ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil)
|
Fenômenos de Transporte
Ernesto Bozzano
(Parte
7)
Continuamos a apresentar
o
estudo do clássico
Fenômenos de Transporte,
de Ernesto Bozzano, com base
na tradução de
Francisco Klörs Werneck,
publicada pelas
Edições FEESP, 4a
edição, março de 1995.
Questões preliminares
A. O olhar humano
irradia alguma “força”?
Sim. A propósito do
assunto, Bozzano lembra
a ocorrência de um fato
que já havia sido
registrado por Frederic
Myers. Num dos episódios
por ele descritos,
quando o observador
olhava o comutador, este
não se mexia; mas, se
ele se distraía por
breve instante, o
comutador girava e a
lâmpada se acendia.
Livermore também aludira
ao fato de que o olhar
do experimentador pode
perturbar a força em
ação. Diz Bozzano que o
olhar humano irradia
realmente uma “força”,
pelo que se deve inferir
que tal força age em
contraste com a outra
“força” exteriorizada
nas manifestações
citada.
(Fenômenos de
Transporte, pp. 81 e
82.)
B. Pode o fenômeno de
transporte ocorrer
contra a vontade do
experimentador?
Pode. O Caso XXVI desta
obra refere-se
exatamente aos fenômenos
de “transporte” obtidos,
contra a sua vontade,
pelo professor
Ochorowicz, durante suas
experiências com a
médium Srta. Stanislas
Tomczyk. Num deles, um
dos objetos
transportados foi um
chapéu.
(Obra citada, pp. 83 a
85.)
C. Como pôde o chapéu
penetrar no recinto,
estando as portas
fechadas?
Inquirida pelo professor
Ochorowicz sobre esse
fato, a “pequena Stasia”,
o Espírito operante,
disse que primeiramente
o reduziu ao estado
fluídico.
(Obra citada, p. 85.)
Texto para leitura
70. Levado por Durville
para Montmorency,
localidade onde o
magnetizador possuía uma
pequena residência,
foram ali registrados
uma série enorme das
habituais manifestações
de poltergeist:
pancadas fortíssimas,
transportes e quebras de
louças, colchões
arrancados violentamente
das camas, cinzas
espalhadas sobre pessoas
e móveis, tudo isso em
plena luz do dia, bem
como iluminado por
lâmpadas elétricas que
acendiam e apagavam
sozinhas. A lista de
fatos ocorridos então é
surpreendente por sua
quantidade e variedade.
(PP. 78 a 80)
71. No dia 12/2/1911,
por hora do almoço,
Durville e o jovem
médium almoçaram com
grande pressa e em
condições nada
agradáveis, uma vez que
um verdadeiro bombardeio
os acometeu: folhetos,
livros, utensílios de
cozinha e objetos de
todas as espécies eram
projetados no recinto,
com tal rapidez, que era
impossível a Durville
anotá-los. (P. 80)
72. Bozzano lembra que
no episódio ocorreu um
fato já registrado por
Frederic Myers: quando o
observador olhava o
comutador, este não se
mexia; mas se ele se
distraía por breve
instante, o comutador
girava e a lâmpada se
acendia. Livermore
também aludira ao fato
de que o olhar do
experimentador pode
perturbar a força em
ação. Já se sabia - diz
Bozzano - que o olhar
humano irradia uma
“força”, pelo que se
deve inferir que tal
força age em contraste
com a outra “força”
exteriorizada nas
manifestações em causa.
(PP. 81 e 82)
73. Reportando-se ao
barulho causado pela
queda dos objetos
transportados, Durville
diz que alguns objetos
produziram um barulho
formidável,
desproporcional ao seu
volume: objetos pequenos
produzindo grande
barulho, enquanto
objetos mais pesados
provocando barulho de
menor intensidade, fato
que, no entender de
Bozzano, é de difícil
interpretação. Sua
hipótese quanto a isso é
que, sendo o fenômeno
contrário às leis da
acústica combinadas com
as leis da gravidade,
talvez a intenção do
agente operante seja
mesmo provar, de forma
incontestável, a
natureza supranormal dos
fenômenos produzidos.
(PP. 82 e 83)
74. O Caso XXVI
refere-se aos fenômenos
de “transporte” obtidos,
contra a sua vontade,
pelo professor
Ochorowicz, durante suas
experiências com a
médium Srta. Stanislas
Tomczyk. (P. 83)
75. Eis os objetos
transportados: I) um
pedaço de madeira, que
se precipitou pelas
escadas da casa; II)
objetos diversos
trazidos de um quarto do
andar térreo; III) um
punhado de neve; IV) um
pedaço de carvão; V) um
cinzeiro de madeira, que
chegou ao recinto no
momento em que o
professor ia acender um
cigarro; VI) um chapéu.
(PP. 84 e 85)
76. Inquirida pelo
professor Ochorowicz
sobre como procedera
para transportar o
chapéu através de duas
portas fechadas, a
“pequena Stasia”, o
espírito operante, disse
que primeiramente o
reduziu ao estado
fluídico. (P. 85)
77. O Caso XXVII
trata de uma série de
episódios análogos ao
ocorrido com a sonâmbula
do Dr. Larkin, no qual o
“transporte” se
concretizou, em plena
luz, e à vista de todos,
na palma da mão de um
espectador. As
experiências realizadas
pelos Drs. Dusart e
Broquet com a médium
senhorita Marie M.,
prima do Dr. Broquet,
foram apresentadas no
Congresso Espiritualista
Internacional de Paris,
realizado em 1900. (P.
87)
78. Os objetos
transportados foram: I)
objetos diversos de
natureza variada: balas
de chumbo, caixinhas,
torrões de açúcar; II)
bolinhas de madeira;
III) utensílio de
jardim; IV) um pacote de
cartas; V) um peso de
madeira com um metro de
comprimento; VI)
diversos objetos de
roupas; VII) um
ramalhete de violetas.
(PP. 87 e 88)
79. O Caso XXVIII,
extraído de um livro de
Henri Sausse, apóstolo
do magnetismo curador e
valente hipnotizador,
que trabalhava com uma
jovem de nome Louise, é
bastante expressivo,
porque o experimentador
viu formar-se e
materializar-se, na
palma da mão da médium,
uma soberba rosa chá.
Dias depois o fenômeno
se repetiu, quando foram
trazidas até ele três
rosas chá, tendo as
folhas úmidas de
orvalho. A jovem
explicou que para chegar
à produção destes
fenômenos é preciso o
desprendimento de grande
quantidade de fluidos
dela e também do
magnetizador e das
pessoas presentes. (PP.
89 e 90)
80. Em outra
oportunidade, referida
por Henri Sausse na
Revista Espírita de
1921, Louise contou que
durante a
desmaterialização via as
moléculas do objeto se
desintegrarem e se
separarem singularmente,
ainda que conservando
cada uma a sua
respectiva posição.
Adquirem, em tal forma,
dimensões maiores, porém
a forma inicial do
objeto não varia e nesse
estado fluídico os
objetos não estão
submetidos às leis da
gravidade e da
impenetrabilidade,
podendo atravessar a
matéria, sem deixar
sinal de sua passagem.
Para a rematerialização,
produz-se o fenômeno
inverso: as moléculas
voltam a tomar o seu
lugar primitivo, mas
esse processo se cumpre
bruscamente e requer do
médium um gasto de força
psíquica às vezes muito
grande. (P. 90)
(Continua
no próximo número.)