Antídoto
para o voto
de
cabresto
Em um passado
nem tão remoto
em épocas
eleitorais de
nosso Brasil
via-se a figura
lamentável dos
coronéis,
fazendeiros de
grande poder
econômico que
utilizavam sua
força e poder
para coagir o
eleitorado a
votar em
determinado
candidato.
Capangas usavam
e abusavam da
violência e
tratavam de
garantir que
ninguém
fraudaria a
vontade dos
poderosos. Esta
prática recebia
a alcunha de
voto de
cabresto.
No entanto, é
inegável que a
evolução das
ideias humanas
quebrou inúmeros
absurdos do
passado, mas,
como todo
processo
evolutivo é
lento e
responde à
moralização dos
cidadãos, o voto
de cabresto
ainda existe,
embora em outra
roupagem, mais
light, sem
violência física
e sem capangas
por perto.
O voto de
cabresto hoje se
faz de maneira
psicológica,
atuando junto às
necessidades
básicas do
eleitor. Uma
bolsa isso, um
auxílio aquilo,
uma cesta
básica, uma
promessa...
Olha, não vote
em tal
candidato, o
benefício poderá
ser cortado.
Pense bem antes
de votar, o
candidato do
partido A é da
oposição,
deixe-o de lado,
senão...
Sim, não há mais
o coroné,
mas há o
engravatado que
semeia o medo, a
desesperança e
limita o
raciocínio do
cidadão.
Desapareceu o
capanga, mas
surgiu o cabo
eleitoral
participando
ativamente da
campanha,
abraçando os
necessitados,
visitando lares
menos abastados,
acariciando
crianças,
mostrando a
imagem e figura
da simpatia; uma
simpatia de
fachada, que
conquista as
carentes mães da
periferia. O
cabresto hoje é
feito de
promessas vazias
e evasivas, sem
compromisso com
a sinceridade e
sem qualquer
envolvimento com
o bem coletivo.
Um cabresto que
não desfere
pontapés, mas
alimenta a
ignorância.
Um cabresto que
uiva silencioso
e pisoteia nas
agruras humanas.
Quando será que
desaparecerá o
cabresto?
Difícil saber,
porquanto o
cidadão comum
também atua no
seio da
sociedade,
alimentando essa
nefasta
tendência de
manipulação do
poder.
É o empresário
que pensa
somente em seus
lucros,
esquecendo-se
dos
funcionários.
São os
funcionários que
lesam a empresa
“enrolando” no
serviço,
passando minutos
ou horas a fio
envolvidos com
as maravilhas da
internet. São as
pessoas que agem
como se o mundo
fosse dos
espertos,
desrespeitando
os mais
elementares
direitos do
semelhante. Em
realidade o
cabresto começa
em nós mesmos.
Os governantes
apenas
manifestam as
tendências de
nossa sociedade.
Se somos
desonestos, eles
também serão.
Por isso o
cabresto começa
no fura fila, no
troco a mais não
devolvido, no
produto
comercializado
acima do preço
justo. “Veja que
pechincha!!!
Está barato!!!!
Aproveite! E há
vendedores
orgulhosos com
seu desempenho,
gabando-se: “Fiz
ótimo negócio,
empurrei por
alto preço esta
mercadoria
encalhada há
anos”.
Sim, é o
cabresto
manifestando-se
por intermédio
do verbo;
enganando,
ferindo
direitos,
prejudicando o
outro...
Um cabresto bem
vestido, um
cabresto de
terno e gravata,
sorridente e
simpático. Ah,
os coronéis não
se foram, o
cabresto não se
foi.
Todavia, o
Espiritismo tem
o antídoto para
a eliminação do
voto de cabresto
moderno: A
educação da
criatura humana
pelo
conhecimento
redentor do
Evangelho.
E o conhecimento
evangélico é uma
convocação ao
trabalho e à
renovação. Nada
de facilidades e
presentes
enganadores. O
conhecimento
evangélico
convoca ao
trabalho
libertador da
consciência
pelas vias da
reflexão.
Afirmava Jesus
em sua sabedoria
insofismável:
“Eu sou o
caminho, a
verdade e a
vida”. Para
encontrar a
verdade é
imperioso
caminhar pelas
trilhas do
mestre de
Nazaré. E para
caminhar pelas
trilhas que
Jesus ensinou é
necessário
trabalhar pela
renovação íntima
que
possibilitará o
encontro com a
vida em
plenitude.
Em uma sociedade
educada nos
ideais cristãos
inexistirá voto
de cabresto,
seja pela
violência, seja
pela enganosa
simpatia
coletora de
votos.
Longe da
violência dos
coronéis do
passado e
incompatível com
a ilusão do
presente, a
educação
evangélica
configura-se no
remédio eficaz
para a solução
das doenças
ainda
impregnadas na
sociedade. O
voto de cabresto
é uma delas,
podem acreditar.