MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
13)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. A cura de Pedro (o
ex-médico vítima da
possessão) poderia
vir logo?
A esta pergunta feita
por André Luiz, Aulus
respondeu: "Isso
dependerá muito dele e
da vítima com quem se
encontra endividado. A
assimilação de
princípios mentais
renovadores determina
mais altas visões da
vida. Todos os dramas
obscuros da obsessão
decorrem da mente
enfermiça. Aplicando-se
com devotamento às novas
obrigações de que será
investido, caso
persevere no campo de
nossa Consoladora
Doutrina, sem dúvida
abreviará o tempo de
expiação a que se acha
sujeito, de vez que, em
se convertendo ao bem,
modificará o tônus
mental do adversário,
que se verá arrastado à
própria renovação pelos
seus exemplos de
compreensão e renúncia,
humildade e fé".
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 9, pp.
84 e 85.)
B. Após a cura,
ver-se-iam ainda alguns
resquícios da possessão?
Sim. De acordo com as
explicações de Aulus,
depois de se extinguirem
os acessos da possessão,
Pedro sofreria os
reflexos do
desequilíbrio em que se
envolveu, a se
exprimirem nos fenômenos
mais leves da epilepsia
secundária, que
emergiriam, por algum
tempo, ante as simples
recordações mais fortes
da luta que vem
atravessando, até o
integral reajuste do
corpo perispirítico.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 9, pp.
84 e 85.)
C. Por que, na
mediunidade torturada, o
médium retrata os
desequilíbrios do
Espírito que o persegue?
Reportando-se a um novo
caso referido neste
livro, Aulus disse que
nos transes em que se
efetua a junção mais
direta, entre o médium e
o perseguidor dementado,
o primeiro cai em
profunda hipnose, qual
acontece à pessoa
magnetizada, nas
demonstrações comuns de
hipnotismo, e passa, de
imediato, a retratar os
desequilíbrios da
entidade desencarnada.
(Obra citada, cap. 10,
pp. 89 e 90.)
Texto para leitura
37. A
cura da obsessão
- Comentando o caso do
ex-médico, vítima agora
da obsessão, Hilário
perguntou a Aulus o que
Pedro, um médium ainda
torturado, poderia fazer
num agrupamento espírita
como aquele. O
instrutor sorriu e
ponderou: "O acaso não
consta dos desígnios
superiores. Não nos
aproximamos uns dos
outros sem razão.
Decerto, nosso amigo
possui aqui ligações
afetivas do pretérito
com o dever de
auxiliá-lo. Se não
pode, desse modo, ser um
elemento valioso ao
conjunto, de imediato,
pode e precisa receber o
concurso fraterno,
imprescindível ao seu
justo soerguimento". A
cura poderia vir logo? A
esta pergunta feita por
André, o Assistente
respondeu: "Isso
dependerá muito dele e
da vítima com quem se
encontra endividado. A
assimilação de
princípios mentais
renovadores determina
mais altas visões da
vida. Todos os dramas
obscuros da obsessão
decorrem da mente
enfermiça. Aplicando-se
com devotamento às novas
obrigações de que será
investido, caso
persevere no campo de
nossa Consoladora
Doutrina, sem dúvida
abreviará o tempo de
expiação a que se acha
sujeito, de vez que, em
se convertendo ao bem,
modificará o tônus
mental do adversário,
que se verá arrastado à
própria renovação pelos
seus exemplos de
compreensão e renúncia,
humildade e fé". E Aulus
ajuntou: "Ainda assim,
depois de se extinguirem
os acessos de possessão,
Pedro sofrerá os
reflexos do
desequilíbrio em que se
envolveu, a se
exprimirem nos
fenômenos mais leves da
epilepsia secundária,
que emergirão, por algum
tempo, ante as simples
recordações mais fortes
da luta que vem
atravessando, até o
integral reajuste do
corpo perispirítico". As
sementes de luz jamais
se perdem. Com o esforço
da vontade é possível
apressar a solução de
muitos enigmas e reduzir
muitas dores. "Os
médiuns que hoje se
enlaçam a tremendas
provas, se persistirem
na plantação de melhores
destinos,
transformar-se-ão em
valiosos trabalhadores
no futuro que a todos
aguarda em abençoadas
reencarnações de
engrandecimento e
progresso...", ajuntou
o instrutor. "O problema
é de aprender sem
desanimar e de servir
ao bem sem esmorecer."
