CLAUDIA SCHMIDT
claudia2704@gmail.com
Santo Ângelo,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
Caridade segundo
a
Doutrina
Espírita
“(...) porque
terão de
responder por
todo o bem que
podiam fazer e
não fizeram
(...)” -
O Livro dos
Espíritos,
questão 896.
Na questão 893
de O Livro
dos Espíritos,
Kardec indaga
qual a mais
meritória das
virtudes,
obtendo dos
Espíritos a
resposta de que
é a caridade
desinteressada.
Mas o que é
caridade segundo
a Doutrina
Espírita? Para
facilitar a
compreensão,
pode-se
dividi-la em
caridade
material e
moral.
A caridade
material
compreende
aquilo que tem
manifestação no
mundo físico,
devendo ser
exercida com
desprendimento e
amor, sem
humilhar quem
recebe. O amor
se manifesta na
maneira como se
dá, não
incluindo os que
doam algo apenas
para se verem
livres de quem
pede ou para
aliviar a
consciência, mas
sim a atitude
realizada com
real vontade de
auxiliar. Já o
desinteresse
consiste em não
esperar
reconhecimento,
gratidão ou
retorno de
qualquer espécie
pela ação
realizada,
consoante a
frase: “que a
mão esquerda não
saiba o que dá a
mão direita”.
Assim, pode-se
dar muito ou
pouco, com muito
ou pouco amor.
A caridade
moral, como a
entendia Jesus,
é elucidada na
questão 886 de
O Livro dos
Espíritos,
como sendo
benevolência
(boa vontade)
para com todos,
indulgência
(tolerância)
para com as
imperfeições
alheias e perdão
das ofensas.
Esse conceito de
caridade reúne
todos os deveres
do ser humano
para com seu
próximo, podendo
ser exercitada
através de três
perguntas1:
A - Ao pensar,
julgando ou
avaliando o
próximo, como
devo proceder?
Com indulgência
(tolerância);
B - Como deve
ser a minha ação
para com o meu
próximo? Com
benevolência
(boa vontade);
C - Como devo
receber a ação
do próximo? Com
perdão.
Assim, a
caridade moral
pode ser2:
* verbal:
palavras que
consolam,
esclarecem e
edificam, prece
que aproxima de
Deus, silêncio
ou suavidade no
falar;
* mental: ondas
mentais sob a
forma de perdão,
prece e amor,
emitidas em
favor de
encarnados e
desencarnados;
* gestual: afago
fraternal,
abraço, aperto
de mão, sorriso,
carinho;
* passiva:
silêncio diante
de uma ofensa,
atenção perante
um desabafo;
* mediúnica:
amparo a
encarnados e
desencarnados
através da
faculdade
mediúnica.
Sempre há
condições e
oportunidades
para o exercício
da caridade,
pois não há quem
não possa doar
algo, dedicar
atenção a um
irmão, vibrar
positivamente
por alguém; cada
indivíduo,
porém, procura e
encontra meios
de realizar o
bem de acordo
com a sua
evolução
espiritual. Mas,
à medida que
compreende que
fora da caridade
não há salvação
(evolução), o
Espírito
esforça-se por
praticá-la em
suas diversas
manifestações,
eliminando
assim,
gradualmente, o
orgulho e o
egoísmo, na
exata proporção
que se eleva a
Deus.
1) MASSI, Cosme
D. B. A Caridade
segundo o
Espiritismo.
Revista A
Reencarnação.
FERGS Editora.
2) COELHO, José
Marcelo
Gonçalves.
Caridade
Integral.
Revista
Internacional de
Espiritismo.
Editora O
Clarim. Novembro
de 2001.