– Raul, Belém também foi
tomada pela curiosidade
mundial acerca do filme
O Código Da Vinci.
Sabemos que pelo mundo
se repetiram os
aplausos, defesas,
protestos, proibições,
até greves de fome, por
causa do filme. E o
Espiritismo, como encara
essa obra e seu tema
explosivo: o suposto
relacionamento entre
Jesus e Maria Madalena?
Raul Teixeira:
Os ensinamentos dos
Espíritos nos trazem uma
coisa muito importante,
que é a liberdade. Todas
as vezes que nós
pensamos com liberdade,
pensamos com Deus. Paulo
de Tarso registrou que
onde estiver o espírito
do Senhor ali estará a
liberdade. Com tanto
problema para resolver,
vemos religiões
preocupadas com um filme
que descaracteriza a sua
maneira de crer. Na
medida em que cremos em
Deus, se uma pessoa
chegar pra nós e disser
que Deus não existe, nós
vamos brigar, correr
atrás, fazer greve de
fome?
Esta polêmica toda
mostra que o Deus no
qual acreditamos é tão
frágil que não resiste a
um filme. Já vimos essa
polêmica em tomo de
Je vous salue Marie,
Ultima Tentação de
Cristo e
outros filmes.
Acredito que, quando
ficamos muito revoltados
com um filme ou outra
forma de arte, na
verdade é porque não
temos muita certeza
daquilo que apregoamos.
A arte é a arte e a
verdade da nossa crença
é a verdade da nossa
crença. Nós, espíritas,
vemos os filmes como
expressões artísticas.
Allan Kardec escreveu
que a fé inabalável é
aquela que pode encarar
a razão face a face em
qualquer época da
humanidade.
Extraído de entrevista
concedida ao jornal
Pará Espírita,
em junho de 2006.
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