MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
9)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Ao ouvir a prece do
dirigente da reunião,
Libório chorou. Qual foi
o motivo de seu choro?
Libório (o comunicante)
chorou, comovido com o
que ali acontecera. Mas
era possível ver, com
clareza, que não foram
as palavras a força que
o convencia, mas sim o
sentimento irradiante
com que elas foram
estruturadas. Raul
Silva, o dirigente da
sessão, sob a destra
radiosa de Clementino,
afigurava-se, então,
aureolado de intensa
luz. E Libório, em
lágrimas, gritou: "O'
Deus, que se passa
comigo?!"
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 7,
págs. 63 e 64.)
B. Que aparelho permitiu
ao benfeitor Clementino
levar Libório à
regressão da memória à
vida passada?
O benfeitor utilizou uma
interessante peça que
parecia uma tela de gaze
tenuíssima, com
dispositivos especiais,
medindo por inteiro um
metro quadrado,
aproximadamente. Ele
manobrou pequena chave
num dos ângulos do
aparelho e o tecido
suave se cobriu de leve
massa fluídica,
branquicenta e vibrátil.
Em seguida, postou-se
novamente ao lado de
Raul Silva, que,
controlado por ele,
disse ao comunicante:
"Lembre-se, meu amigo,
lembre-se! Faça um apelo
à memória! Veja à frente
os quadros que se
desenrolarão aos nossos
olhos!..." De imediato,
Libório fixou a tela,
que passou a exibir
variadas cenas de que
ele mesmo era o
principal protagonista.
(Obra citada, cap. 7,
págs. 64 a 66.)
C. Que é que as cenas
mostraram?
Elas mostraram, em
primeiro lugar, a mãe de
Libório (o comunicante),
já velhinha e enferma,
a pedir ao filho que
ficasse com ela, porque
tinha medo e sentia-se
morrer. Era sábado de
carnaval. Libório
disse-lhe que sairia por
alguns minutos apenas,
o tempo bastante para
trazer-lhe a medicação,
mas, apropriando-se do
único dinheiro de que a
enferma dispunha, partiu
para o clube. Em
seguida, mostra a morte
do rapaz, que abrira o
gás para tomar um banho
mas, bastante cansado e
semiembriagado, dormiu e
inalou as emanações
tóxicas que o levaram à
morte.
(Obra citada, cap. 7,
págs. 64 a 66.)
Texto para leitura
25. Um diálogo
fraterno - Sob a
influência de irmão
Clementino, Raul Silva
levantou-se e dirigiu-se
ao Espírito, com
bondade: "Meu amigo,
tenhamos calma e
roguemos o amparo
divino!" Iniciou-se
então um diálogo em que
o doutrinador o chamou
de irmão, acentuando que
todos somos filhos de
Nosso Pai Celestial que
é sempre pródigo de
amor. A entidade
conturbada ironizou as
palavras iniciais do
dirigente: "Deve ser
algum sacerdote
fanatizado para
conversar nestes
termos!..." Mas Raul
sensibilizava a todos
com sua paciência, pois
recebia Libório (o
nome do comunicante)
com sincera compaixão e
inequívoco interesse
paternal, acolhendo-o
sem estranheza ou
irritação, como se o
fizesse a um familiar
que regressasse demente
ao santuário doméstico.
"Não sou um ministro
religioso – disse Raul,
imperturbável –, mas
desejo me aceite como
seu amigo". A entidade,
em resposta, disse não
ter amigos, apenas Sara;
depois, perguntou que
faziam ali os
cavalheiros silenciosos
e as mulheres mudas
(referindo-se à equipe
mediúnica). Raul
Silva informou-lhe que
todos oravam por ele,
acrescentando que se
encontravam numa
instituição de serviço
fraterno, onde o dever
é, antes de tudo,
prestar socorro às
feridas que sangram.
(Cap. 7, págs. 61 a 63)
26. A
força do carinho
- Ante o argumento do
doutrinador, o renitente
sofredor pareceu
apaziguar-se ainda mais.
Jactos de energia
mental, partidos de
Raul, alcançavam-no
então em cheio no tórax,
como a lhe buscar o
coração. Libório tentou
falar, mas, à maneira de
um viajante que já não
pode resistir à aridez
do deserto, comoveu-se
diante da ternura
daquele inesperado
acolhimento, a
surgir-lhe por abençoada
fonte de água fresca.
