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Estudando a série André Luiz
Ano 4 - N° 173 - 29 de Agosto de 2010

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

 

Nos Domínios da Mediunidade

André Luiz

(Parte 12)

Damos continuidade ao estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. No fenômeno da possessão que é que se observa no paciente?

Primeiro, ele fica incapaz de qualquer domínio sobre si mesmo. No caso de Pedro (o obsidiado), Aulus informou: "Todas as células do córtex sofrem o bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão de­sorganizados. Todo o cerebelo está empastado de flui­dos deletérios. As vias do equilíbrio aparecem completamente perturba­das". Pedro não dis­punha de controle para governar-se, nem de memória comum para regis­trar a ocorrência. Mas isso somente no setor da forma de matéria densa, visto que, em espírito, ele arquivava todas as par­ticularidades da situação em que se encontrava, de modo a enriquecer o patrimônio das próprias experiências. O Assistente explicou que esta­vam diante de um transe mediúnico de baixo teor, embora na linguagem médica o fato constituísse um ataque epiléptico, porquanto ali se via a associação de duas mentes desequilibradas, a prender-se às teias do ódio recí­proco. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 9, págs. 79 a 81.) 

B. A oração pode ajudar de algum modo em casos assim?

Sim. E foi isso que a médium Celina, percebendo a dificuldade para atingir o obsessor com a palavra falada, buscou, com o auxílio de Aulus. Formulou, então, vi­brante prece, implorando a Compaixão Divina para os infortunados com­panheiros que ali se digladiavam inutilmente. As palavras da médium libertaram jactos de força luminescente a lhe saltarem das mãos e a envolverem em sensações de alívio os participantes do conflito. O per­seguidor, qual se houvesse aspirado alguma substância anestesiante, se desprendeu automaticamente da vítima, que repousou, enfim, num sono profundo e reparador. O obsessor foi, então, conduzido, semiadormecido, a um local de emergência e Dona Celina ofereceu um pouco d'água fluidifi­cada à chorosa e assustadiça genitora do enfermo. (Obra citada, cap. 9, págs. 81 e 82.) 

C. Onde se radicava a causa da obsessão sofrida por Pedro?

Na derra­deira metade do século 19, Pedro era um médico que abusava da missão de curar. Uma análise mental particularizada identificá-lo-ia em numerosas aventuras menos dignas. O perseguidor que presentemente lhe dominava as energias era-lhe irmão consanguíneo, cuja esposa nosso amigo doente de agora procurou seduzir. Para isso, insinuou-se de formas di­versas, além de prejudicar o irmão em todos os seus interesses econô­micos e sociais, até incliná-lo à internação num hospício, onde esta­cionou por muitos anos, aparvalhado e inútil, à espera da morte. De­sencarnando e encontrando-o na posse da mulher, desvairou-se no ódio de que passou a nutrir-se. Martelou-lhes, então, a existência e aguar­dou-o, além-túmulo, onde os três se reuniram em angustioso processo de regeneração. A companheira, menos culpada, foi a primeira a retornar ao mundo, onde mais tarde recebeu o médico delinquente nos braços ma­ternais, como seu próprio filho, purificando o amor de sua alma. O ir­mão atraiçoado de outro tempo, todavia, não encontrou forças para modificar-se e continuava vampirizando-o, obstinado no ódio a que se rendeu impensadamente". (Obra citada, cap. 9, págs. 82 e 83.) 

Texto para leitura 

34. Possessão completa - Dona Celina, afagando o doente, pressentiu a gravidade do mal e registrou a presença do Espírito infeliz. André percebeu-lhe a cautela para não se apassivar, a fim de seguir, por si própria, todos os trâmites de socorro. Ela tentou estabelecer um en­tendimento com o verdugo, mas em vão. Sem acolher-lhe os apelos como­vedores, o desven­turado continuou gritando: "Vingar-me-ei! vingar-me-ei! Farei justiça por minhas próprias mãos!..." Suas repreensões inju­riosas apagavam-se, contudo, na sombra, porquanto não conseguiam exte­riorizar-se atra­vés das cordas vocais da vítima, a contorcer-se. Pedro continuou li­gado plenamente ao algoz que o tomara de inopino. O cór­tex cerebral apresentava-se envolvido de escura massa fluídica, e o moço era inca­paz de qualquer domínio sobre si mesmo. O Assistente, acari­ciando-lhe a fronte suarenta, informou, compadecido: "É a possessão completa ou a epilepsia essencial". O enfermo encontrava-se inconsciente. "Todas as células do córtex – acrescentou Aulus – sofrem o bombardeio  de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão de­sorganizados. Todo o cerebelo está empastado de flui­dos deletérios. As vias do equilíbrio aparecem completamente perturba­das". Pedro não dis­punha de controle para governar-se, nem de memória comum para regis­trar a ocorrência. Mas isso somente no setor da forma de matéria densa, visto que, em espírito, ele arquivava todas as par­ticularidades da situação em que se encontrava, de modo a enriquecer o patrimônio das próprias experiências. O Assistente explicou que esta­vam diante de um transe mediúnico de baixo teor, embora na linguagem médica o fato constituísse um ataque epiléptico, porquanto ali se via a associação de duas mentes desequilibradas, a prender-se às teias do ódio recí­proco. Era assim que Pedro se achava, nas regiões inferiores, antes da presente reencarnação. Havendo por muitos anos rolado, ele e o adver­sário, nas zonas purgatoriais, em franco duelo, tinha me­lhorado e os reencontros de ambos eram mais espaçados. (Cap. 9, págs. 79 a 81) 

