MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
11)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que é uma sonâmbula
perfeita?
A explicação foi dada
pelo Assistente Aulus,
referindo-se à médium
Celina, para ele uma
sonâmbula perfeita: "A
psicofonia, em seu caso,
se processa sem
necessidade de ligação
da corrente nervosa do
cérebro mediúnico à
mente do hóspede que o
ocupa". A espontaneidade
dela é tamanha na
cessão de seus recursos,
que não tem qualquer
dificuldade para
desligar-se de maneira
automática do campo
sensório, perdendo
provisoriamente o
contacto com os centros
motores da vida
cerebral. "Sua posição
medianímica é de extrema
passividade. Por isso
mesmo, revela-se o
comunicante mais seguro
de si na exteriorização
da própria
personalidade",
acrescentou Aulus. Esse
fato não significa,
contudo, que a médium
estivesse ausente ou
irresponsável. Junto de
seu corpo, agia como mãe
generosa, auxiliando o
sofredor que por ela se
exprimia, qual se fora
frágil protegido de sua
bondade.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 8,
págs. 72 a 74.)
B. Na atividade
mediúnica, é preferível
a psicofonia consciente
ou a sonambúlica?
Depende do médium.
Falando sobre o assunto,
Aulus explicou: "O
sonambulismo puro,
quando em mãos
desavisadas, pode
produzir belos
fenômenos, mas é menos
útil na construção
espiritual do bem. A
psicofonia
inconsciente, naqueles
que não possuem méritos
morais suficientes à
própria defesa, pode
levar à possessão,
sempre nociva, e que,
por isso, apenas se
evidencia integral nos
obsessos que se
renderam às forças
vampirizantes".
(Obra citada, cap. 8,
págs. 74 a 76.)
C. Que ocorreu quando o
obsessor viu no recinto
sua vítima?
O obsessor voltou-se
para Pedro (a vítima) e
pareciam dois
contendores
engalfinhados em luta
feroz. O obsidiado
sentiu o golpe como se
ali estivesse ocorrendo
um autêntico ataque
epiléptico, com toda a
sua clássica
sintomatologia, porque
tinha a face
transfigurada por
indefinível palidez, os
músculos jaziam
tetanizados e a cabeça,
exibindo os dentes
cerrados, mostrava-se
flectida para trás,
enquanto os braços se
assemelhavam a dois
galhos de arvoredo,
quando retorcidos pela
tempestade. Em seguida à
rigidez do corpo, vieram
estranhas convulsões que
se estenderam aos olhos
que se moviam em
reviravoltas contínuas.
O insensível perseguidor
como que se entranhou no
corpo da vítima e
pronunciou duras
palavras, que só André
e seus companheiros
puderam ouvir, uma vez
que as funções
sensoriais de Pedro
mostravam-se em
deplorável inibição.
(Obra citada, cap. 9,
págs. 77 a 79.)
Texto para leitura
31. Psicofonia
inconsciente - A
médium desvencilhou-se
do corpo físico, como
alguém que se entregava
a sono profundo, e
conduziu consigo a aura
brilhante de que se
coroava. Fitando o
desesperado visitante
com simpatia, abriu-lhe
os braços, auxiliando-o
a senhorear o veículo
físico, então em sombra.
Como se fora atraído por
vigoroso ímã, o
sofredor arrojou-se
sobre a organização
física de Celina,
colando-se a ela,
instintivamente.
Auxiliado por uma
entidade, ele sentou-se
com dificuldade,
afigurando-se a André
Luiz intensivamente
ligado ao cérebro
mediúnico. Se Eugênia
revelara-se benemérita
enfermeira, Celina
surgia ali como abnegada
mãezinha, tal a devoção
afetiva para com o
hóspede infortunado.
Partiam dela fios
brilhantes a envolvê-lo
inteiramente e o
recém-chegado, em vista
disso, não obstante
senhor de si,
demonstrava-se
criteriosamente
controlado,
assemelhando-se a um
peixe furioso entre os
estreitos limites de um
recipiente. O
comunicante projetava
de si estiletes de
treva, que se fundiam na
luz com que Celina
(alma) o rodeava,
dedicada. Ele tentava
gritar impropérios, mas
em vão. Celina era um
instrumento passivo no
exterior, entretanto,
nas profundezas do ser,
mostrava as qualidades
morais positivas que lhe
eram conquista
inalienável, impedindo
aquele irmão de qualquer
manifestação menos
digna. O Espírito
começou mencionando seu
nome: José Maria,
enfileirando outros
nomes com o evidente
intuito de mostrar a
importância sobre sua
origem. Irritadíssimo,
amontoava reclamações,
deitava reprimendas e
revoltava-se
exasperado... Mas André
notou que ele não usava
palavras semelhantes às
que proferira antes.
Achava-se como que
manietado, vencido,
embora rude e áspero.