(Cap. 9, págs. 84 e 85)
38. A
jovem possessa
- De volta ao recinto da
sessão, André observou
uma jovem senhora, ao
lado de um cavalheiro
irrepreensivelmente
trajado, que a
acompanhara à Casa
Espírita, para receberem
assistência. Eram
marido e mulher num
enlace de provação
redentora. Nesse ponto,
os guardas espirituais
permitiram o acesso de
infortunado amigo, que
parecia mais um louco
desencarnado.
Perispírito denso,
trazia ele todos os
estigmas da alienação
mental indiscutível.
Olhar turvo, fisionomia
congesta, indisfarçável
inquietação, a presença
dele inspiraria
repugnância e terror
aos menos afeitos à
enfermagem, porquanto,
além da cabeça ferida,
mostrava extensa úlcera
na garganta. O Espírito
precipitou-se para a
jovem doente, como um
grande felino sobre a
presa. A mulher começou
a gritar, transfigurada.
Sem se afastar
espiritualmente do
corpo, ela se contorceu,
em pranto convulsivo,
envolta no amplexo
fluídico da entidade que
lhe empolgava o campo
fisiológico,
integralmente. Lágrimas
quentes lhe corriam dos
olhos semicerrados, o
organismo relaxara-se e
a respiração se tornara
sibilante e opressa. A
jovem tentou falar, mas
sua voz era um assobio
desagradável. As cordas
vocais revelavam-se
incapazes de articular
uma frase inteligível.
Raul Silva, comandado
por Clementino,
abeirou-se da dupla –
médium torturada e
obsessor – e aplicou
energias magnéticas
sobre o tórax da
mulher. O obsessor
conseguiu então
expressar-se em clamores
roufenhos: "Filha
desnaturada!...
Criminosa! criminosa!...
nada te salva! Descerás
comigo às trevas para
que me partilhes a
dor... Não quero
socorro... quero estar
contigo para que estejas
comigo! Não te
perdoarei, não te
perdoarei!..." (Cap.
10, págs. 87 a 89)
39. Simbiose - A
médium, dominada pelo
obsessor, passou, depois
do pranto convulso, a
gargalhadas de vingador.
Não era possível saber
se estavam à frente de
uma vítima que se
lastimava ou de um
palhaço que escarnecia.
"A justiça está em mim!
– prosseguiu a
entidade. – Sou o
advogado de minha
própria causa! e a
desforra é o meu único
recurso..." Raul Silva,
inspirado por
Clementino, passou a
falar-lhe dos valores e
vantagens da humildade e
do perdão, do
entendimento e do amor,
procurando renovar-lhe a
atitude. Enquanto a
doutrinação se
desenvolvia, Aulus
informou que aquele
doloroso caso era igual
ao de milhares de
criaturas. Hilário notou
que, naquela
manifestação, era
visível que era a
própria irmã quem falava
e gesticulava. "Sim –
concordou o Assistente
–, entretanto,
encontra-se imantada ao
companheiro espiritual,
cérebro a cérebro." E
ele explicou que a
médium não poderia
recordar-se do que lhe
ocorria, porque tinha
"as células do córtex
cerebral totalmente
destrambelhadas pelo
desventurado amigo em
sofrimento". "Nos
transes, em que se
efetua a junção mais
direta entre ela e o
perseguidor dementado,
cai em profunda
hipnose, qual acontece
à pessoa magnetizada,
nas demonstrações comuns
de hipnotismo, e passa,
de imediato, a
retratar-lhe os
desequilíbrios".
Designando a garganta da
médium, avermelhada e
intumescida, o
Assistente mostrou que
a glote fora dominada
por perturbação
momentânea. Só se
exprimia em voz
rouquenha, quebrando as
palavras, porque o
Espírito torturado lhe
transmitia as próprias
sensações, compelindo-a
a copiar-lhe o modo de
ser. O Assistente
informou também que
aquela jovem constituía
um enigma para os
familiares. Moça de
notável procedência e
dotada de boa cultura,
comportava-se,
entretanto, de modo
chocante, evidenciando
desequilíbrios ocultos.
No início, eram a
insatisfação e a
melancolia, gerando
crises de nervos e
distúrbios
circulatórios. Doente
desde a puberdade,
todos os recursos
médicos aplicados foram
infrutíferos. Ao
casar-se, pensou-se que
o matrimônio seria um
momento de renovação
salutar, mas, ao invés
disso, a situação se
agravou. (Cap. 10, págs.
89 e 90)
(Continua no próximo
número.)