CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Questões de
Nosso Lar
Entrar em
contato com as
realidades
exibidas de modo
tão encantador
em Nosso Lar,
o filme,
proporcionou
durante estes
últimos dias
dentre os muitos
que já a ele
assistiram, além
de polêmicas
acirradas quanto
construtivas, e
um mar
infindável de
dúvidas nos não
familiarizados
com o conteúdo
melhor esmiuçado
do livro, também
vários instantes
de grato humor.
É porque as
cenas
surpreendentes
em seu contexto
têm a capacidade
de colocar
nossas vidas sob
perspectiva
aumentada.
Assim, cada
detalhe do
cotidiano
desfila agora, à
percepção dos
mais atentos,
inevitavelmente
sob o
comparativo das
revelações
inusitadas da
bela história de
André Luiz.
Foi o caso da
sopa com água
servida na casa
da personagem
Laura,
interpretada com
grande graça e
carisma pela
atriz Ana Rosa.
André Luiz chega
em visita à
residência da
simpática mãe de
Lísias, seu
tutor na cidade
etérea sobre o
Rio de Janeiro.
Comenta que há
muito não sabe
mais o que é um
bom almoço, ante
o convite
generoso do
rapaz para
compartilhar a
refeição de sua
família. Mas, ao
sentar à mesa,
reunindo-se aos
agradáveis
anfitriões,
Laura anuncia
com grande
regozijo que o
cardápio daquele
dia é uma
deliciosa...
sopa!
Acompanhada
da bênção da...
água!...
Bastou apenas
este pitoresco
detalhe
apresentado
assim, na versão
cinematográfica
de Wagner de
Assis para o
conteúdo
autoexplicativo
do primeiro
livro da série
de autoria do
querido médico
desencarnado,
para suscitar os
mais acalorados
comentários,
durante o
horário de
trabalho
profissional
compartilhado
com meus colegas
da Justiça!
- "Sopa!"
- repetiam
alguns,
animadamente,
todos sem poder
esconder a
perplexidade de
quem se
questiona
honestamente
sobre como
sobreviveria
àquilo, depois
de todo um
período de vida
corpórea
adestrada na
viciação
gastronômica do
organismo com as
lautas
refeições de
base animal.
- "E água!?"...
E sempre que
aparece ocasião
depois de ter
assistido ao
filme, a mim
mesma ocorre,
por vezes, a
ideia de brincar
com meus
próprios
hábitos.
- "Aquela
sopinha com água
de Nosso Lar não
vai dar
certo!... -
comentava, com
bom humor,
durante o
almoço, ou
saboreando uma
sobremesa ou
pedaço de bolo
de aniversário.
Ao que a colega
devolve,
espirituosamente:
- "Vai
todo mundo parar
naquela lama (referindo-se
ao umbral)
por suicídio
inconsciente!"
- "Sim... -
eu sorri de
volta -
Vocês sabiam que
não deviam
abusar do
colesterol! Quem
mandou ceder à
gula?! Eis o que
vamos ouvir!"...
Brincadeiras à
parte, amigos,
esta
particularidade,
que causa certa
espécie à
plateia, como
outras
mais, inéditas
ao
modus vivendi material
terreno,
encontra
explicação
detalhada nas
páginas da obra
esclarecedora
psicografada
pelo nosso
saudoso Chico,
onde entendemos
que uma tal
deliciosa sopa
transcende, nos
já adaptados à
colônia, em
todas as
possíveis
necessidades, o
mais lauto
banquete da face
material
terrena!
De fato, há um
capítulo inteiro
dedicado a
elucidar o modo
como a cidade
houve por bem
administrar o
quesito delicado
dos hábitos de
alimentação dos
recém-chegados
das vidas
materiais; as
providências
adotadas ao
longo do tempo a
fim de resolver
a contento o
impasse das
exigências neste
sentido cobradas
com
persistência, e
durante largo
período, até
mesmo pelos
habitantes e
trabalhadores
mais antigos da
colônia, até
que, afinal, o
Governador Anacleto
conseguisse fazer prevalecer
os métodos mais
rigorosos de
adaptação a
hábitos de
nutrição
compatíveis com
o perfil
espiritual
sutilizado do
lugar -
restringindo um
padrão alimentar
de transição a
determinados
departamentos de
Nosso Lar
onde se
concentravam os
trabalhos de
recepção dos
recém-vindos da
matéria, e
destinando a
todos os demais
setores o modo
de ingestão
fluídico-energético
compatível com o
espectro
evolutivo mais
elevado dos que
já se viam
sintonizados com
os parâmetros de
vida superior.
É que em duas
horas de
exibição nos
cinemas,
somente, não há
de fato como
comunicar em
suas infinitas
particularidades
todos os
porquês
e
senões
de uma
existência muito
mais vasta do
que a que
ficamos
condicionados
durante o
estágio
corpóreo. Por
que só sopa? Por
que padrões
arquitetônicos e
noticiário de
tecnologia
avançada
semelhantes aos
que só agora, na
última década,
quase sessenta
anos depois de
publicada a
notável obra
mediúnica,
enfim,
usufruímos na
sua banalização
cotidiana?! Como
assim,
ministérios e
departamentos
indiciando
administração
rigorosa e ordem
burocrática de
padrões
inegavelmente
mais apurados do
que os que ainda
vigem nos
cenários
materiais?!...
São muitas as
perguntas. E
naturalíssimas,
nas reações
daqueles que o
noticiário de
André Luiz colhe
mais
despreparados na
suposição
anterior
e desavisados de
que, se a Vida
de fato
continua, não há
por que se dar
fundamentada em
inércia ou n’algo
inferior em
característicos
ao tanto de
avanço que já se
conquistou,
mesmo enquanto
ainda aqui, em
meio às
limitações rudes
das dimensões
mais grosseiras!
Recorramos,
pois, à obra
escrita, e fácil
se desfarão
todos estes
questionamentos;
porque então
compreenderemos,
com André,
Lísias, Laura e
Narcisa, dentre
outros amigos
valiosos, que,
se na própria
edificação do
Universo com
todos os seus
milhares de
pontos luminosos
imperam desde
sempre os
movimentos
mantenedores da
Criação profusa
dentro da
eternidade,
ainda a nós
outros o que nos
aguardará é a
atividade
constante, como
colaboradores
conscientes da
criação de
realidades
individuais cada
vez mais
aperfeiçoadas -
para nosso mesmo
regozijo e
deleite!
Um dia a todos
será dado
constatar, ainda
uma vez, que
a nossa
existência mais
consistente e
definitiva
reside exatamente
nestes lugares -
em Nosso
Lar,
como em tantas
outras
incontáveis
moradias
dimensionais -,
onde
aprenderemos que
estâncias
temporárias como
as romagens físicas
nada mais são do
que laboratórios
preciosos, onde
aprendemos de
maneira mais
efetiva a
materializar
sonhos de forma
mais harmoniosa
e sábia, mais
amorosa e
depurada, a fim
de habitarmos em
caráter
definitivo as
paragens de
criação mais
avançadas do
Infinito!