Neusa Maria Lodi
Ugattis:
“É preciso
humanizar a
justiça para que
consigamos
equilíbrio”
A confreira
paulista fala
sobre o trabalho
de promoção
social e
divulgação
espírita
realizado pelo
Centro Espírita
Amor e Caridade,
de Santa Rita do
Passa Quatro-SP
|
Neusa Maria Lodi
Ugattis
(foto),
nossa
entrevistada
nesta semana,
nasceu em Vargem
Grande do Sul,
Estado de São
Paulo, mas
reside em Santa
Rita do Passa
Quatro, no mesmo
estado, desde a
adolescência.
Formada em
Direito, atua
profissionalmente
nessa área. No
meio espírita,
ocupa atualmente
a presidência do
Centro Espírita
Amor e Caridade,
que presta largo
trabalho de
divulgação
doutrinária e
promoção humana.
A entidade é
mantenedora de
vários projetos
sociais, a
saber:
Condomínio "João
Lázaro",
Albergue Noturno
"Virgílio
Rossi", Lar do Entardecer
"Carlos
|
Rezende", Centro
de Convivência
"Ada Goal
Rezende da
Cunha", Curso
para Gestantes
"Maria Dolores",
Atendimento Dispensarial -
Cestas Básicas e
Bazar da
Pechincha
Permanente.
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Foi com alegria
e simpatia que
Neusa
concedeu-nos a
entrevista que
segue abaixo:
O Consolador:
Você é de
família
espírita?
Sim. Meu avô
paterno, Luiz
Lodi Neto, foi
por muitos anos
membro da
diretoria do
Centro Espírita
Amor e Caridade,
de Vargem Grande
do Sul, portanto
desde muito nova
sempre
participei das
atividades
doutrinárias.
O Consolador:
Mas hoje você
está em Santa
Rita do Passa
Quatro. Como
veio para esta
cidade?
Meu pai adquiriu
um posto de
combustível na
via Anhanguera
e, por isso,
transferimo-nos
de residência.
O Consolador: Em
Santa Rita do
Passa Quatro há
quantos centros
espíritas?
Apenas um,
embora a cidade
tenha cerca de
30 mil
habitantes.
O Consolador: O
movimento
espírita da
cidade é
dinâmico?
Estamos buscando
dinamizar a
cidade em torno
da Doutrina
Espírita.
Frequentemente
trazemos
oradores de
outras cidades e
também
retribuímos as
visitas.
O Consolador: Um
dos
departamentos do
Centro Espírita
Amor e Caridade
é o Condomínio
João Lázaro.
Como é realizado
esse atendimento
e quantas
famílias são
beneficiadas?
Cedemos casas em
regime de
comodato para 37
famílias pelo
período de 2
anos. O intuito
é proporcionar
nesse tempo
condições para
que essas
famílias possam
conquistar sua
autonomia,
tendo, portanto,
meios de gerarem
sua própria
renda. Para isso
temos cursos
profissionalizantes
de arte
culinária,
trabalhos
manuais e
começaremos, em
breve, a
transmitir
noções básicas
de informática.
Oferecemos
também refeições
aos sábados para
todas essas
famílias e
evangelização e
recreação para
as crianças.
O Consolador: E
o lar de idosos?
Fale-nos sobre
esse trabalho.
Acolhemos casais
de idosos em
caráter
vitalício
proporcionando a
eles segurança,
assistência
médica e
condições para
que tenham uma
existência
digna, já que
estão longe de
seus
familiares.
O Consolador: Há
projetos em
andamento?
Sim. Um projeto
voltado para as
gestantes em que
teremos
condições de
acolher essas
futuras mães em
período integral
proporcionando a
elas orientações
sobre os
cuidados com o
bebê, antes e
depois do
nascimento,
aleitamento
materno e
prevenção de
gravidez não
planejada. Em
Santa Rita do
Passa Quatro o
índice de
gestantes
adolescentes é
considerável e
na maioria das
vezes essas
adolescentes vêm
de famílias
desestruturadas,
daí a
importância de
um local para
acolhê-las em
período integral
com todas as
condições
necessárias.
O Consolador:
Nesse projeto
que beneficiará
as gestantes
vocês falarão
sobre os
aspectos
educativos da
Doutrina
Espírita?
Sim. Temos há 20
anos um curso
para gestantes
que foi
implantado por
orientação de
Chico Xavier,
portanto nesse
projeto
falaremos muito
sobre o aspecto
educativo da
doutrina.
O Consolador:
Chico Xavier
orientou-os a
implantar um
curso para
gestantes? Como
e quando isso
ocorreu?
A época não vou
me lembrar. Mas
uma confreira,
já desencarnada,
Ada Resende Goal
da Cunha, em
momento de
grande desespero
pela perda de um
filho, foi a
Uberaba procurar
consolo e Chico
Xavier sugeriu a
ela que
implantasse um
curso para
gestantes no
centro. Hoje
queremos ampliar
o atendimento
para toda a
comunidade
fazendo a
divulgação em
postos de saúde
e escolas.
O Consolador: Há
muitas décadas
vocês estão
nesse labor de
amor ao próximo.
O que os move a
prosseguir mesmo
diante das
dificuldades?
O que nos move a
prosseguir é,
certamente, a
consciência de
que temos de
estar
trabalhando com
o Cristo. Temos
como roteiro de
vida a caridade
e hoje damos
continuidade às
realizações de
outras pessoas
que também por
amor iniciaram
esse projeto
algumas décadas
atrás. Não
podemos esquecer
que, para que
estivéssemos
aqui hoje, foi
necessário que
alguém tomasse
as iniciativas
no passado.
O Consolador:
Vocês trabalham
com muitos
jovens. Falemos
então sobre a
problemática dos
vícios de todos
os matizes. É
sabido que
atualmente os
jovens têm
acesso fácil às
drogas. Como o
Espiritismo pode
combater isso?
Uma das formas
de combater é
chamar os jovens
para o centro
espírita,
proporcionando a
eles um ambiente
em compasso com
a sua realidade,
ou seja, que
tenha música de
qualidade, que
seja lúdico e
dialogue com o
jovem. Nossa
experiência com
jovens mostra
que eles gostam
de prestar
serviços à
comunidade,
trabalhar
voluntariamente,
por isso
procuramos
incentivá-los.
Assim, ao lado
da caridade e da
instrução, o
jovem ficará
mais longe das
drogas e perto
de Jesus.
O Consolador:
Sua área de
atuação
profissional é o
Direito da
Família. Sabemos
que nessa área
os conflitos
surgem em
abundância, pois
família envolve
sentimentos que
é um terreno
ainda árido para
o ser humano.
Como sua
formação
espírita a ajuda
em sua
profissão?
O Espiritismo me
ensina a
humanizar as
relações. É
preciso
humanizar a
justiça para que
consigamos
equilíbrio.
Aprendi com o
Espiritismo que
a família é a
base de tudo,
por isso falo
dos princípios
espíritas para
os meus clientes
e venho colhendo
bons resultados.
Informo a todos,
principalmente
aos casais,
sobre as
palestras que
serão proferidas
no Centro.
Enfim, converso
abertamente
sobre a Doutrina
Espírita e isso
muito tem
ajudado a
solucionar
conflitos.
O Consolador:
Suas palavras
finais.