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Clássicos do Espiritismo
Ano 4 - N° 183 – 7 de Novembro de 2010
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Fenômenos de Transporte

Ernesto Bozzano

(Parte 9 e final)

Concluímos a apresentação do estudo do clássico Fenômenos de Transporte, de Ernesto Bozzano, com base na tradução de Francisco Klörs Werneck, publicada pelas  Edições FEESP, 4a edição, março de 1995.

Questões preliminares

A. Após todos os fatos examinados neste livro, a que conclusão chegou Bozzano quanto à produção dos transportes?

Ao final desta obra, Bozzano reiterou sua convicção de que os “transportes” se produzem por força do processo, quase instantâneo, de desintegração e reintegração do objeto transportado, processo que algumas vezes assume forma inversa com desintegração e reintegração de um furo nas portas e nas paredes, o que não muda a essência do fenômeno. (Fenômenos de Transporte, pp. 112 e 113.)

B. Nos transportes há sempre atuação dos Espíritos?

Não. Segundo Bozzano, parte dos fenômenos tem origem em um ato de vontade da personalidade subconsciente do próprio médium, enquanto outro tanto só se explica com a intervenção dos Espíritos. Um destes fatos é o caso XVI em que a entidade comunicante se expressou na língua turca, que ninguém ali entre os presentes conhecia. (Obra citada, pp. 117 a 120.)

C. De todos os fatos descritos, qual foi, segundo Bozzano, o mais marcante?

Foi o “transporte” do menino Paulo, então com nove meses, levado da sala das sessões, onde dormia em sua caminha de ferro, para um quarto contíguo, no momento em que o grupo se havia retirado da sala para cear noutro recinto. Ao retornarem à sessão, eles viram a criança acocorada perto de uma cadeira, no meio do quarto, com os olhos fechados, a choramingar de sono. (Obra citada, pp. 122 e 123.)

Texto para leitura 

92. Neste capítulo, Bozzano menciona as opiniões de alguns dos mais autorizados homens de ciência que se declararam céticos ou ainda não convencidos dos fenômenos de “transportes” e da “penetração da matéria através da matéria”: I) Hartmann, embora tenha aceitado quase integralmente a fenomenologia mediúnica, inclusive as materializações de fantasmas, classificou os mencionados fenômenos entre a categoria dos fatos particularmente inverossímeis; II) Frank Podmore manteve-se irredutível e irrazoável com referência aos “transportes”, que ele explica com a hipótese da “fraude” ou da “mentira”; III) Petrovo Solonovo, ao invés de admitir a existência real dos fenômenos de “transporte”, não hesitou em acusar o reverendo Stainton Moses de práticas fraudulentas; IV) Oliver Lodge, como físico que é, não consegue compreender o fenômeno da “penetração da matéria através da matéria”, mas cautelosamente, sem o negar, assevera ser preciso que provas excepcionalmente importantes e decisivas o convençam de que o fenômeno da desmaterialização é real; V) Charles Richet ficou perplexo e duvidoso quanto ao fenômeno da “penetração da matéria através da matéria”  e dos “transportes”, porque, segundo ele, nenhuma prova satisfatória de ambos os fenômenos até agora havia sido dada; VI) Stanley De Brath, diretor da revista inglesa “Psychic Science”, ficou igualmente perplexo diante dos “transportes” e, sem negar o fenômeno, duvida e recalcitra, diante da questão da enorme energia necessária para conseguir-se a desintegração da matéria. (PP. 105 a 110)

93. A dúvida oposta pelo engenheiro Stanley De Brath tem, como causa, as mesmas considerações formuladas pelo professor Oliver Lodge. Bozzano argumenta, porém, que no caso dos “transportes” não se trata somente de energia física, mas, acima de tudo, de energia psíquica, liberada por um ato de vontade subconsciente ou exterior. Que sabemos nós – pergunta ele – das presumíveis reservas de energia sui generis existentes, em potência, no Espírito humano e capazes de produzir, na matéria, explosões formidáveis de energia física? (N.R.: A mesma dúvida foi e tem sido levantada no tocante à materialização de espíritos, fenômeno que Richet considera comprovado e indubitável. Em seu livro Chico Xavier pede Licença, às pp. 74 e 75, J. Herculano Pires comenta a objeção feita pelo professor Carlos Chohfi, do Departamento de Física da Universidade Mackenzie, para quem seria impossível  materializar uma pessoa de 70 kg, o que exigiria toda a energia produzida em 293 anos pela hidrelétrica de Jupiá. Os Espíritos, contudo, se materializam... Ora, lembra Herculano, a materialização de espíritos, apesar dessa expressão, não significa a formação de um organismo humano, mas simplesmente a utilização do ectoplasma para dar ao corpo espiritual a aparência humana, um problema, não de Física habitual, mas, como diria Zöllner, de Física Transcendental.)        

