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Estudando a série André Luiz
Ano 4 - N° 172 - 22 de Agosto de 2010

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

 

Nos Domínios da Mediunidade

André Luiz

(Parte 11)

Damos continuidade ao estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que é uma sonâmbula perfeita?

A explicação foi dada pelo Assistente Aulus, referindo-se à médium Celina, para ele uma sonâmbula perfeita: "A psicofonia, em seu caso, se processa sem necessidade de ligação da corrente nervosa do cérebro me­diúnico à mente do hóspede que o ocupa". A espontaneidade dela é ta­manha na cessão de seus recursos, que não tem qualquer dificuldade para desligar-se de maneira automática do campo sensório, perdendo provisoriamente o contacto com os centros motores da vida cerebral. "Sua posição medianímica é de extrema passividade. Por isso mesmo, re­vela-se o comunicante mais seguro de si na exteriorização da própria personalidade", acrescentou Aulus. Esse fato não significa, contudo, que a médium estivesse ausente ou irresponsável. Junto de seu corpo, agia como mãe generosa, auxiliando o sofredor que por ela se exprimia, qual se fora frágil protegido de sua bondade. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 8, págs. 72 a 74.)

B. Na atividade mediúnica, é preferível a psicofonia consciente ou a sonambúlica?

Depende do médium. Falando sobre o assunto, Aulus explicou: "O sonambulismo puro, quando em mãos desavisa­das, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na construção es­piritual do bem. A psicofonia incons­ciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes à própria defesa, pode levar à possessão, sempre nociva, e que, por isso, apenas se evidencia integral nos ob­sessos que se renderam às forças vampiri­zantes". (Obra citada, cap. 8, págs. 74 a 76.)

C. Que ocorreu quando o obsessor viu no recinto sua vítima?

O obsessor voltou-se para Pedro (a vítima) e pareciam dois conten­dores engalfinhados em luta feroz. O obsidiado sentiu o golpe como se ali estivesse ocorrendo um autêntico ataque epi­léptico, com toda a sua clássica sintomatologia, porque tinha a face transfigurada por indefinível pali­dez, os músculos jaziam tetanizados e a cabeça, exibindo os dentes cer­rados, mostrava-se flec­tida para trás, enquanto os braços se asse­melhavam a dois galhos de arvoredo, quando retorcidos pela tempestade. Em seguida à rigidez do corpo, vieram estranhas convulsões que se estenderam aos olhos que se moviam em reviravoltas contí­nuas. O insensível perseguidor como que se entranhou no corpo da vítima e pronunciou duras palavras, que só An­dré e seus companheiros puderam ouvir, uma vez que as funções sensoriais de Pedro mostravam-se em deplorável inibição. (Obra citada, cap. 9, págs. 77 a 79.) 

Texto para leitura 

31. Psicofonia inconsciente - A médium desvencilhou-se do corpo fí­sico, como alguém que se entregava a sono profundo, e conduziu consigo a aura brilhante de que se coroava. Fitando o desesperado visitante com sim­patia, abriu-lhe os braços, auxiliando-o a senhorear o veículo físico, então em sombra. Como se fora atraído por vigoroso ímã, o so­fredor arrojou-se sobre a organização física de Celina, colando-se a ela, instintivamente. Auxiliado por uma entidade, ele sentou-se com difi­culdade, afigurando-se a André Luiz intensivamente ligado ao cére­bro mediúnico. Se Eugênia revelara-se benemérita enfermeira, Celina surgia ali como abnegada mãezinha, tal a devoção afetiva para com o hóspede infortunado. Partiam dela fios brilhantes a envolvê-lo intei­ramente e o recém-chegado, em vista disso, não obstante senhor de si, demons­trava-se criteriosamente controlado, assemelhando-se a um peixe fu­rioso entre os estreitos limites de um recipiente. O comunicante pro­jetava de si estiletes de treva, que se fundiam na luz com que Ce­lina (alma) o rodeava, dedicada. Ele tentava gritar impropérios, mas em vão. Celina era um instrumento passivo no exterior, entretanto, nas profundezas do ser, mostrava as qualidades morais positivas que lhe eram conquista inalienável, impedindo aquele irmão de qualquer mani­festação menos digna. O Espírito começou mencionando seu nome: José Maria, enfileirando outros nomes com o evidente intuito de mostrar a importância sobre sua origem. Irritadíssimo, amontoava reclamações, deitava reprimendas e revoltava-se exasperado... Mas André notou que ele não usava palavras semelhantes às que proferira antes. Achava-se como que manietado, vencido, embora rude e áspero. Aparecera tão com­pletamente implantado na organização fisiológica da médium, tão espon­tâneo e natural, que André não conseguiu sopitar as perguntas. A me­diunidade de Celina era diferente da de Eugênia? Por que esta se man­tivera preocupada, como enfermeira inquieta, enquanto Celina parecia devotada tutora do irmão dementado? Por que numa se vira a expectação atormentada e na outra, a serena confiança? O Assistente informou, en­tão, que Celina é sonâmbula perfeita: "A psicofonia, em seu caso, se processa sem necessidade de ligação da corrente nervosa do cérebro me­diúnico à mente do hóspede que o ocupa". A espontaneidade dela é ta­manha na cessão de seus recursos, que não tem qualquer dificuldade para desligar-se de maneira automática do campo sensório, perdendo provisoriamente o contacto com os centros motores da vida cerebral. "Sua posição medianímica é de extrema passividade. Por isso mesmo, re­vela-se o comunicante mais seguro de si na exteriorização da própria personalidade", acrescentou Aulus. Esse fato não significa, contudo, que a médium estivesse ausente ou irresponsável. Junto de seu corpo, agia como mãe generosa, auxiliando o sofredor que por ela se exprimia, qual se fora frágil protegido de sua bondade. (Cap. 8, págs. 72 a 74) 

