Como dissemos na semana
passada, uma leitora
enviou-nos três perguntas
referentes ao tema aborto. A
segunda é sobre a pílula do
dia seguinte.
Essa pílula, pergunta ela, é
abortiva?
Somente após 12 anos foi que
a FDA, agência federal de
controle de alimentos e
remédios, liberou nos
Estados Unidos a venda da RU
486, a pílula do dia
seguinte, fato que provocou
naquele país a realização de
passeatas inflamadas dos
grupos que ali se opõem à
prática do aborto.
Composta por uma substância
chamada mifepristona, a
pílula bloqueia o hormônio
progesterona, necessário ao
bom andamento da gravidez e
essencial para o relaxamento
da musculatura do útero. Sem
esse hormônio, os músculos
se retraem, provocando o
aborto.
Trata-se, pois, de um
processo abortivo, dentre os
muitos que se praticam nos
Estados Unidos. Sua
utilização não é, porém, tão
simples como parece à
primeira vista, porque antes
de ingerir a pílula a mulher
precisa fazer um ultrassom
para saber se a gestação
está em fase inicial, o que
para a FDA equivale até à
sétima semana. Depois da
primeira pílula, a paciente
ingere outra pílula, dois
dias depois, constituída por
outra substância, de nome
misoprostol, que causa mais
contrações.
O processo requer
acompanhamento médico,
porquanto, de acordo com as
recomendações da FDA, duas
semanas depois é preciso
fazer novo ultrassom, para
verificar se o aborto foi
bem sucedido.
Além desses cuidados, é
preciso que a mulher saiba
que o aborto químico não é
isento de dor, pois, além de
cólicas fortíssimas, a
mulher não raro é acometida
de náuseas, diarreia e
hemorragias.
Reafirmando o que foi dito
na edição passada, a
Doutrina Espírita é
radicalmente contra o
aborto, que só deve ser
admitido numa única hipótese
– quando a vida da gestante
corre perigo com a
continuidade da gravidez.
Fora desse caso, o aborto
não tem nenhum sentido e
constitui um delito que
muitos aborrecimentos e
muitas dores produzirá a
todos quantos dele
participam.
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