94. Esperando que a exuberância de provas reunidas nesta obra possa concorrer para dissipar as dúvidas levantadas pelos eminentes cientistas aqui citados, Bozzano reitera a sua convicção de que os “transportes” se produzem por força do processo, quase instantâneo, de desintegração e reintegração que parece tão árduo aos cientistas referidos, processo que algumas vezes assume forma inversa com desintegração e reintegração de um furo nas portas e nas paredes, o que não muda a essência do fenômeno. (N.R.: A respeito do assunto é bom lembrar que Allan Kardec tratou do fenômeno de transporte no cap. V, itens 96 a 99, de “O Livro dos Médiuns”. Indagado se um objeto pode ser trazido a um lugar inteiramente fechado, Erasto respondeu a Kardec: “É complexa esta questão. O Espírito pode tornar invisíveis, porém, não penetráveis, os objetos que ele transporte; não pode quebrar a agregação da matéria, porque seria a destruição do objeto. Tornando este invisível, o Espírito o pode transportar quando queira e não o libertar senão no momento oportuno, para fazê-lo aparecer. De modo diverso se passam as coisas, com relação aos que compomos. Como nestes só introduzimos os elementos da matéria, como esses elementos são essencialmente penetráveis e, ainda, como nós mesmos penetramos e atravessamos os corpos mais condensados, com a mesma facilidade com que os raios solares atravessam uma placa de vidro, podemos perfeitamente dizer que introduzimos o objeto num lugar que esteja hermeticamente fechado, mas isso somente neste caso”. André Luiz examinou a questão em seu livro “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 28, pp. 268 a 271, em que relata o seguinte caso:  Findo o trabalho medicamen­toso, um Espírito tomou pequena porção das forças materializantes do médium sobre as mãos e afastou-se, para trazer, daí a instantes, algu­mas flores que foram distribuídas com os irmãos encarnados, no intuito de sossegar-lhes a mente excitadiça. O Assistente Aulus explicou: “E' o transporte comum, realizado com reduzida cooperação das energias me­dianímicas. Nosso amigo apenas tomou diminuta quantidade de força ec­toplásmica, formando somente pequeninas cristalizações superficiais do polegar e do indicador, em ambas as mãos, a fim de colher as flores e trazê-las até nós”. Hilário observou a facilidade com que a energia ectoplásmica atravessou a matéria densa, porque o Espírito, usando-a nos dedos, não encontrou qualquer obstáculo na transposição da parede. Aulus lembrou-lhe que também as flores transpuseram o tapume de alve­naria, penetrando o recinto graças ao concurso de técnicos bastante competentes para desmaterializar os elementos físicos e reconstituí-los de imediato. O Assistente informou que, caso hou­vesse utilidade, um objeto poderia ser removido da sala de sessões para o exterior, com a mesma facilidade. “As cidadelas atômicas, em qualquer construção da forma física, não são fortalezas maciças, qual acontece em nossa própria esfera de ação. O espaço persiste em todas as formações e, através dele, os elementos se interpenetram”, explicou Aulus.) (PP. 112 e 113) 

95. Dito isto, Bozzano recorda, de forma ligeira, as considerações principais que o levaram a admitir tal processo:  

I) em primeiro lugar, a circunstância dos “transportes” de pedra ou de metal que bastas vezes foram encontrados tépidos, quentes ou ardentes, conforme a estrutura atômica dos mesmos; 

II) em segundo lugar, o fato de terem muitos experimentadores assistido, em plena luz, ao fenômeno de reintegração do objeto transportado; 

III) em terceiro lugar, a circunstância de que, ao serem interrogadas a respeito, as personalidades mediúnicas informaram, concordemente, que desmaterializavam e rematerializavam os objetos transportados ou uma seção adequada das portas ou das paredes; 

