Uma estimada amiga, radicada
na cidade de Astorga-PR,
pergunta-nos como entender a
dor e suas causas quando ela
atinge os animais, seres
que, conforme ensina o
Espiritismo, não são dotados
de livre-arbítrio e,
portanto, não podem estar
sujeitos à expiação.
A questão da dor, esse
elemento tão visível e
presente em um planeta como
a Terra, está bem focalizada
no cap. 19 do livro Ação
e Reação, de autoria de
André Luiz, psicografia de
Chico Xavier.
Segundo o Instrutor Druso,
identificamos na experiência
terrestre três tipos de
dores: a dor-evolução,
a dor-expiação e a
dor-auxílio.
Referindo-se diretamente ao
caso dos animais, Druso
afirma:
"A dor é ingrediente dos
mais importantes na economia
da vida em expansão. O
ferro sob o malho, a semente
na cova, o animal em
sacrifício, tanto quanto a
criança chorando,
irresponsável ou
semiconsciente, para
desenvolver os próprios
órgãos, sofrem a
dor-evolução, que atua de
fora para dentro,
aprimorando o ser, sem a
qual não existiria
progresso”.
Percebe-se que a
dor-evolução, cujo
objetivo notório é o
aprimoramento do ser, nada
tem que ver com atos do
passado. É o que ocorre com
os animais, não somente
aqueles que vivem em nosso
meio, como os cães, vítimas
de tantas enfermidades e
problemas, mas sobretudo com
os que vivem em plena selva.
Imaginemos o sofrimento de
uma presa abatida por seu
predador e estraçalhada
antes mesmo de ocorrer sua
morte corpórea!
A dor-expiação, que
vem de dentro para fora,
marcando a criatura no
caminho dos séculos,
detendo-a em complicados
labirintos de aflição, com o
objetivo de regenerá-la
perante a Justiça Divina, é
coisa bem diferente. Existem
acidentes inúmeros e
enfermidades tão penosas que
seria um absurdo debitá-los
simplesmente à obra do
acaso. No livro O Céu e o
Inferno ou A Justiça Divina
segundo o Espiritismo,
Kardec apresenta-nos
inúmeros casos e suas
vinculações com as
existências passadas.
Quanto à chamada
dor-auxílio, a
explicação dada por Druso
revela como a Providência
divina não se esquece de
nada. Ei-la: "Em muitas
ocasiões, no decurso da
luta humana, nossa alma
adquire compromissos
vultosos nesse ou naquele
sentido. Habitualmente,
logramos vantagens em
determinados setores da
experiência, perdendo em
outros. Às vezes,
interessamo-nos vivamente
pela sublimação do próximo,
olvidando a melhoria de nós
mesmos. É assim que, pela
intercessão de amigos
devotados à nossa felicidade
e à nossa vitória, recebemos
a bênção de prolongadas e
dolorosas enfermidades no
envoltório físico, seja para
evitar-nos a queda no abismo
da criminalidade, seja, mais
frequentemente, para o
serviço preparatório da
desencarnação, a fim de que
não sejamos colhidos por
surpresas arrasadoras, na
transição da morte. O
enfarte, a trombose, a
hemiplegia, o câncer
penosamente suportado, a
senilidade prematura e
outras calamidades da vida
orgânica constituem, por
vezes, dores-auxílio, para
que a alma se recupere de
certos enganos em que haja
incorrido na existência do
corpo denso, habilitando-se,
através de longas reflexões
e benéficas disciplinas,
para o ingresso respeitável
na Vida Espiritual".
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