ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
O
batismo pelo Espírito
Junho passou, e com ele
a festa de São João.
Então, podemos
aproveitar
a oportunidade para
falar sobre o grande
festejado do mês que
passou: João Batista,
primo de Jesus em
segundo grau – porque
seus pais, Isabel e
Zacarias, eram primos de
Maria de Nazaré.
João nasceu seis meses
antes de Jesus. Foi o grande
precursor da vinda do
Cristo. Preparou os
caminhos para atuação de
Jesus. João, o Batista –
que batizava com a água,
no Rio Jordão. Jesus
pediu ao Batista para
batizá-LO.
Era preciso. Para
cumprir o costume e para
que Jesus ficasse
conhecido pela multidão.
Pois, a partir dali,
teria início a sua vida
messiânica. João deixou
claro que ele batizava
pela água, mas que Jesus
iria batizar pelo
Espírito e com o fogo. E
esse é o batismo do
espírita. Quando se
acredita, segue e
afeiçoa-se a uma ideia,
a uma filosofia ou a uma
religião, já se está
batizado perante elas.
Não é preciso mergulhar
a cabeça nas águas de
um rio
para dizer que está
batizado.
O Batismo de Fogo (diz
Paulo Alves Godoy, no
livro Casos
Controvertidos do
Evangelho –Edições
FEESP, capítulo:
Batismo) é uma difícil
fase da vida do ser
humano. O arrependimento
sincero de seus erros e
transgressões de vidas
passadas é a fase
preparatória para o
Batismo de Fogo, o qual
acontece quando ele
inicia uma luta pela sua
renovação, reparando os
males cometidos em
outras vidas. É quando,
também, dá demonstração
de seu propósito de
reformar-se interiormente.
Simbolicamente,
significa esterilizar-se
das contaminações
contraídas no decurso de
suas várias encarnações.
O Batismo pelo Espírito é
a constância na prática
do Bem, com a
consequente evolução
moral, obtendo, por
mérito, o reconhecimento
do Plano Espiritual
Superior. É quando o
indivíduo consegue
sintonia com o Mundo
Maior, como sucedeu com
os apóstolos de Jesus,
no Dia de Pentecostes.
Isso é conseguido,
através de um árduo
Batismo de Fogo, quando
ele luta, sem
esmorecimento, num longo
aprendizado, vencendo as
provações e se
aprimorando
espiritualmente.
Jesus desceu à Terra, a
fim de submeter todos os
seus irmãos, filhos de
Deus, ao Batismo de Fogo
e do Espírito, pois,
somente assim, todos os
homens e mulheres
atingirão a reforma
interior, o que, aliás,
foi o objetivo básico do
advento do Cristo, na
Terra.
Como o fogo, que queima,
este batismo de fogo
marca indelevelmente o
adepto do Espiritismo.
Pelas suas atitudes,
pelo seu procedimento,
pelas suas ações, é
verdadeiro e
sincero, tocado, no
coração, pelo
que inabalável se lhe
torna a fé.
Como o que constrói sua
casa sobre a rocha e não
sobre a areia, ele se
sustenta na fé racional,
inabalável e
inquebrantável, que a
Doutrina Espírita lhe
dá. Pois a Fé
inabalável só o é a que
pode encarar de frente a
razão, em todas as
épocas da Humanidade.
O batismo que o espírita
deve proporcionar
à criança é o da
educação religiosa
segundo os postulados
espíritas. Emmanuel
formula, através da
psicografia de Francisco
Cândido Xavier, a Oração
da Criança, que
mostra o que os
pequeninos esperam de
nós, pais e educadores:
“Amigo:
Ajuda-me agora, para que
eu te auxilie depois.
Não me relegues ao
esquecimento, nem me
condenes à ignorância ou
à crueldade.
Venho ao encontro de tua
aspiração, do teu
convívio, de tua obra...
Em tua companhia estou
na condição da argila
nas mãos do oleiro.
Hoje, sou sementeira,
fragilidade, promessa...
Amanhã, porém, serei tua
própria realização.
Corrige-me, com amor,
quando a sombra do erro
envolve-me o caminho,
para que a confiança não
me abandone.
Protege-me contra o mal.
Ensina-me a descobrir o
bem, onde estiver.
Não me afastes de Deus e
ajuda-me a conservar o
amor e o respeito que
devo às pessoas, aos
animais e às coisas que
me cercam.
Não me negues tua boa
vontade, teu carinho e
tua paciência. Tenho
tanta necessidade do teu
coração, quanto a
plantinha tenra precisa
da água para prosperar e
viver.
Dá-me tua bondade e
dar-te-ei cooperação.
De ti depende que eu
seja pior, ou melhor,
amanhã".