35. A ajuda da prece - Percebendo a dificuldade para atingir o obsessor com a palavra falada, Dona Celina, com o auxílio de Aulus, formulou vi­brante prece, implorando a Compaixão Divina para os infortunados com­panheiros que ali se digladiavam inutilmente. As palavras da médium libertaram jactos de força luminescente a lhe saltarem das mãos e a envolverem em sensações de alívio os participantes do conflito. O per­seguidor, qual se houvesse aspirado alguma substância anestesiante, se desprendeu automaticamente da vítima, que repousou, enfim, num sono profundo e reparador. O obsessor foi conduzido, semiadormecido, a um local de emergência e Dona Celina ofereceu um pouco d'água fluidifi­cada à chorosa e assustadiça genitora do enfermo. Aludindo ao fenômeno que haviam presenciado, o Assistente mostrou a Hilário a importância da frequência daquele rapaz naquela Casa, onde, aos poucos, recolheria forças para refazer-se, do mesmo modo que uma planta raquítica encon­tra estímulo para a sua restauração no adubo que lhe oferecem. "Dia a dia, ao contacto de amigos orientados pelo Evangelho, ele e o desafeto – esclareceu Aulus – incorporarão abençoados valores em matéria de compreensão e serviço, modificando gradativamente o campo de elabora­ção das forças mentais. Sobrevirá, então, um aperfeiçoamento de indi­vidualidades, a fim de que a fonte mediúnica surja, mais tarde, tão cristalina quanto desejamos. Salutares e renovadores pensamentos assi­milados pela dupla de sofredores em foco expressam melhoria e recupe­ração para ambos, porque, na imantação recíproca em que se veem, as ideias de um reagem sobre o outro, determinando alterações radicais." E acrescentou: "Aparelhos mediúnicos valiosos naturalmente não se im­provisam. Como todas as edificações preciosas, reclamam esforço, sa­crifício, coragem, tempo... E sem amor e devotamento, não será possí­vel a criação de grupos e instrumentos louváveis, nas tarefas de in­tercâmbio". (Cap. 9, págs. 81 e 82) 

36. O caso Pedro - O Assistente informou então que Pedro, o enfermo, estava preso a significativo montante de débitos com o passado e que ninguém pode avançar livremente para o amanhã sem solver os compromis­sos do passado. Por esse motivo, ele trazia consigo aflitiva mediuni­dade de provação. "É da Lei que ninguém se emancipe sem pagar o que deve. A rigor, por isso, deve ser encarado como enfermo, requisitando carinho e tratamento", asseverou Aulus. Em seguida, tocando a fronte de Pedro, auscultou-a demoradamente e, decorridos alguns instantes de silêncio, informou que o verdugo de hoje fora vítima ontem: "Na derra­deira metade do século findo, Pedro era um médico que abusava da mis­são de curar. Uma análise mental particularizada identificá-lo-ia em numerosas aventuras menos dignas. O perseguidor que presentemente lhe domina as energias era-lhe irmão consanguíneo, cuja esposa nosso amigo doente de agora procurou seduzir. Para isso, insinuou-se de formas di­versas, além de prejudicar o irmão em todos os seus interesses econô­micos e sociais, até incliná-lo à internação num hospício, onde esta­cionou por muitos anos, aparvalhado e inútil, à espera da morte. De­sencarnando e encontrando-o na posse da mulher, desvairou-se no ódio de que passou a nutrir-se. Martelou-lhes, então, a existência e aguar­dou-o, além-túmulo, onde os três se reuniram em angustioso processo de regeneração. A companheira, menos culpada, foi a primeira a retornar ao mundo, onde mais tarde recebeu o médico delinquente nos braços ma­ternais, como seu próprio filho, purificando o amor de sua alma. O ir­mão atraiçoado de outro tempo, todavia, ainda não encontrou forças para modificar-se e continua vampirizando-o, obstinado no ódio a que se rendeu impensadamente". Resumido o caso de Pedro, o Assistente con­cluiu: "Penetramos forçosamente no inferno que criamos para os outros, a fim de experimentarmos, por nossa vez, o fogo com que afligimos o próximo. Ninguém ilude a justiça. As reparações podem ser transferidas no tempo, mas são sempre fatais". (Cap. 9, págs. 82 e 83) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita