ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil)
|
Fenômenos de Transporte
Ernesto Bozzano
(Parte
5)
Continuamos a apresentar
o
estudo do clássico
Fenômenos de Transporte,
de Ernesto Bozzano, com base
na tradução de
Francisco Klörs Werneck,
publicada pelas
Edições FEESP, 4a
edição, março de 1995.
Questões preliminares
A. Como se explica o
fenômeno da penetração
de um objeto em um
ambiente hermeticamente
fechado?
Segundo Bozzano, esse
fenômeno se dá por obra
de um processo de
desintegração molecular
da matéria que constitui
o objeto, à qual sucede
um processo de
reintegração
instantânea, mas nunca
com o auxílio de uma
fantástica “quarta
dimensão” do espaço que
permitiria ao objeto
penetrar em um espaço de
três dimensões,
hermeticamente fechado.
(Fenômenos de
Transporte, pp. 47 e
48.)
B. Em suas
investigações, que
providências Bozzano
tomava para evitar a
possibilidade de
fraudes?
Os Casos XII a XVII
referidos neste livro
foram tirados das
investigações pessoais
de Bozzano, no período
de 1894 a 1904,
valendo-se da
mediunidade de Eusápia
Paladino, Luigi Poggi e
Tito Aicardi. A respeito
dessas experiências,
Bozzano informa: I) as
portas eram fechadas à
chave, e esta posta em
seu bolso; II) todos os
presentes faziam
rigorosamente a cadeia
de mãos, de modo que as
mãos do médium eram
constantemente
controladas; III) no
caso de Luigi Poggi, os
fenômenos de
“transporte” eram
invariavelmente
anunciados com
antecedência por crises
de convulsões
tônico-clônicas que o
assaltavam, as quais
avisavam da iminência do
transporte; IV) os
objetos de pedra ou de
metal caíam do alto com
barulho sobre os móveis
ou o chão; V) as flores
e os ramos eram
colocados delicadamente
no colo das pessoas a
que eram destinadas,
ações que não poderiam
ser praticadas por uma
pessoa segura pelas
mãos.
(Obra citada, pp. 48 e
49.)
C. Além da explicação
dada pelos Espíritos,
que provas Bozzano
reuniu a respeito da
desintegração molecular
dos objetos?
A revista “Luce e
Ombra”, de maio de
1928, publicou um artigo
em que o Dr. Guglielmo
Civitelli se reporta a
um fenômeno obtido em
Nápoles, com a
mediunidade de Eusápia
Paladino, no palácio da
princesa Piccolomini. O
experimentador havia
pedido a “John” para
transportar um dedal de
prata fechado em um
escrínio existente em
outro aposento do
palácio. Quando se
esperava a produção do
fenômeno, uma
circunstância imprevista
fez interromper a
sessão. Mais tarde,
examinou-se o referido
escrínio, verificando-se
que, no lugar do dedal,
havia apenas uma
pitada de pó de prata
impalpável. Esse e
outros fenômenos de
transporte não
consumados bastam,
segundo Bozzano, para
confirmar que os
transportes são
produzidos por força de
um processo de
desintegração e
reintegração molecular
rapidíssima dos objetos
transportados, salvo uma
variante que não muda,
de modo algum, os
processos, isto é, a
vontade operante se
serve, às vezes, de
processo idêntico
praticando um furo
nas portas, janelas,
paredes, introduzindo,
nesse espaço, um objeto
em um ambiente
hermeticamente fechado,
sem desintegrá-lo.
(Obra citada, pp. 60 a
62.)
Texto para leitura
48. Indagando ao
Espírito-guia “Walter”,
que trabalhava com a
médium Sra. D’Espérance,
como fora transportado
para o recinto um lírio
com sete pés de altura,
os experimentadores
ouviram-no dizer que a
planta já ali estava,
antes da chegada deles,
pronta para ser
materializada, pelo
menos uma hora antes de
a terem visto. (P. 47)
49. Esclarece Bozzano:
I) não são raros os
casos em que, no lugar
de perceberem as
“sombras” dos objetos,
se nota, de repente, a
fragrância das flores e
dos perfumes prestes a
serem materializados;
II) o fenômeno da
penetração de um objeto
qualquer em um ambiente
hermeticamente fechado
se dá por obra de um
processo de
desintegração molecular
da matéria que constitui
o objeto, à qual sucede
um processo de
reintegração
instantânea, mas nunca
com o auxílio de uma
fantástica “quarta
dimensão” do espaço que
permitiria ao objeto
penetrar em um espaço de
três dimensões,
hermeticamente fechado;
III) a sonâmbula Louise
dizia a Henri Sausse
que, durante a
desmaterialização,
percebia a desintegração
das moléculas dos
objetos que conservavam,
porém, sua respectiva
posição. (PP. 47 e
48)
50. Os Casos XII a
XVII foram
tirados das
investigações pessoais
de Bozzano, no período
de 1894 a 1904,
valendo-se da
mediunidade de Eusápia
Paladino, Luigi Poggi e
Tito Aicardi, estes dois
fundadores, com Bozzano,
do Círculo Científico
Minerva, de Gênova, ao
qual pertenciam Enrico
Morselli, Francisco
Porro e Giuseppe Venzano.