IV) em quarto lugar, o fato de terem sido fotografados alguns “transportes” no instante mesmo em que os objetos se reintegravam. Com a mediunidade do Sr. Lynn obtiveram-se várias fotografias muito animadoras, inclusive a de uma colher de sal no momento em que era materializada, como publicado no número de julho de 1929 da “Psychic Science”. (PP. 113 e 114)  

96. Na sequência, Bozzano reconhece que os fenômenos de transporte, por serem de natureza física, não fornecem, por si mesmos, provas diretas da existência e sobrevivência do Espírito humano. Ele acrescenta, porém, que a hipótese espírita não tem necessidade dos “transportes” para ser demonstrada. (P. 114) 

97. De qualquer modo, os fenômenos de “transporte” poderiam fornecer provas indiretas em tal sentido, levando-se em conta que os mesmos se realizam com o auxílio de faculdades supranormais inerentes à personalidade integral subconsciente. “Já o afirmei repetidas vezes: o Animismo prova o Espiritismo e, se não houvesse fenômenos anímicos, faltaria base ao Espiritismo.” (PP. 114 e 115) 

98. Comentando a tese de certo fisiologista que atribui as faculdades supranormais a um “sexto sentido” em gestação na criatura humana, Bozzano diz considerar a hipótese de “sexto sentido” sob outro ponto de vista. Para ele, tudo prova que as faculdades supranormais subconscientes jamais se tornarão normais, porque são inconciliáveis com as condições em que se realiza a vida terrena. E ele justifica seu pensamento, mostrando como seria terrível o homem inferior, que nós bem conhecemos na Terra, dotado de forma generalizada de várias aptidões para ler pensamento, saber o futuro, produzir os transportes. (N.R.: Embora Bozzano não o diga, é fácil deduzir que num planeta moralmente mais adiantado a extensão da mediunidade a todos não traria os problemas que ele, corretamente, levanta.) (P. 115) 

99. Fechando suas considerações, Bozzano entende que, no caso dos “transportes”, após analisar detidamente os fatos, parte dos fenômenos tem origem em um ato de vontade da personalidade subconsciente do próprio médium, mas outro tanto só se explica com a intervenção dos espíritos. Um destes fatos é o caso XVI em que a entidade comunicante se expressou na língua turca, que ninguém ali entre os presentes conhecia. Outra razão diz respeito à ética observada em determinados “transportes”, nos quais o agente não concordou em trazer objetos de grande valor. Ora, se o ato é meramente subconsciente e o experimentador deseja o objeto, que ética impede que o fato se dê? Se não vem do experimentador, só pode provir da entidade espiritual operante. (PP. 117 a 120)

100. No último capítulo desta obra, Bozzano transcreve um caso de “transporte” que lhe foi relatado por Charles Richet. O fenômeno ocorreu em Buenos Aires, no ano de 1891, com o visconde Saúl de Vitray-Ségur, neto da famosa condessa de Ségur. Foram trazidos ao recinto da sessão: I) um grande punhado de violetas de Parma, com flores e hastes entrecruzadas, colhidas em Mar del Plata, a 250 km da capital; II) uma nota de cinco centavos, a menor divisão da moeda da época, retirada do cofre de um banco (registre-se que o experimentador queria uma nota de 1.000 piastras, mas o agente operante recusou-se a trazê-la, porque isso seria um furto); III) objetos diversos, chaves etc. (PP. 121 e 122) 

101. O fenômeno mais marcante foi, contudo, o “transporte” do menino Paulo, então com nove meses, levado da sala das sessões, onde dormia em sua caminha de ferro, para um quarto contíguo, no momento em que o grupo se havia retirado da sala para cear noutro recinto. Ao retornarem à sessão, eles viram a criança acocorada perto de uma cadeira, no meio do quarto, com os olhos fechados, a choramingar de sono. (PP. 122 e 123) 

102. Comentando o caso e a recusa do agente operante em trazer a nota pedida pelo grupo de experimentadores, Bozzano assevera: “Convenhamo-nos: tudo concorre para demonstrar que não se poderia cogitar de uma prova mais eficaz do que esta aqui considerada para provar a intervenção de entidades espirituais na realização dos fenômenos de transporte”. “Repito, portanto, meu desafio: Quem for de parecer contrário, queira expor publicamente as suas razões, e eu replicarei.” (P. 125)



 


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