DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Paulo, SP (Brasil)
Cuidado,
podem fechar
o centro!
Espíritos das trevas
podem fechar centros
espíritas? Entidades
ignorantes e endurecidas
são tão poderosas a
ponto de porem fim a uma
casa espírita? Um orador
afirmou que sim,
especialmente, por
motivo de rivalidades,
de ciumeiras e de
invejas entre os
médiuns.
Certo orador falou sobre
esse caso com uma
impetuosidade tal que,
provavelmente, deve ter
dado arrepios em seus
espectadores. Outro dia,
assisti a um DVD de um
simpósio relativo a
problemas de
relacionamento na casa
espírita. Após o orador
imitar trejeitos e usar
de ditos espirituosos
característicos do
inigualável tribuno
Divaldo Pereira Franco,
deu-me a impressão de
estar assistindo a um
desses vigários de ou
sem batina, proferindo
“ameaças” do famoso
Diabo.
Ora! Uma casa espírita,
devidamente
estabelecida, jamais a
fecharão. Nada ocorre
por acaso. Uma genuína
instituição espírita não
se funda à toa: ela é
resultante de um fim
providencial. Não vai
ser por culpa de um
grupelho de vaidosos e
egoístas que uma delas
terá as suas portas
cerradas. O núcleo
espírita é de inspiração
divina, e abre as suas
portas em favor dos
filhos de Deus para que
estes O reencontrem.
Criaturas do estágio
físico reunidas numa
casa espírita não se
acham dentro dela a
esmo. Foi tudo muito
previamente planejado,
em especial, relativo à
parte administrativa com
a incumbência de manter,
zelar pela sua
constituição, sobretudo,
pela funcionalidade dos
fins a que se destina. O
centro espírita
representa ensejo de
semeadura de luz no solo
dos corações, projeto de
amor dos Luminares do
Esclarecimento e da
Benevolência.
Grande
caminhada
Num centro, pode-se dar
os primeiros passos para
a grande caminhada
transformacional da
Humanidade, para o
melhoramento de cada
indivíduo, o que
naturalmente acontece
pouco a pouco. Há,
portanto, da parte
daqueles que elaboraram
o núcleo espírita, nas
dimensões invisíveis, um
grande interesse no
progresso dos seus
diretores, trabalhadores
e frequentadores, e é
claro, tudo dependendo
do livre-arbítrio de
cada um, tudo dependendo
de uma sintonia para a
perfeita integração com
o Lado de Lá.
E essa sintonia, essa
integração, para o bom
êxito de um
Espiritismo cristão
e humanitário
(palavras de Mestre
Allan Kardec), tem a ver
com a prática do que
ensinam os Espíritos
Superiores. A casa
espírita resume-se,
pois, em um templo
previamente escolhido
para união com as Forças
do Alto, sob a égide do
amor e caridade
incondicionais.
Não há outro móbil, tal
a razão na qual se apoia
um centro espírita no
mundo. Na casa espírita,
há de subsistir a
benevolência e o amor ao
próximo por amor a Deus,
e os seus dirigentes
farão penetrar nas
massas a necessidade de
uma reforma íntima já
neles iniciada. No
entanto, a criatura
humana, Espírito
encarnado passível de
falhas, sabedora dessas
coisas, deixa-se dominar
por seus reconhecidos
defeitos morais, em
detrimento do trabalho.
O sentimento excessivo
da própria
personalidade, o pendor
à monopolização da
atenção, a presunção e
outros defeitos pessoais
do indivíduo como
vaidade, ciúme, inveja
e, por consequência, o
despeito tumultuam a
obra. Através de
mesquinhas rivalidades,
da indisciplina, das
hesitações causadas por
algumas ideias, é aí
que, de permeio, ocorre
a ingerência dos
Espíritos malfazejos.
Interessados na
discordância entre um
grupo invigilante ou
entre grupos, veem
concretizar-se
dispersões e antipatias.
No começo
são flores
Toda obra fraterna de
amor e orientação, em
geral, desperta sempre o
interesse de muitos.
Tudo no começo parece
perfeito: ideias
recebidas com
entusiasmo, voluntários
mostram-se dispostos
ante a possibilidade de
abraçarem logo as
funções que a casa
espírita disponibiliza;
sugestões (algumas até
sem cabimento), projetos
e indicações não faltam.
O núcleo espírita,
admitamos, não deixa de
ser também uma
instituição possuidora
de estrutura
administrativa na qual
se deve respeitar normas
e cargos; trata-se de um
organismo fundamentado
na legalidade, igual a
qualquer empresa, ainda
que sem fins lucrativos.
Mas, na hora em que
surgem as lideranças
impondo condições
disciplinares,
requisitando destaques,
formam-se os grupelhos
das críticas
condenatórias, surgem os
blocos discriminatórios
e a ala da ciumeira;
daí, queixas,
insatisfações,
maledicências, e o
abandono das tarefas.
Dependendo do
agravamento do caso, o
centro pode até
suspender suas
atividades sim. No
entanto, outros virão a
fim de reassumi-las,
visto que casas
espíritas não significam
apenas construções de
alvenaria, limitadas por
paredes e teto, com CNPJ
(Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas),
estatuto e alvará de
funcionamento, a ocupar
um espaço de terreno.
Acima dos homens e
apesar dos homens, está
Deus desejoso do retorno
de todos os Seus filhos
a Ele, e nada acontece à
revelia da Sua Lei de
Causa e Efeito.
Para concluir, a
pergunta inicial:
Espíritos das trevas
podem fechar centros
espíritas? Não, em
absoluto. Espíritos
encarnados e
desencarnados não podem
fechar centros, tampouco
barrar o avanço do
Espiritismo. Problemas
de relacionamento?!
Existem em toda
organização terrena,
religiosa ou não. No que
diz respeito a casas
espíritas, não se trata
de um problema
insolúvel. Que os seus
responsáveis estejam
preparados a fim de,
quando necessário,
poderem agir de acordo
com o Ensino dos
Espíritos Superiores,
ensino este que revela o
fundo das palavras de
Jesus no seu mais amplo
e sublimado sentido.