32. Vantagens da psicofonia consciente - A entidade comunicante, imen­samente inferior a Celina, não lhe podia resistir. Permanecia agres­sivo como antes, mas, porque a mente superior subordina as que se lhe situam à retaguarda, nos domí­nios do espírito, via-se controlado em suas menores expressões. Impe­lido a obedecer-lhe, recebia-lhe as ener­gias mentais constringentes que o obrigavam a sustentar-se em respei­tosa atitude, embora revol­tado. Com a doutrinação, o ex-tirano rural começou a assimilar alguma réstia de luz. Celina se lembraria das pa­lavras pronunciadas pelo co­municante? Se quisesse, poderia recordá-las, com esforço, mas não ha­via vantagem efetiva nisso. Hilário obser­vou que Dona Eugênia, com sua psicofonia consciente, exercia um con­trole mais direto sobre o comuni­cante, ao passo que Dona Celina, em­bora o vigiasse, deixava-o mais à vontade, mais livre... Se Celina não fosse a trabalhadora hábil, capaz de intervir a tempo, não seria pre­ferível a faculdade de Eugênia? O Assistente concordou: "O sonambu­lismo puro, quando em mãos desavisa­das, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na construção es­piritual do bem. A psicofonia incons­ciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes à própria defesa, pode levar à possessão, sempre nociva, e que, por isso, apenas se evidencia integral nos ob­sessos que se renderam às forças vampiri­zantes". Sendo o comunicante uma inteligência poderosa, mas degenerada e perversa, a fiscalização seria feita pelos mentores da casa. (Cap. 8, págs. 74 a 76) 

33. Ataque epiléptico - Atendendo às recomendações do supervisor do grupo, os guardas admitiram a passagem de uma entidade evidentemente aloucada, que atravessou, de chofre, as linhas vibratórias de conten­ção, vocife­rando, frenética: "Pedro! Pedro!..." Ela parecia ter a vi­são centrali­zada num cavalheiro doente, postado na pequena fila de quatro pessoas que foram à Casa Espírita à cata de socorro, porque nada mais fixava além dele. Alcançando o irmão encarnado, este, de sú­bito, desfechou um grito agudo e caiu desamparado. Imediatamente, sob o comando de Cle­mentino, Raul Silva determinou que o rapaz fosse transferido para um leito de câmara próxima, isolando-o da assistên­cia. Pedro e o obsessor que o jugulava pareciam agora fundidos um no outro. Eram dois conten­dores engalfinhados em luta feroz. Olhando o enfermo encarnado com mais atenção, André concluiu que o ataque epi­léptico, com toda a sua clássica sintomatologia, surgia claramente re­conhecível. O doente tinha a face transfigurada por indefinível pali­dez, os músculos jaziam tetanizados e a cabeça, exibindo os dentes cer­rados, mostrava-se flec­tida para trás, enquanto  os braços se asse­melhavam a dois galhos de arvoredo, quando retorcidos pela tempestade. Dona Celina (uma das médiuns) e a mãe do rapaz acomodaram-no na cama e iam orar, quando a rigidez do corpo se fez sucedida de estranhas con­vulsões a se esten­derem aos olhos que se moviam em reviravoltas contí­nuas. A lividez do rosto deu lugar à ver­melhidão que invadiu as faces congestas. A respi­ração tornou-se angus­tiada e os esfíncteres se re­laxaram, convertendo o enfermo em torturado vencido. (N.R.: Esfíncter: designa­ção comum a diversos músculos anulares com que se apertam ou alargam vários ductos naturais do corpo.) O insensível perseguidor como que se entranhou no corpo da vítima e pronunciou duras palavras, que só An­dré e seus companheiros puderam ouvir, de vez que as funções sensoriais de Pedro mostravam-se em deplorável inibição. (Cap. 9, págs. 77 a 79) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita