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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 172 - 22 de Agosto de 2010

VALCI SILVA
valcipsi@terra.com.br
Tupã, São Paulo (Brasil)

 

A vida em família


É sabido que a vida em família inicia-se, geralmente, na união de duas pessoas. Em assim sendo, quais são os fins essenciais do casamento? Podemos afirmar sem dúvida alguma que é para a criação de vínculos de amor, compreensão e fidelidade entre marido e mulher, assegurando-lhes o equilíbrio emocional. Para sermos felizes, todos precisamos de um parceiro (a) com quem partilhar ansiedades, resolver problemas do cotidiano, confiar triunfos e reveses e, principalmente, realizar nossos desejos de dar e receber carinho.  

Como consequência, o casal busca a procriação e, tornando-nos pais, não apenas damos cumprimento a uma lei natural, instituída por Deus, como enriquecemos a nossa vida, pois se os filhos nos impõem encargos, também nos motivam a procura de ideais nobres. Isso nos remete para a estrutura do lar como fator de progresso de todos. Se o lar falhar nos seus deveres para com a criança, muito provavelmente ela também falhará nos seus deveres para consigo mesma, para com a família, para com a sociedade e para com Deus.  

Ensinam os Espíritos que “quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços de carne, mas também pelos da alma a fim de que a afeição mútua dos esposos se transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir”. Isto que dizer que o casal precisa de uma vida estável e equilibrada. Qual é a importância desta conduta? Para que uma família seja equilibrada é necessário que o casal esteja e deva ajustar as condições para vencer os obstáculos que a vida apresente, se ambos se respeitarem e buscarem permanentemente pontos de concordância, pois só assim encontrarão juntos a solução para os pontos de divergências. Segundo Emmanuel: “através do casal funciona o princípio da reencarnação, de acordo com as leis divinas, possibilitando um dos trabalhos mais elevados de ação do mundo espiritual”. André Luiz (Espírito) ensina que “o lar é conquista sublime que os homens vão realizando vagarosamente”. Isto quer dizer que o Espírito traz consigo vocação para a união conjugal? É Emmanuel quem orienta: “os deveres assumidos, no campo do amor, no presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no coração, e não se danificarão os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na próxima vida”. O benfeitor espiritual continua a orientar: “os Espíritos situados na faixa de evolução mediana ou acima desta participam mais ou menos ativamente de sua programação reencarnatória e, geralmente, pedem retorno justamente com credores e devedores do passado em ambientes e situações semelhantes às que já viveram e que constituíram obstáculos em suas caminhadas evolutivas...” 

Diante de tal explanação, esclarecemos que as reencarnações podem ser de: reajuste e resgate; iniciativa e continuidade; lição e sacrifício; dívidas e créditos; progresso e aperfeiçoamento e recuperação e missão. Os casamentos podem ser acertados, ou não, quando ainda nos encontramos no mundo espiritual e podem ser classificados na seguinte ordem: 1- casamentos sublimados, sendo a união de almas engrandecidas no bem, que se unem com a finalidade elevada para realizações de interesse geral. O maior exemplo foi Maria e José, pais de Jesus de Nazaré. 2- casamento feliz: são almas que possuem grande afinidade. São bastante esclarecidas, que se amam e se consolidam afeições antigas, o que não quer dizer que não enfrentam problemas. No entanto, são facilmente resolvidos em razão da grande afinidade que possuem. 3- casamento sacrificial: nestes há sacrifícios, renúncia e desprendimento de um dos cônjuges em favor do outro. Um deles apresenta moral bastante elevada e o outro a apresenta bastante baixa. 4- casamento acidental: ocorre entre as almas que não têm comprometimento espiritual anterior, assim como não há nenhuma programação entre elas para a vida presente, é um imprevisto, que ocorre por atração momentânea e de interesses. 5- casamento provacional: são os casamentos em que um dos cônjuges já expiou pelos erros cometidos na vida a dois em encarnação anterior. São casamentos em que ambos serão avaliados no grau de aprendizado e da vivência das leis divinas. 6- casamento expiatório: os Espíritos são devedores e possuem dívidas que precisam ser quitadas, entre eles mesmos ou perante as leis divinas. Normalmente são casamentos difíceis de serem suportados, marcados por trovoadas e tempestades... Porém, o casal pode superar as adversidades, modificando o estado da união.  

Quais seriam diante destas realidades as causas importantes para o sucesso do matrimônio e da família? A intensa capacidade de afeto ou grande consideração, a maturidade emocional, a habilidade em comunicar-se, a disposição constante de se alegrar com o outro e de participar de acontecimentos com ele, a habilidade em lidar com tensões e diferenças, de forma construtiva, a disposição e bom humor, o conhecimento e aceitação dos limites do outro e a capacidade de perdoar. Mesmo entre os casais onde haja grande sentimento ou amor, não havendo estes atributos, dificilmente o casal logrará êxito na jornada encarnatória, desperdiçando oportunidade valiosa de crescimento e evolução. É preciso, portanto, preparar-se para a vida, em todos os sentidos, para que quando surja a oportunidade de se viver com outrem, estejamos minimamente preparados para a vida a dois e, consequentemente, a vida em família.
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita