PEDRO DE ALMEIDA
LOBO
lobocmemtms@terra.com.br
Campo Grande,
Mato Grosso do
Sul (Brasil)
Linguagem do amor,
que é Deus
Conta uma
história que uma
menina, aos 14
anos de idade,
fora acometida
por uma doença
oftalmológica
que redundou
numa deficiência
visual em ambas
as vistas.
Enquanto ainda
enxergava, sua
paixão era a
pintura em tela.
De fato, pintava
muito bem.
Para evitar
traumatismo
psicológico,
seus pais
resolveram mudar
para uma cidade
distante e
desconhecida,
que era um
verdadeiro
celeiro de
grandes e
renomados
artistas, e
aonde era, de
praxe, todo
final de ano,
realizar um
concurso
incluindo várias
modalidades de
artes. Ela,
humildemente, se
inscreveu na
categoria
pintura.
No dia da
proclamação do
resultado, o
anfiteatro
estava com sua
capacidade
máxima. A
curiosidade
preponderava
dentre os
concorrentes de
sempre. Para
surpresa geral,
ao serem
anunciados e
exibidos os 3
quadros
vencedores,
depois de
acirrada disputa,
o nome do autor
daquele que se
consagrou em
primeiro lugar
era totalmente
desconhecido.
Causou espanto,
ao constatarem
que se tratava
de uma
deficiente
visual. A
notícia soou
forte dose de
suspeitas de
irregularidade,
no tocante à
seriedade do
julgamento.
Constatada a
veracidade do
fato, os
responsáveis
pelo concurso,
para se
resguardarem das
imprevisíveis
consequências,
reuniram-se e,
por unanimidade,
adicionaram uma
cláusula de
última hora,
para que fossem
comprovadas a
veracidade do
autor da obra e
a seriedade dos
julgadores.
O vencedor da
obra
classificada em
primeiro lugar
deveria pintar
um quadro na
frente da banca
julgadora.
Imediatamente
foram
providenciados
pincéis e tela.
O presidente da
comissão
julgadora disse
àquela menina:
– Você tem 5
minutos para
pintar o que
você quiser.
Ela lhe
perguntou:
– Qual o santo
de sua devoção?
Resposta:
– Sagrado
Coração de
Jesus.
Em alguns
minutos, um
lindo quadro com
a imagem desse
Santo estava
pintado. A
plateia
emocionada
murmurava,
enquanto o
responsável,
admirado, lhe
pergunta:
– Menina, como
você pôde fazer
isso?
Ela respondeu: –
A Mamãe Natureza
permite que os
“deficientes
físicos” laborem
através de
múltiplos
sentidos e pela
linguagem do
Amor, que é
Deus.