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Joias da poesia contemporânea
Ano 4 - N° 174 - 5 de Setembro de 2010
 

 

Às filhas da Terra

 Bittencourt Sampaio

 

Do Seu trono de luzes e de rosas,

A Rainha dos Anjos, meiga e pura,

Estende os braços para a desventura,

Que campeia nas sendas espinhosas.

 

Ela conhece as lágrimas penosas

E recebe a oração da alma insegura,

Inundando de amor e de ternura

As feridas cruéis e dolorosas.

 

Filhas da Terra, mães, irmãs, esposas,

No turbilhão dos homens e das coisas,

Imitai-a na dor do vosso trilho!...

 

Não conserveis do mundo o brilho e as palmas,

E encontrareis, em vossas próprias almas,

A alegria do reino de Seu Filho!

 

 

Bittencourt Sampaio nasceu na cidade de Laranjeiras, Sergipe, em 19 de fevereiro de 1834 e desencarnou no Rio de Janei­ro em 10 de outubro de 1895. Foi político ativo, deputado por sua província em duas legislaturas, presi­dente do Espírito Santo e diretor da Biblioteca Nacional, além de jornalista de mérito. O soneto acima integra o Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 
 


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