(P. 48)
51. A
respeito dessas
experiências, Bozzano
informa: I) as portas
eram fechadas à chave, e
esta posta em seu bolso;
II) todos os presentes
faziam rigorosamente a
cadeia de mãos, de modo
que as mãos do médium
eram constantemente
controladas; III) no
caso de Luigi Poggi, os
fenômenos de
“transporte” eram
invariavelmente
anunciados com
antecedência por crises
de convulsões
tônico-clônicas que o
assaltavam, as quais
avisavam da iminência do
transporte; IV) os
objetos de pedra ou de
metal caíam do alto com
barulho sobre os móveis
ou o chão; V) as flores
e os ramos eram
colocados delicadamente
no colo das pessoas a
que eram destinadas,
ações que não poderiam
ser praticadas por uma
pessoa segura pelas
mãos. (PP. 48 e 49)
52. Nos episódios em
causa os objetos
transportados foram
estes: I) um grande pão
de “massa de soda”, pelo
qual o Sr. Felice
Avelino, que dirigia o
experimento, teve de dar
ao Espírito uma moeda de
dois soldos, que foi
tirada de sua mão pelo
Espírito-guia; II)
cravos encarnados,
encharcados de água,
visto que no momento
chovia no local de onde
foram extraídos; III) um
galho pequeno de uma
planta desconhecida,
mais tarde identificada
como sendo um arbusto
comum da flora hindu;
IV) um prego bem grosso,
com vestígios de cal
seca, retirado da parede
do terraço do vizinho de
cima do apartamento onde
se realizava a sessão;
V) uma moeda de cobre,
de cunhagem turca, com
as dimensões de uma
moeda italiana de dois
soldos; VI) uma pedra
oval do tamanho de um
ovo de pavoa, que fora
retirada da construção
que ornava o túmulo da
mãe do médium Luigi
Poggi, situado numa
pequena cidade toscana,
a 300 km do local da
experiência. (PP. 49 a
59)
53. Encorajado com o
êxito da reunião,
Bozzano perguntou ao
espírito se ele poderia
trazer um pequeno bloco
de pirite que se
encontrava em seu
escritório, a dois
quilômetros dali. A
entidade disse que o
transporte anteriormente
feito quase esgotara a
reserva de força, mas,
mesmo assim, tentaria
obter o solicitado. O
médium é tomado de
contrações espasmódicas,
mas nada cai sobre a
mesa. Faltara força ao
espírito. Ele conseguira
desmaterializar parte do
bloco de pirite e
trazê-la, mas faltava
força para
rematerializá-la. Acesa
a luz, viu-se com
assombro que todos,
pessoas, móveis e
tapete, estavam cobertos
de um pozinho brilhante
de pirite e enxofre.
(N.R.: Parece-me que o
nome certo é pirita,
e não pirite. Pirita,
segundo a enciclopédia,
é um mineral de cor
amarelo-dourada, única
fonte de enxofre no
Brasil.) (PP. 59 e
60)
54. De retorno ao seu
escritório, após
recolher pacientemente
grande parte do pó
impalpável espalhado
sobre a mesa e as
pessoas, Bozzano
verificou que ao bloco
de pirite faltava um
grosso fragmento, mais
ou menos uma terça parte
do objeto, em que se
percebia um profundo
talho. (P. 60)
55. Este caso, embora
não consumado, acabou
revelando grande valor,
por evidenciar, de forma
incontestável, as
modalidades com as quais
se produzem os fenômenos
de transporte, para o
que foram propugnadas
hipóteses explicativas
diversas, entre as quais
a bem absurda e
inconcebível de que os
objetos transportados
penetrariam o recinto
fechado, passando antes
por uma “quarta dimensão
do espaço”, hipótese
puramente metafísica,
literalmente fantástica
e nunca demonstrável.
(P. 60)
56. Considerando que tal
fenômeno, positivamente
comprovado, basta, por
si só, para destruir a
hipótese da “quarta
dimensão”, colocando a
questão sobre bases
experimentais seguras,
Bozzano acrescenta que o
fato não é, como ele
imaginava, o único a
ocorrer em idênticas
condições, pois a
revista “Luce e Ombra”,
de maio de 1928,
publicou um artigo em
que o Dr. Guglielmo
Civitelli se reporta a
fenômeno análogo obtido
em Nápoles, com a
mediunidade de Eusápia
Paladino, no palácio da
princesa Piccolomini.
(PP. 60 e 61)
57. Eis como o fato se
deu: o experimentador
havia pedido a “John”
para transportar um
dedal de prata fechado
em um escrínio existente
em outro aposento do
palácio. Quando se
esperava a produção do
fenômeno, uma
circunstância imprevista
fez interromper a
sessão. Mais tarde,
examinou-se o referido
escrínio, verificando-se
que, no lugar do dedal,
havia apenas uma
pitada de pó de prata
impalpável. (P.
61)
58. Para Bozzano, os
dois fenômenos não
consumados bastam para
confirmar que os
“transportes” são
produzidos por força de
um processo de
desintegração e
reintegração molecular
rapidíssima dos objetos
transportados, salvo uma
variante que não muda,
de modo algum, os
processos, isto é, a
vontade operante se
serve, às vezes, de
processo idêntico
praticando um furo
nas portas, janelas,
paredes, introduzindo,
nesse espaço, um objeto
em um ambiente
hermeticamente fechado,
sem desintegrá-lo. Esta
última variante do
fenômeno foi indicado
pelo espírito que atuou
no transporte incompleto
ora referido. Bozzano,
aliás, já notara que às
vezes os objetos estavam
quentes, outras vezes,
normais. O
“Espírito-guia”
informou, então, que
quando os objetos
estavam quentes, isto
acontecia porque eles
haviam desintegrado de
modo fulminante a
matéria que constituía o
objeto transportado. No
caso em que o objeto
chegava termicamente
normal, isto acontecia
porque, em vez de
desintegrar o objeto,
eles haviam desintegrado
a madeira da porta ou da
janela. (PP. 61 e 62) (Continua
no próximo número.)