JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
Minas Gerais
(Brasil)
A fé é forte com
a razão,
como é
forte a moeda
sem inflação
Entre as
verdades que
Kardec nos
legou, eis uma:
“A fé só é
inabalável, se
ela puder
enfrentar a
razão face a
face em qualquer
época da
história da
humanidade”.
Sim, a fé tem
que estar de
acordo com a
razão, caso
contrário, ela
baqueia, fazendo
do crente um
fiel de pouca
fé e que a pode
perder a
qualquer
momento. Além
disso, quem tem
esse tipo de fé
frágil não a põe
em prática no
seu dia-a-dia, a
qual se torna,
pois, uma fé
morta. (São
Tiago 2,17; e 1
Coríntios 13, 1
a 4.)
O Cristianismo
instituiu
algumas
doutrinas
polêmicas que
foram mantidas à
força pela
Inquisição, para
o fim da qual
muito contribuiu
a histórica
Reforma de
Lutero. A Igreja
até fez a sua contrarreforma
com o Concílio
Ecumênico de
Trento
(1545-1563).
Porém as
doutrinas
polêmicas foram
mantidas e
outras novas
foram
instituídas,
como a da
Transubstanciação,
em vez da
Consubstanciação,
defendida por
muitos bispos da
época e que é
mais conforme à
Teologia
Protestante.
Com a evolução,
cresce a nossa
individualidade,
o que nos torna,
cada vez mais,
mais
independentes em
matéria de
crença. Esse
fenômeno
acontece com os
fiéis de todas
as religiões.
Tudo no mundo
muda sem parar.
E o que mais tem
que mudar é
justamente o
nosso modo de
crer em Deus,
pois ninguém
entende o que é
mesmo Deus. As
teologias têm
sido fábricas de
superstições
sobre Deus.
Ninguém conhece
as coisas de
Deus. (1
Coríntios 2,11.)
Se não
conhecemos as
coisas de Deus,
menos ainda
sabemos o que é
Deus. “É mais
fácil dizermos o
que Deus seja do
que o que Ele
é”. (Sto. Tomás
de Aquino.)
Toda crença deve
se impor pela
razão, jamais
pela força. Mas
mesmo a crença
racional, com o
tempo e a
consequente e
inevitável
evolução da
mentalidade
humana, está
sujeita a
mudanças. Aliás,
apenas Deus é
imutável, pois
só Ele é
permanente. O
nosso conceito
sobre Deus é que
é impermanente
pela força mesma
da evolução
constante de
nossa
mentalidade. E
cada um tem um
Deus do tamanho
de sua ideia
sobre Ele.
Lembro-me agora
de que, na minha
primeira série
do primeiro grau
ou do antigo
primário, a
professora
ensinava que o
motorista dum
veículo e os
seus passageiros
defendiam-se do
frio e da chuva,
fechando os
vidros das
janelas do
carro. E, como
se fosse uma
coisa muito
importante, ela
perguntava aos
alunos: O que a
gente faz num
carro quando
chove e faz
frio? E todos
nós alunos
respondíamos em
coro: A gente
fecha os vidros
das janelas do
carro.
Parecíamos nós,
alunos, e a
professora uma
turba de
retardados! E
você que me
prestigia com
sua leitura já
imaginou o que
nós, naquela
época,
pensávamos sobre
Deus? Aliás, até
os teólogos,
comparados com
os de hoje,
falavam muitas
besteiras sobre
Deus. O que
diríamos, então,
do conceito de
Deus dos
teólogos dos
primeiros
séculos do
Cristianismo,
cerca de 17
séculos?
Assim como a
moeda forte só é
aquela sem
inflação e que
incrementa,
pois, o
progresso, só a
fé com a razão,
ou seja,
raciocinada, no
dizer de Kardec,
é também
realmente forte.
E apenas essa fé
forte racional é
a que condiz com
a nova
mentalidade dos
espiritualistas
do Terceiro
Milênio.
Salvemos o
Cristianismo,
que não pode
continuar sendo
um museu de
teologias
mitológicas
contrárias à
lógica e à
razão!