ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
Choro Lamento surgiu
de um episódio de
preconceito racial
Em depoimento prestado
num programa da TV
Cultura de São Paulo, o
músico e flautista
Altamiro Carrilho disse
que o choro
Lamento, de
Pixinguinha, foi
composto após o
compositor ter sido
vítima de preconceito
racial.
Disse Altamiro que,
certa vez, Pixinguinha e
seus músicos
dirigiram-se a um hotel,
no Rio de Janeiro, para
fazerem uma
apresentação.
Ao chegarem à portaria,
foi-lhe comunicado que
não poderia entrar pelo
mesmo local que os
outros hóspedes, mas
pela porta da cozinha.
Alma nobre, Pixinguinha
não discutiu diante da
ordem recebida, tão
pouco se identificou.
Quando, depois, o
episódio foi
esclarecido, o porteiro,
de joelhos, pediu-lhe
desculpas, pois não
sabia de quem se tratava
e estava cumprindo
ordens.
Incrível é que o gerente
do hotel quis despedir o
porteiro.
Novamente se revela a
fineza de caráter do
autor de Carinhoso,
que interveio a favor do
porteiro, impedindo a
demissão.
Ao terminar a
apresentação, os músicos
estavam reunidos, quando
Donga apanhou uma
partitura e sugeriu que
Pixinguinha compusesse
uma música inspirada no
acontecimento. Assim
surgiu o choro Lamento.
Este episódio está longe
de ter-se constituído num
caso isolado, perdido no
tempo.
Albert Einstein já
dizia: “Triste época a
nossa, em que é mais
difícil quebrar um
preconceito, do que um
átomo”.
O preconceito, próprio
da inferioridade humana,
sempre aconteceu, em
todas as épocas.
O Espiritismo, que nos
dá a certeza de que,
perante Deus, todos
somos iguais, também
nos conscientiza
de que, quando o homem
exemplificar, com todas
as letras, a
Lei do Amor, o
preconceito será
totalmente extirpado na
Terra.