ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Chico
Xavier -
expressivo
centenário
São justas as
homenagens ao
médium Chico
Xavier em seu
centenário de
nascimento,
embora ele as
dispense e não
precise delas.
Todavia, a
gratidão de
todos nós pela
inigualável
contribuição
cultural e
doutrinária
oferecida ao
Espiritismo e à
humanidade pelo
importante vulto
histórico de sua
personalidade é
algo que surge
espontâneo e
natural.
Nascido em Pedro
Leopoldo em 2 de
abril de 1910,
tornou-se
conhecido
mundialmente
pela força de
seu exemplo de
vida. Infância
pobre, vida
sofrida e cheia
de dificuldades,
mas
personalidade de
coragem,
determinação,
fidelidade ao
bem, exemplo
mesmo de
humildade e amor
ao próximo.
Retornou à
Pátria de origem
aos 30 de junho
de 2002. Médium
consciente de
seus deveres com
a própria
faculdade que
trouxe como
bagagem,
produziu mais de
400 obras
psicografadas,
confortou
milhares de
pessoas e
famílias com
suas mensagens,
mas
principalmente
com seu próprio
modo de ser;
ofertou socorro
material a
muitos, amparou
enfermos e
fez-se roteiro
de luz para a
vida de muitos.
Eleito o
Mineiro do
Século, em
concurso da
Globo Minas,
concorreu ainda
ao Prêmio Nobel
da Paz e recebeu
muitos títulos
de Cidadão
Honorário em
diferentes
cidades
brasileiras.
Mesmo assim
sofreu calúnias,
perseguições e
ingratidões, mas
manteve-se fiel
à própria
consciência,
sempre
destacando o
Evangelho de
Jesus em suas
falas e
aparições
públicas.
Perfeitamente
enquadrado com a
descrição de
O Homem de Bem,
apresentado por
Allan Kardec em
O Evangelho
segundo o
Espiritismo
no capítulo 17 –
item 3, Chico
Xavier é exemplo
a ser seguido,
pois sua
biografia é rica
de ensinos e
roteiros de como
enfrentar
adversidades e
viver bem
consigo mesmo e
ainda amparar o
próximo. Tão
rica e
expressiva que
virou filme, já
foi encenada em
peças teatrais e
alvo de muitas
reportagens de
TV.
E mesmo que
pudéssemos
reduzir toda sua
vida, rica em
exemplos por si
só, em um único
fato, que
descrevemos em
seguida, ela já
seria grandiosa:
Chico Xavier
produziu, pela
psicografia,
cinco romances
clássicos
históricos do
Cristianismo
nascente, que já
valem o esforço,
humildade e
sintonia de sua
mediunidade. Os
romances
assinados pelo
Espírito
Emmanuel
significam
roteiro de luz
para qualquer
pessoa em
qualquer época.
São verdadeiros
tesouros
culturais e
incomparáveis
pérolas
espirituais, e
isso tudo sem
falar nas
demais, de valor
histórico,
doutrinário etc.
Não poderíamos
deixar de citar
os incomparáveis
livros Há
2.000 anos,
Cinquenta anos
depois,
Renúncia, Ave
Cristo e o
fabuloso
Paulo e Estêvão.
Apenas para
citar um dos
livros, já que
todas as cinco
obras citadas
são ricas em
ensinos e
orientações,
especialmente
nas entrelinhas
– com
verdadeiros
tesouros de amor
–, recordo o
primeiro da
série: Há
2.000 anos,
editado em 1939
pela FEB. Como
indica a página
de rosto da
obra, assim como
nos demais que
lhe seguiram,
ela apresenta
episódios
históricos do
cristianismo
nascente. Nela,
especificamente,
encontramos a
saga de Públio
(o próprio autor
espiritual
Emmanuel) e
Lívia,
contemporâneos
da estada de
Jesus no
planeta, entre
outros
personagens.
Dividido em duas
partes, com dez
capítulos cada,
o livro é uma
preciosidade. A
1ª. Edição
especial da FEB,
de abril de
2002, possui 432
páginas.
Até para
agradecer ao
nosso Chico,
busco na obra em
referência o
capítulo V da
primeira parte:
O Messias de
Nazaré.
Nesse belíssimo
capítulo ocorre
o encontro entre
o orgulhoso
senador e o
Mestre Jesus.
Nas emoções
próprias do
lindo texto, na
sublime
oportunidade que
Públio teve de
encontrar Jesus,
extraímos
parcialmente:
“(...) Nunca
experimentara
sensação
idêntica (...)
Recordava-se dos
menores feitos
da sua vida
terrestre (...)
Sentia profundo
êxtase, diante
da Natureza e
das suas
maravilhas (...)
Foi nesse
instante que
(...) ouviu
passos brandos
de alguém (...)
Diante de seus
olhos ansiosos,
estacara
personalidade
inconfundível e
única.
Tratava-se de um
homem moço
ainda, que
deixava
transparecer nos
olhos,
profundamente
misericordiosos,
uma beleza suave
e indefinível.
(...)”.
Nesse nível de
belíssima
descrição, o
capítulo
prossegue e
transcreve as
palavras de
Jesus proferidas
para Públio, que
não conseguia
mover-se, nem
falar, tamanho o
envolvimento do
momento. Já são
conhecidas as
frases:
“(...) –
Senador, por que
me procuras?
(...) não venho
buscar o homem
de Estado,
superficial e
orgulhoso (...);
venho atender as
súplicas de um
coração
desditoso e
oprimido e,
ainda assim, meu
amigo, não é o
teu sentimento
que salva a
filhinha leprosa
e desvalida pela
ciência do
mundo, porque
tens ainda a
razão egoística
e humana; é,
sim, a fé e o
amor de tua
mulher (...)”.
E diante do
assombro do
senador, Jesus
ainda afirma:
“(...) Está,
porém, no teu
querer o
aproveitá-lo
agora, ou daqui
a alguns
milênios... Se o
desdobramento da
vida humana está
subordinado às
circunstâncias,
és obrigado a
considerar que
elas existem de
toda a natureza,
cumprindo às
criaturas a
obrigação de
exercitar o
poder da vontade
e do sentimento,
buscando
aproximar seus
destinos das
correntes do bem
e do amor aos
semelhantes
(...)”.
Sugiro ao leitor
que busque o
exemplar do belo
livro em sua
estante e leia o
capítulo na
íntegra, pois,
pela transcrição
parcial acima,
já podemos
perceber a
extensão do
ensino contido.
Para quem não
leu essa
preciosa obra,
igualmente
coloque-a em
suas prioridades
de estudo e
leitura.
E isso estamos
falando de um
único trecho de
um capítulo de
apenas uma das
obras Que dizer
das demais?
Impossível
descrever aqui
no curto espaço
de simples
matéria.
Por isso, o
sentimento que
surge é de
gratidão mesmo!
Gratidão ao
mediunato de
Chico Xavier.
Agora, na
ocorrência de
seu centenário
de nascimento,
nós, os
contemporâneos
desse expressivo
fato, vibramos
em gratidão a
esse valoroso
Espírito,
direcionando-lhe
nosso carinho,
nosso aplauso.
Obrigado, Chico,
obrigado por
tudo que fez!
Deus o
recompense!