JOSÉ ARGEMIRO DA
SILVEIRA
joseargemirosilveira@gmail.com
Ribeirão Preto,
São Paulo
(Brasil)
O prazer de
servir
“O Filho do
Homem não veio
para ser
servido, mas
para servir.” –
Jesus (Marcos,
10-15.)
Estamos no plano
físico para
aprender e
evoluir,
desenvolvendo
nossas
potencialidades.
E a melhor
maneira de fazer
isto é através
do serviço. É
claro que para
servir bem é
necessário
aprender, porque
só a boa
intenção não
basta. Mas se
sabemos e não
aplicamos o
conhecimento
também nada
adianta saber.
Um barraco
rústico,
construído sem
técnica, com
péssimo
material, ainda
assim tem alguma
utilidade para
alguém; enquanto
que um belo
projeto, feito
com requinte,
marquises
maravilhosas, se
ficar só no
papel não
servirá para
nada. Elucida
Emmanuel –
“Ninguém pode
assistir a
outrem, com
eficiência, se
não procurou a
edificação de si
mesmo; ninguém
medicará, com
proveito, se não
adquiriu o
espírito de boa
vontade para com
os que
necessitam, e
ninguém
ensinará, com
segurança, se
não possui a seu
favor os atos de
amor ao próximo,
no que se refira
à compreensão e
ao auxílio
fraternais”. De
fato, só a boa
vontade não
basta, mas, como
ensinam os
especialistas,
“aprendemos a
fazer, fazendo”.
Se não nos
exercitarmos, se
não aplicarmos o
que já sabemos,
não
progrediremos na
aquisição de
maiores
recursos, de
mais habilidade.
Todos temos
possibilidades
de servir. E se
podemos ser
úteis a alguém,
ou a alguma
causa nobre, o
maior
beneficiário na
ação de servir é
o próprio
servidor, porque
ele aprende,
ganha
experiência, e
se promove.
Afirma o citado
Emmanuel,
através de Chico
Xavier: “A
pessoa que se
habitua a ser
invariavelmente
servida em todas
as situações,
não sabe agir
sozinha em
situação alguma.
A criatura que
serve pelo
prazer de ser
útil progride
sempre e
encontra mil
recursos dentro
de si mesma, na
solução de todos
os problemas”.
O citado autor,
no livro “Fonte
Viva”, capítulo
82, nos dá uma
bela aula sobre
o tema em foco.
Vejamos: “A
Natureza, em
toda parte, é um
laboratório que
elege o espírito
de serviço por
processo normal
de evolução. Os
olhos atilados
observam a
cooperação e o
auxílio nas mais
comezinhas
manifestações
dos reinos
inferiores. A
cova serve à
semente. A
semente
enriquecerá o
homem. O vento
ajuda as flores,
permutando-lhes
os princípios de
vida. As flores
produzirão
frutos
abençoados. Os
rios confiam-se
ao mar. O mar
faz a nuvem
fecundante.
Por manter a
vida humana, no
estágio em que
se encontra,
milhares de
animais morrem
na Terra de hora
a hora, dando
carne e sangue a
benefício dos
homens.
Infere-se de
semelhante luta
que o serviço é
o preço da
caminhada
libertadora ou
santificante. A
pessoa que se
habitua a ser
invariavelmente
servida em todas
as situações não
sabe agir
sozinha em
situação alguma.
A criatura que
serve pelo
prazer de ser
útil progride
sempre e
encontra mil
recursos dentro
de si mesma, na
solução de todos
os problemas. A
primeira
cristaliza-se. A
segunda
desenvolve-se.
Quem reclama
excessivamente
dos outros, por
não estimar a
movimentação
própria na
satisfação de
necessidades
comuns, acaba
por
escravizar-se
aos servidores,
estragando o dia
quando não
encontra alguém
que lhe ponha a
mesa. Quem
aprende a
servir, contudo,
sabe reduzir
todos os
embaraços da
senda,
descobrindo
trilhos novos.
Aprendiz do
Evangelho que
não improvisa a
alegria de
auxiliar os
semelhantes
permanece muito
longe do
verdadeiro
discipulado,
porquanto,
companheiro fiel
da Boa Nova,
está informado
de que Jesus
veio para
servir, e
desvela-se, a
benefício de
todos até ao fim
da luta. Se há
mais alegria em
dar que em
receber, há mais
felicidade em
servir que em
ser servido.
Quem serve,
prossegue...”
(1)
É um grande
equívoco
afastar-se do
serviço, por
entender que as
pessoas ou as
instituições a
quem estamos
procurando
servir não
merecem o nosso
esforço. Se há
falhas onde
estamos dando
nossa
colaboração
devemos nos
empenhar um
pouco mais e
buscar meios de
sanar, ou pelo
menos reduzir as
falhas. Afastar
do trabalho,
porém, não
devemos, porque
o prejudicado é
o que se omite,
que deixa de
participar. A
sabedoria
popular nos
alerta que “se a
brasa se afastar
do braseiro ela
se apaga”. Para
manter a chama,
carece do calor
das outras
brasas.
(1) Fonte Viva –
Emmanuel/Francisco
C. Xavier
(Editora FEB).