MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
12)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. No fenômeno da
possessão que é que se
observa no paciente?
Primeiro, ele fica
incapaz de qualquer
domínio sobre si mesmo.
No caso de Pedro (o
obsidiado), Aulus
informou: "Todas as
células do córtex sofrem
o bombardeio de emissões
magnéticas de natureza
tóxica. Os centros
motores estão
desorganizados. Todo o
cerebelo está empastado
de fluidos deletérios.
As vias do equilíbrio
aparecem completamente
perturbadas". Pedro não
dispunha de controle
para governar-se, nem de
memória comum para
registrar a ocorrência.
Mas isso somente no
setor da forma de
matéria densa, visto
que, em espírito, ele
arquivava todas as
particularidades da
situação em que se
encontrava, de modo a
enriquecer o patrimônio
das próprias
experiências. O
Assistente explicou que
estavam diante de um
transe mediúnico de
baixo teor, embora na
linguagem médica o fato
constituísse um ataque
epiléptico, porquanto
ali se via a associação
de duas mentes
desequilibradas, a
prender-se às teias do
ódio recíproco.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 9,
págs. 79 a 81.)
B. A oração pode ajudar
de algum modo em casos
assim?
Sim. E foi isso que a
médium Celina,
percebendo a dificuldade
para atingir o obsessor
com a palavra falada,
buscou, com o auxílio de
Aulus. Formulou, então,
vibrante prece,
implorando a Compaixão
Divina para os
infortunados
companheiros que ali se
digladiavam inutilmente.
As palavras da médium
libertaram jactos de
força luminescente a lhe
saltarem das mãos e a
envolverem em sensações
de alívio os
participantes do
conflito. O
perseguidor, qual se
houvesse aspirado alguma
substância anestesiante,
se desprendeu
automaticamente da
vítima, que repousou,
enfim, num sono profundo
e reparador. O obsessor
foi, então, conduzido,
semiadormecido, a um
local de emergência e
Dona Celina ofereceu um
pouco d'água
fluidificada à chorosa
e assustadiça genitora
do enfermo.
(Obra citada, cap. 9,
págs. 81 e 82.)
C. Onde se radicava a
causa da obsessão
sofrida por Pedro?
Na derradeira metade do
século 19, Pedro era um
médico que abusava da
missão de curar. Uma
análise mental
particularizada
identificá-lo-ia em
numerosas aventuras
menos dignas. O
perseguidor que
presentemente lhe
dominava as energias
era-lhe irmão
consanguíneo, cuja
esposa nosso amigo
doente de agora procurou
seduzir. Para isso,
insinuou-se de formas
diversas, além de
prejudicar o irmão em
todos os seus interesses
econômicos e sociais,
até incliná-lo à
internação num hospício,
onde estacionou por
muitos anos, aparvalhado
e inútil, à espera da
morte. Desencarnando e
encontrando-o na posse
da mulher, desvairou-se
no ódio de que passou a
nutrir-se.
Martelou-lhes, então, a
existência e
aguardou-o,
além-túmulo, onde os
três se reuniram em
angustioso processo de
regeneração. A
companheira, menos
culpada, foi a primeira
a retornar ao mundo,
onde mais tarde recebeu
o médico delinquente nos
braços maternais, como
seu próprio filho,
purificando o amor de
sua alma. O irmão
atraiçoado de outro
tempo, todavia, não
encontrou forças para
modificar-se e
continuava
vampirizando-o,
obstinado no ódio a que
se rendeu
impensadamente".
(Obra citada, cap. 9,
págs. 82 e 83.)
Texto para leitura
34. Possessão
completa - Dona
Celina, afagando o
doente, pressentiu a
gravidade do mal e
registrou a presença do
Espírito infeliz. André
percebeu-lhe a cautela
para não se apassivar, a
fim de seguir, por si
própria, todos os
trâmites de socorro. Ela
tentou estabelecer um
entendimento com o
verdugo, mas em vão. Sem
acolher-lhe os apelos
comovedores, o
desventurado continuou
gritando: "Vingar-me-ei!
vingar-me-ei! Farei
justiça por minhas
próprias mãos!..." Suas
repreensões injuriosas
apagavam-se, contudo, na
sombra, porquanto não
conseguiam
exteriorizar-se
através das cordas
vocais da vítima, a
contorcer-se. Pedro
continuou ligado
plenamente ao algoz que
o tomara de inopino. O
córtex cerebral
apresentava-se envolvido
de escura massa
fluídica, e o moço era
incapaz de qualquer
domínio sobre si mesmo.
O Assistente,
acariciando-lhe a
fronte suarenta,
informou, compadecido:
"É a possessão completa
ou a epilepsia
essencial". O enfermo
encontrava-se
inconsciente. "Todas as
células do córtex –
acrescentou Aulus –
sofrem o bombardeio de
emissões magnéticas de
natureza tóxica. Os
centros motores estão
desorganizados. Todo o
cerebelo está empastado
de fluidos deletérios.
As vias do equilíbrio
aparecem completamente
perturbadas". Pedro não
dispunha de controle
para governar-se, nem de
memória comum para
registrar a ocorrência.