Aparecera tão
completamente
implantado na
organização fisiológica
da médium, tão
espontâneo e natural,
que André não conseguiu
sopitar as perguntas. A
mediunidade de Celina
era diferente da de
Eugênia? Por que esta se
mantivera preocupada,
como enfermeira
inquieta, enquanto
Celina parecia devotada
tutora do irmão
dementado? Por que numa
se vira a expectação
atormentada e na outra,
a serena confiança? O
Assistente informou,
então, que Celina é
sonâmbula perfeita: "A
psicofonia, em seu caso,
se processa sem
necessidade de ligação
da corrente nervosa do
cérebro mediúnico à
mente do hóspede que o
ocupa". A espontaneidade
dela é tamanha na
cessão de seus recursos,
que não tem qualquer
dificuldade para
desligar-se de maneira
automática do campo
sensório, perdendo
provisoriamente o
contacto com os centros
motores da vida
cerebral. "Sua posição
medianímica é de extrema
passividade. Por isso
mesmo, revela-se o
comunicante mais seguro
de si na exteriorização
da própria
personalidade",
acrescentou Aulus. Esse
fato não significa,
contudo, que a médium
estivesse ausente ou
irresponsável. Junto de
seu corpo, agia como mãe
generosa, auxiliando o
sofredor que por ela se
exprimia, qual se fora
frágil protegido de sua
bondade. (Cap. 8, págs.
72 a 74)
32. Vantagens da
psicofonia consciente
- A entidade
comunicante,
imensamente inferior a
Celina, não lhe podia
resistir. Permanecia
agressivo como antes,
mas, porque a mente
superior subordina as
que se lhe situam à
retaguarda, nos
domínios do espírito,
via-se controlado em
suas menores expressões.
Impelido a
obedecer-lhe,
recebia-lhe as energias
mentais constringentes
que o obrigavam a
sustentar-se em
respeitosa atitude,
embora revoltado. Com a
doutrinação, o ex-tirano
rural começou a
assimilar alguma réstia
de luz. Celina se
lembraria das palavras
pronunciadas pelo
comunicante? Se
quisesse, poderia
recordá-las, com
esforço, mas não havia
vantagem efetiva nisso.
Hilário observou que
Dona Eugênia, com sua
psicofonia consciente,
exercia um controle
mais direto sobre o
comunicante, ao passo
que Dona Celina, embora
o vigiasse, deixava-o
mais à vontade, mais
livre... Se Celina não
fosse a trabalhadora
hábil, capaz de intervir
a tempo, não seria
preferível a faculdade
de Eugênia? O Assistente
concordou: "O
sonambulismo puro,
quando em mãos
desavisadas, pode
produzir belos
fenômenos, mas é menos
útil na construção
espiritual do bem. A
psicofonia
inconsciente, naqueles
que não possuem méritos
morais suficientes à
própria defesa, pode
levar à possessão,
sempre nociva, e que,
por isso, apenas se
evidencia integral nos
obsessos que se
renderam às forças
vampirizantes". Sendo o
comunicante uma
inteligência poderosa,
mas degenerada e
perversa, a fiscalização
seria feita pelos
mentores da casa. (Cap.
8, págs. 74 a 76)
33. Ataque epiléptico
- Atendendo às
recomendações do
supervisor do grupo, os
guardas admitiram a
passagem de uma entidade
evidentemente aloucada,
que atravessou, de
chofre, as linhas
vibratórias de
contenção,
vociferando, frenética:
"Pedro! Pedro!..." Ela
parecia ter a visão
centralizada num
cavalheiro doente,
postado na pequena fila
de quatro pessoas que
foram à Casa Espírita à
cata de socorro, porque
nada mais fixava além
dele. Alcançando o irmão
encarnado, este, de
súbito, desfechou um
grito agudo e caiu
desamparado.
Imediatamente, sob o
comando de Clementino,
Raul Silva determinou
que o rapaz fosse
transferido para um
leito de câmara próxima,
isolando-o da
assistência. Pedro e o
obsessor que o jugulava
pareciam agora fundidos
um no outro. Eram dois
contendores
engalfinhados em luta
feroz. Olhando o enfermo
encarnado com mais
atenção, André concluiu
que o ataque
epiléptico, com toda a
sua clássica
sintomatologia, surgia
claramente
reconhecível. O doente
tinha a face
transfigurada por
indefinível palidez, os
músculos jaziam
tetanizados e a cabeça,
exibindo os dentes
cerrados, mostrava-se
flectida para trás,
enquanto os braços se
assemelhavam a dois
galhos de arvoredo,
quando retorcidos pela
tempestade. Dona Celina
(uma das médiuns)
e a mãe do rapaz
acomodaram-no na cama e
iam orar, quando a
rigidez do corpo se fez
sucedida de estranhas
convulsões a se
estenderem aos olhos
que se moviam em
reviravoltas contínuas.
A lividez do rosto deu
lugar à vermelhidão que
invadiu as faces
congestas. A respiração
tornou-se angustiada e
os esfíncteres se
relaxaram, convertendo
o enfermo em torturado
vencido. (N.R.:
Esfíncter: designação
comum a diversos
músculos anulares com
que se apertam ou
alargam vários ductos
naturais do corpo.)
O insensível perseguidor
como que se entranhou no
corpo da vítima e
pronunciou duras
palavras, que só André
e seus companheiros
puderam ouvir, de vez
que as funções
sensoriais de Pedro
mostravam-se em
deplorável inibição.
(Cap. 9, págs. 77 a 79)
(Continua no próximo
número.)