
mencionadas no velho
Testamento, onde se
registra a história
de um povo, eram
médiuns, por
intermédio das quais
os Espíritos se
relacionavam com o
mundo material.
No Novo Testamento
também encontramos
fecundo material de
informações a
respeito da
mediunidade; no
Evangelho de Mateus,
cap. 16, v. 17,
deparamos com as
seguintes
referências de Jesus
que nos convidam à
meditação sobre o
ensinamento por Ele
ministrado aos Seus
discípulos: “Então
Jesus lhes afirmou
(referindo-se a
Pedro): Bem-aventurado és,
Simão Barjonas,
porque não foi carne
e sangue quem to
revelou, mas meu Pai
que está no céu".
No v. 18 Ele
continua: “Também eu
te digo que tu és
Pedro e sobre esta
pedra
edificarei a minha
igreja, e as portas
do Hades não
prevalecerão contra
ela”.
Entendemos com
clareza que se não
foi alguém de carne
e sangue que se
revelou a Pedro, só
pode ter sido um
Espírito e que a
pedra da revelação
sobre a qual
Jesus edificaria sua
igreja é a
mediunidade, por
intermédio da qual
recebemos os
ensinamentos
necessários à
evolução espiritual
da Humanidade.
Assim sendo, não nos
resta dúvida de que
a faculdade
mediúnica é o
instrumento colocado
por Deus entre os
dois mundos,
material e
espiritual, para que
o progresso daqui
fosse inspirado e
orientado pelos
Espíritos
instrutores mais
elevados do mundo
original que é o
mundo dos Espíritos.
No sentido expresso
da palavra, médium
quer dizer
intermediário,
agente, instrumento.
Ensina Kardec em
Obras Póstumas,
parágrafo 6º, item
34: “O fluido
espiritual é o
agente de todos os
fenômenos espíritas.
(...) O
desenvolvimento da
faculdade mediúnica
prende-se à natureza
mais ou menos
expansível do
perispírito do
médium. (...)
Depende, portanto,
de sua organização e
pode desenvolver-se
quando existe, mas
não será adquirida
se o princípio não
existir”.
Aprendemos,
portanto, com
Kardec, que todos
somos mais ou menos
médiuns, mas,
médiuns com
faculdades para
servir de
intermediário entre
os dois mundos, só
os que nascem com a
organização
espiritual
predisposta à
expansão espiritual.
Estamos conscientes
a respeito da
existência da
faculdade e quem são
os médiuns. Estamos
conscientes também
de que existindo a
mediunidade ela deve
ser educada para sua
boa produção em
favor da humanidade.
Resta-nos agora
estudarmos sobre o
uso dessa primorosa
ferramenta que temos
às mãos para o
trabalho na seara do
bem.
A mediunidade,
portanto, não
depende da evolução
moral do médium,
como aprendemos com
Kardec.
É assim que muitas
pessoas procuram o
Centro Espírita
quando sofrem alguns
distúrbios
psíquicos, depois de
percorrerem
consultórios de
médicos
especializados e de
psicólogos, com o
objetivo de se
livrarem desses
distúrbios, através
do que chamam de
desenvolvimento
mediúnico. Julgam
que desenvolvendo a
mediunidade estarão
resguardados do
assédio dos
Espíritos. Quando
percebem que o tal
desenvolvimento não
acontece de inopino
e que não conseguem
o alívio almejado,
se interrogam
desanimados: Qual a
razão de não
conseguir melhorar?
Qual a razão de
continuar com ideias
estranhas? Por que
não consigo deixar
de frequentar certos
ambientes de onde me
retiro em condições
ainda mais amargas,
mais infeliz ainda?
São preocupações de
quem não compreendeu
o que é ser médium.
Julgam-se doentes
quando a mediunidade
não é doença. É sim
uma espécie de sexto
sentido a ser
cultivado e educado
para a prática do
bem. Educá-lo
consiste no
conhecimento dos
princípios da
doutrina espírita e
na renovação íntima.
Ao Centro Espírita
cabe a tarefa de
ajudar o neófito,
fazendo-o
compreender que
antes do trato com
entidades
espirituais é
necessário e muito
mais importante
aprender a viver bem
com as pessoas com
as quais priva
através dos
relacionamentos do
dia-a-dia com quem
convive e depois,
então, sim, estará
em condições de se
relacionar com os
Espíritos
desencarnados.
Desenvolver a
mediunidade com
proveito e sem
sofrimento, só
depois de nos
tornarmos
verdadeiros
cristãos, quando
nosso esforço maior
estiver voltado para
a edificação do
Reino de Deus no
nosso coração. Para
tanto é
imprescindível a
escolha por caminhar
pela estrada
estreita, esforços
para a aquisição do
bem, ter planos
deliberados para uma
existência
proveitosa,
aplicação com amor
nas experimentações.
Solidez nas
convicções, vivência
harmoniosa no
conjunto dos
companheiros de
ideal espírita.
É nisso que
consiste, segundo
entendemos, a
educação mediúnica.
Sem essa elaboração
introspectiva em
estudar e amar fica
difícil a companhia
dos bons Espíritos,
bondosos amigos
nossos a nos
assessorar nessa
empreitada gloriosa
de crescimento
espiritual amando os
semelhantes como
amamos a nós
próprios. Enquanto
isso não acontecer,
enquanto
permanecermos
vinculados aos
prazeres fáceis que
o mundo oferece aos
desavisados, seremos
eternos candidatos
ao sofrimento pelos
desequilíbrios
psíquicos que tanto
nos atormentam.
Tais desequilíbrios
funcionam como
chamamentos divinos
a nos convidar para
participar dos
caminhos traçados
por Jesus e assim
usufruirmos as
benesses da alma
para as quais fomos
criados.
Esforço e boa
vontade são os
ingredientes
necessários para
essa caminhada
gloriosa ao encontro
da felicidade tão
sonhada por todos
nós.