Notou, então,
surpreendido, que a
palavra lhe falecia
embargada na garganta.
Sob o sábio comando de
Clementino, Raul falou
com afetividade ardente:
"Libório, meu irmão!"
Essas três palavras
foram ditas com tamanha
inflexão de generosidade
fraternal que o Espírito
não pôde sopitar o
pranto. Raul
aproximou-se dele,
impondo-lhe as mãos, das
quais jorrava luminoso
fluxo magnético, e
convidou: "Vamos orar!"
Findo um minuto de
silêncio, necessário a
uma perfeita
concentração mental, a
voz do diretor da casa,
sob a inspiração de
Clementino, suplicou o
socorro do Divino
Mestre. Na oração
comovente, Raul, entre
outras palavras, disse:
"Mestre, dá-nos a
alegria de recebê-lo de
braços abertos. Sela-nos
os lábios para que lhe
não perguntemos de onde
vem e descerra-nos a
alma para a ventura de
tê-lo conosco em paz.
Inspira-nos a palavra a
fim de que a imprudência
não se imiscua em nossa
língua, aprofundando as
chagas interiores do
irmão, e ajuda-nos a
sustentar o respeito que
lhe devemos... Senhor,
estamos certos de que o
acaso não te preside às
determinações!" Libório
chorava. Via-se, porém,
com clareza, que não
eram as palavras a força
que o convencia, mas sim
o sentimento irradiante
com que eram
estruturadas. Raul
Silva, sob a destra
radiosa de Clementino,
afigurava-se-nos
aureolado de intensa
luz. "O' Deus, que se
passa comigo?!",
conseguiu gritar
Libório, em lágrimas.
(Cap. 7, págs. 63 e 64)
27. Regressão de
memória - O irmão
Clementino fez breve
sinal a um de seus
auxiliares, que acorreu,
rapidamente, trazendo
interessante peça que
parecia uma tela de gaze
tenuíssima, com
dispositivos especiais,
medindo por inteiro um
metro quadrado,
aproximadamente. O
mentor da reunião
manobrou pequena chave
num dos ângulos do
aparelho e o tecido
suave se cobriu de leve
massa fluídica,
branquicenta e vibrátil.
Em seguida, postou-se
novamente ao lado de
Raul Silva, que,
controlado por ele,
disse ao comunicante:
"Lembre-se, meu amigo,
lembre-se! Faça um apelo
à memória! Veja à frente
os quadros que se
desenrolarão aos nossos
olhos!..." De imediato,
Libório fixou a tela,
que passou a exibir
variadas cenas de que
ele mesmo era o
principal protagonista.
Recebendo-as
mentalmente, Raul Silva
passou a descrevê-las. A
cena mostrava a mãe de
Libório (o comunicante),
já velhinha e enferma,
a pedir ao filho que
ficasse com ela, porque
tinha medo e sentia-se
morrer. Era sábado de
carnaval. Libório
diz-lhe que sairá por
alguns minutos apenas,
o tempo bastante para
trazer-lhe a
medicação... Em
seguida, apropria-se do
único dinheiro de que a
enferma dispõe e parte
para o clube. Amigos
espirituais da casa
pedem-lhe que fique, mas
em vão... Imantando-se
aos indesejáveis
companheiros
desencarnados com os
quais se afinava, por
três dias e quatro
noites, Libório
entrega-se à loucura,
esquecendo todas as
obrigações. Quando volta
ao lar, na quarta-feira,
a velhinha, socorrida
por braços anônimos, não
o reconhece mais... E
aguarda resignadamente a
morte, enquanto o rapaz
dirige-se ao banheiro,
para refazer-se. Abre o
gás e senta-se por
alguns minutos,
experimentando a cabeça
entontecida... O corpo
exige descanso, depois
da louca folia; a fadiga
surge, insopitável...
Libório dorme
semiembriagado e perde a
existência, porque as
emanações tóxicas lhe
cadaverizam o corpo...
Naquela manhã clara de
sol, um rabecão leva-o
ao necrotério, como
simples suicida... (Cap.
7, págs. 64 a 66)
(Continua no próximo
número.)