Mas isso somente no
setor da forma de
matéria densa, visto
que, em espírito, ele
arquivava todas as
particularidades da
situação em que se
encontrava, de modo a
enriquecer o patrimônio
das próprias
experiências. O
Assistente explicou que
estavam diante de um
transe mediúnico de
baixo teor, embora na
linguagem médica o fato
constituísse um ataque
epiléptico, porquanto
ali se via a associação
de duas mentes
desequilibradas, a
prender-se às teias do
ódio recíproco. Era
assim que Pedro se
achava, nas regiões
inferiores, antes da
presente reencarnação.
Havendo por muitos anos
rolado, ele e o
adversário, nas zonas
purgatoriais, em franco
duelo, tinha melhorado
e os reencontros de
ambos eram mais
espaçados. (Cap. 9,
págs. 79 a 81)
35. A
ajuda da prece
- Percebendo a
dificuldade para atingir
o obsessor com a palavra
falada, Dona Celina, com
o auxílio de Aulus,
formulou vibrante
prece, implorando a
Compaixão Divina para os
infortunados
companheiros que ali se
digladiavam inutilmente.
As palavras da médium
libertaram jactos de
força luminescente a lhe
saltarem das mãos e a
envolverem em sensações
de alívio os
participantes do
conflito. O
perseguidor, qual se
houvesse aspirado alguma
substância anestesiante,
se desprendeu
automaticamente da
vítima, que repousou,
enfim, num sono profundo
e reparador. O obsessor
foi conduzido,
semiadormecido, a um
local de emergência e
Dona Celina ofereceu um
pouco d'água
fluidificada à chorosa
e assustadiça genitora
do enfermo. Aludindo ao
fenômeno que haviam
presenciado, o
Assistente mostrou a
Hilário a importância da
frequência daquele rapaz
naquela Casa, onde, aos
poucos, recolheria
forças para refazer-se,
do mesmo modo que uma
planta raquítica
encontra estímulo para
a sua restauração no
adubo que lhe oferecem.
"Dia a dia, ao contacto
de amigos orientados
pelo Evangelho, ele e o
desafeto – esclareceu
Aulus – incorporarão
abençoados valores em
matéria de compreensão e
serviço, modificando
gradativamente o campo
de elaboração das
forças mentais.
Sobrevirá, então, um
aperfeiçoamento de
individualidades, a fim
de que a fonte mediúnica
surja, mais tarde, tão
cristalina quanto
desejamos. Salutares e
renovadores pensamentos
assimilados pela dupla
de sofredores em foco
expressam melhoria e
recuperação para ambos,
porque, na imantação
recíproca em que se
veem, as ideias de um
reagem sobre o outro,
determinando alterações
radicais." E
acrescentou: "Aparelhos
mediúnicos valiosos
naturalmente não se
improvisam. Como todas
as edificações
preciosas, reclamam
esforço, sacrifício,
coragem, tempo... E sem
amor e devotamento, não
será possível a criação
de grupos e instrumentos
louváveis, nas tarefas
de intercâmbio". (Cap.
9, págs. 81 e 82)
36. O caso Pedro
- O Assistente informou
então que Pedro, o
enfermo, estava preso a
significativo montante
de débitos com o passado
e que ninguém pode
avançar livremente para
o amanhã sem solver os
compromissos do
passado. Por esse
motivo, ele trazia
consigo aflitiva
mediunidade de
provação. "É da Lei que
ninguém se emancipe sem
pagar o que deve. A
rigor, por isso, deve
ser encarado como
enfermo, requisitando
carinho e tratamento",
asseverou Aulus. Em
seguida, tocando a
fronte de Pedro,
auscultou-a
demoradamente e,
decorridos alguns
instantes de silêncio,
informou que o verdugo
de hoje fora vítima
ontem: "Na derradeira
metade do século findo,
Pedro era um médico que
abusava da missão de
curar. Uma análise
mental particularizada
identificá-lo-ia em
numerosas aventuras
menos dignas. O
perseguidor que
presentemente lhe domina
as energias era-lhe
irmão consanguíneo, cuja
esposa nosso amigo
doente de agora procurou
seduzir. Para isso,
insinuou-se de formas
diversas, além de
prejudicar o irmão em
todos os seus interesses
econômicos e sociais,
até incliná-lo à
internação num hospício,
onde estacionou por
muitos anos, aparvalhado
e inútil, à espera da
morte. Desencarnando e
encontrando-o na posse
da mulher, desvairou-se
no ódio de que passou a
nutrir-se.
Martelou-lhes, então, a
existência e
aguardou-o,
além-túmulo, onde os
três se reuniram em
angustioso processo de
regeneração. A
companheira, menos
culpada, foi a primeira
a retornar ao mundo,
onde mais tarde recebeu
o médico delinquente nos
braços maternais, como
seu próprio filho,
purificando o amor de
sua alma. O irmão
atraiçoado de outro
tempo, todavia, ainda
não encontrou forças
para modificar-se e
continua vampirizando-o,
obstinado no ódio a que
se rendeu
impensadamente".
Resumido o caso de
Pedro, o Assistente
concluiu: "Penetramos
forçosamente no inferno
que criamos para os
outros, a fim de
experimentarmos, por
nossa vez, o fogo com
que afligimos o próximo.
Ninguém ilude a justiça.
As reparações podem ser
transferidas no tempo,
mas são sempre fatais".
(Cap. 9, págs. 82 e 83)
(Continua no próximo
número.)