LEDA MARIA
FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Liberdade segundo Jesus
“Estais, pois, firmes na
liberdade com que o
Cristo nos libertou e
não vos submetais de
novo ao jugo da
escravidão.” -
Paulo *
Importante meditarmos
vez por outra – o ideal
seria estarmos sempre
atentos – na liberdade
que Jesus nos trouxe,
libertando-nos das
algemas da ignorância.
Por conta do falso
entendimento que temos
do verdadeiro
significado dessa
liberdade, companheiros
incautos de jornada
terrena colocam o Cristo
como rebelde diante das
leis vigentes em sua
época. Muito pelo
contrário, Ele,
efetivamente, deu
continuidade na lei,
quando trouxe o
abrandamento no lugar do
endurecimento dos homens
ao tempo de Moisés.
Na epístola aos Gálatas,
o apóstolo Paulo fala em
liberdade e que a
liberdade que Jesus
trouxe é a do
entendimento das
diretrizes estabelecidas
por Deus, para a
evolução do homem.
O Mestre foi claro:
“Conhecereis a verdade e
a verdade vos libertará”
das algemas que ainda
prendem o homem à
materialidade, às
ilusões fantasiosas, que
geram angústias, medos,
solidão, doenças ditas
do homem moderno, mas
que são de todas as
épocas. Assim, quanto
mais o homem mergulha na
insensatez, no
desequilíbrio, na
insanidade, mais se
angustia e sente medo,
mais se isola – embora
cercado de tantos – e se
destrói.
O conhecimento da
verdade – convite de
Jesus – envolve a
aquisição da liberdade
que temos de fazer ou
não fazer, de dizer ou
não dizer, continuar
lutando ou permanecendo
na inércia, maldizer ou
abençoar, compreender ou
ser intolerante,
responsabilizando-nos
por cada escolha feita
em pensamento, palavra
ou ato. Essa a liberdade
com Jesus que livra o
homem das garras da
ignorância, segundo o
pensamento de Paulo.
Apesar de ainda não
termos uma noção muito
clara dessa conquista –
e talvez por isso mesmo
-, quase sempre caímos
na armadilha de pensar
que liberdade significa
fazer o que se quer, na
hora que se deseja,
desrespeitando direitos
alheios, referindo-nos,
tão-somente, a situações
comezinhas, do
dia-a-dia, dentro do
nosso lar, nos locais de
trabalho, nas filas, no
trânsito, por exemplo.
Liberdade fantasiosa,
transitória, que está
sempre nos amarrando às
nossas escolhas
descabidas e insanas.
Esse conceito deturpado
– expressão do
sentimento egoico – tem
o foco centralizado em
caprichos
incontroláveis, bem
diferente da ideia de
liberdade de quem,
cumprindo seus deveres,
encontra paz e alegria,
sensações bem distantes
das angústias, medos e
solidão, que assombram o
chamado homem moderno,
características desses
dias que correm.
Buscar a liberdade em
Jesus é vivenciar seus
ensinamentos. Não é
apenas tê-lo ao nosso
lado – dizemos muito que
caminhamos com Ele –
mas, sim, dentro de nós.
É compreender o que
significam as palavras
de que “estaria conosco
até o final dos séculos”
até que aprendêssemos.
Paciência e amor de um
Mestre que deseja que
seus aprendizes evoluam,
que caminhem sozinhos,
dando continuidade à
tarefa que O trouxe ao
planeta.
Somos milhões de seres
que vivem sem
perceberem,
efetivamente, o que
acontece ao redor de si.
A natureza que o
diga...! Experimento um
pouco aqui, outro tanto
acolá, buscando prazeres
fortuitos, realizações
passageiras, ilusórias,
presos às algemas da
indiferença, da
intolerância nos mais
diferentes setores da
vida, da preguiça, sem
nada realizarmos de
verdadeiramente útil
para nós e para a
comunidade na qual
estamos inseridos.
Precisamos, sempre, que
alguém ou algo nos
desperte para a
necessidade dessa busca
real, perene.
Mas, apesar de toda essa
dificuldade, se já temos
algum conhecimento,
podemos auxiliar esses
irmãos, seja
alertando-os, seja
reerguendo-os, porque,
antes de mais nada,
estaremos vivenciando a
liberdade com Jesus,
colocando em prática o
nosso direito de fazer
ou não fazer, de dizer
sim ou não, com
responsabilidade e
conscientes de que a
cada um será dado
segundo as obras que
houver realizado. Como
não basta passar receita
de virtude e serviço –
atitude comum em nós –,
é importante que
preparemos, com os
recursos que possamos
dispor, o entendimento
do companheiro. Que tal
começarmos pelo próprio
exemplo?
Fonte de consulta:
* Gálatas, 5:1.
Emmanuel (Espírito).
Palavras de Vida Eterna,
[psicografia de] F.C.
Xavier, 20ª ed.,
Comunhão Espírita Cristã
Editora – UBERABA/MG –
1995 – Lição 24.