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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 172 - 22 de Agosto de 2010

JOSÉ ARGEMIRO DA SILVEIRA
joseargemirosilveira@gmail.com
Ribeirão Preto, São Paulo (Brasil)
 

Divulgação eficaz


“Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus-Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação”.
   

O texto acima transcrito é de Emmanuel, e integra o último cap. do livro “Estude e Viva”, editado pela Federação Espírita Brasileira, dos autores Emmanuel e André Luiz, através dos médiuns Francisco C. Xavier e Waldo Vieira. Com base no texto citado de início surgiu a frase erroneamente atribuída a Emmanuel, muito usada pelos meios de comunicação: “A maior caridade que se pode fazer para o Espiritismo é a sua própria divulgação”, que tem um sentido bem diferente daquela escrita por Emmanuel.  O instrutor espiritual fala dos sofrimentos das pessoas de um modo geral e lembra que a Doutrina Espírita tem condições de socorrer essas pessoas porque esclarece as causas dos sofrimentos, mostra a finalidade da dor, e, assim, consola com eficiência. Convida ao estudo de Allan Kardec, à luz da mensagem de Jesus, e conclui: “... seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade de sua própria divulgação”.

A divulgação sugerida é pelo exemplo ou pela atitude, na ação ou na palavra, e isto é uma espécie de caridade. Notemos que “é uma espécie de caridade”, não a maior caridade. Será que existe uma caridade maior do que as outras? O ser humano é paradoxal. Sabemos os benefícios da evolução espiritual, mas estamos mais interessados na evolução dos outros, queremos que os outros se eduquem, se aperfeiçoem, e nos esquecemos do trabalho individual, em favor de nossa própria transformação interior. Emmanuel, no texto em estudo, fala da necessidade de nossa própria transformação. É claro que devemos divulgar o Espiritismo, sem nos esquecermos que não basta falar para os outros. Temos que refletir para sentir os ensinos e nos empenharmos em aplicá-los, pelo menos em parte. Sem esta condição, como disse Paulo, seremos como um sino que apenas produz som.

É mais importante ser bom do que fazer o bem. A pessoa boa, mais evoluída, é uma página viva do evangelho onde quer que esteja. Seus pensamentos bons, sua boa vibração, suas atitudes corretas estão sempre alimentando o bem, nela e nos outros. “Fazer o bem” pode ser algo esporádico. É um bom princípio, um aprendizado, ainda não é uma conquista.

Vale lembrar algumas reflexões de Bezerra de Menezes, pelo médium Francisco C. Xavier, que estão no livro “Taça de Luz”, edição LAKE, lição “Nos Serviços de Cura”: “Não há segurança definitiva para nós se apenas fazemos luz na residência dos vizinhos. É imprescindível acendê-la no próprio coração”;

“Não nos sintamos garantidos pela certeza de ensinarmos o bem a outrem. É imperioso cultivá-lo por nossa vez”;

“Não é serviço completo a ministração da verdade construtiva ao próximo. Preparemos o coração para ouvi-la de outros lábios, com referência às nossas próprias necessidades, sem irritação e sem revolta”.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita