ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
|
O Tesouro
dos Espíritas
Miguel Vives y Vives
(Parte
14)
Continuamos a apresentar
o
estudo do clássico O
Tesouro dos Espíritas,
de Miguel Vives y Vives, que
será aqui estudado
em 16 partes, com base
na tradução de J.
Herculano Pires,
conforme a 6a
edição publicada pela
Edicel.
Questões preliminares
A. Como devemos tratar
as demais religiões?
Devemos respeitar todas
as crenças sinceras,
todas as religiões que
levam a criatura ao
Criador, não atacando
nenhuma nem zombando de
suas práticas; mas não
temos o direito de, em
nome da tolerância,
tornar-nos cúmplices de
práticas religiosas ou
de ensinos teológicos
que podem levar nossos
irmãos de volta ao
passado.
(O Tesouro dos
Espíritas, 2ª Parte,
Marcha para o Futuro,
pp. 180 e 181.)
B. As instituições
espíritas devem
funcionar como casas de
instrução?
Sim. Devem tornar-se
verdadeiras casas de
instrução, não apenas
evangélica e
doutrinária, mas de
cultura geral.
(Obra citada, p. 187.)
C. Por que a instrução é
importante para o
espírita?
A fé raciocinada exige o
desenvolvimento das
potencialidades da
razão, o que só pode ser
feito através da
instrução. Para amar e
auxiliar o próximo, o
espírita não pode
estacionar na
ignorância: precisa
aprender, adquirir
conhecimentos,
instruir-se.
(Obra citada, p. 189.)
Texto para leitura
163. As religiões são
escolas, em que os
Espíritos aprendem a
verdade espiritual.
“Quem já passou pela
escola primária e está
na secundária pode
frequentar ao mesmo
tempo as duas?” Se o
Espiritismo nos ensina
que o que vale é a
intenção, como havemos
de continuar na prática
dos ritos? Se já
aprendemos que Deus está
no coração de cada um,
como continuarmos a
incensá-Lo no altar? Se
sabemos que os
sacramentos são fórmulas
exteriores, simples
símbolos destinados a
ensinar verdades mais
profundas, havemos de
regredir à prática das
fórmulas? (P. 178)
164. O espírita não tem
apenas liberdade, mas
também responsabilidade.
Ele está em condições de
participar dos ídolos,
isto é, dos sacramentos
e rituais das igrejas,
sem se afetar
pessoalmente. Mas não
pode esquecer que,
agindo assim, afetará os
outros. “Se, pelo seu
exemplo, abrir as portas
do movimento espírita à
infiltração de elementos
formalistas, será
responsável pela
deformação da prática
doutrinária.” (P. 180)
165. Em conclusão: O
espírita deve respeitar
todas as crenças
sinceras, todas as
religiões que levam a
criatura ao Criador, não
atacando nenhuma nem
zombando de suas
práticas; mas não tem o
direito de, em nome da
tolerância, tornar-se
cúmplice de práticas
religiosas ou de ensinos
teológicos que podem
levar seus irmãos de
volta ao passado. (P.
181)
166. O espírita tem o
dever de instruir-se, de
integrar-se na cultura
do seu tempo. O Espírito
da Verdade trouxe-nos um
mandamento novo, ao
declarar: Espíritas,
amai-vos, eis o primeiro
ensinamento;
instruí-vos, eis o
segundo. (P. 182)
167. A
antiga lei, a do Velho
Testamento, era a lei da
justiça, dura e fria,
como a espada. É por
isso que a Bíblia está
cheia de matanças
ordenadas até pelos
profetas. A lei
renovadora do Cristo,
que modificou e continua
a modificar o mundo,
era a lei do amor. Com a
Nova Revelação, com o
Espiritismo, nos veio a
lei da instrução. (PP.
182 e 183)
168. A
fé, como sabemos, é uma
necessidade. Um homem
sem fé é uma criatura
inútil. Mas a fé
espírita, como a definiu
Kardec, é a fé
raciocinada, ou seja, a
fé iluminada pela razão.
Ora, de que luzes
disporá a razão, para
com ela iluminar a fé,
se não tivermos
instrução? (P. 184)
169. Estamos na idade da
razão, na fase racional
da evolução humana.
Temos de alicerçar a
nossa fé no
conhecimento, se
quisermos que ela seja
uma luz para todos e não
apenas uma lamparina de
uso particular. (P. 185)
170. Não há lugar para
beatos no Espiritismo.
Os que nele quiserem
permanecer deverão
instruir-se,
libertando-se de suas
falsas ideias, de seus
conceitos antiquados, de
seus erros. (P. 186)
171. As instituições
espíritas, por sua vez,
devem tornar-se
verdadeiras casas de
instrução, não apenas
evangélica e
doutrinária, mas de
cultura geral. Os
Centros podem manter
escolas superiores e
fundar Universidades,
porque a Universidade
Espírita é a nova luz
que deve raiar no mundo
da cultura. (P. 187)
172. Mas a escola
espírita não será nem
poderá ser sectária.
Será a escola de todos,
oferecendo a todos a
nova cultura que o
Espiritismo vem
implantar na Terra. As
escolas do mundo,
sabe-se, ensinam o
materialismo, ao lado do
dogmatismo religioso.
Difundem conhecimentos e
superstições em mistura,
semeando o ateísmo. É
dever dos espíritas,
como foi dever dos
judeus no seu tempo e
dever dos cristãos de
seu tempo, criar uma
nova modalidade de
instrução e preparar o
mundo para uma nova
cultura. (P. 188)
173. Em conclusão: O
dever do espírita é
estudar e esclarecer-se
quanto aos princípios de
sua própria doutrina. A
fé raciocinada exige o
desenvolvimento das
potencialidades da
razão, o que só pode ser
feito através da
instrução. Para amar e
auxiliar o próximo, o
espírita não pode
estacionar na
ignorância: precisa
aprender, adquirir
conhecimentos,
instruir-se. (P. 189)
174. O Espiritismo é a
política do amor, mas os
espíritas são,
geralmente, estranhos à
política do mundo.
Detestam o ambiente de
mesquinhez interesseira
em que se processam as
manobras políticas. E
não admitem que o
Espiritismo seja
envolvido na política,
no que procedem muito
bem. (PP. 190 e 191)
(Continua na próxima
edição.)