GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
Discípulos a
caminho
de Emaús
Nos
capítulos
finais dos
Evangelhos
de
Mateus,
Marcos,
Lucas e João há
registros
das profecias de Jesus, de sua
vinda nos
tempos difíceis anunciados e de suas aparições
a
seus
discípulos,
dias após a crucificação.
Nestas,
ora
se mostrava
em
silêncio,
ora em
breves conversas,
e, noutras
vezes,
em
longos diálogos
com os discípulos.
Dessas aparições
e seus diálogos
há uma que, a
nosso ver, se
sobressai: é a
que consta em
Lucas
(24:13-35), que
trata da
conversação
mantida pelo
Mestre com dois
discípulos, a
caminho da
aldeia de Emaús.
Os dois
caminhavam
entristecidos,
comentando os
acontecimentos
relativos à
crucificação e
morte de Jesus,
amargurados e
deprimidos pela
enorme
frustração que o
fato lhes
acarretava e à
comunidade de
seus seguidores.
Criam que Jesus
libertaria
Israel do jugo
romano; com Sua
morte, todas
suas esperanças
se esvaíram.
Esperavam que os
libertaria de um
jugo tirânico,
que os oprimia
economicamente e
que os
humilhava.
Esperavam nele o
Salvador de um
reino terrestre.
Àquela época
ainda não
compreendiam
qual era o Reino
a que o Mestre
se referia e a
real tarefa do
Sublime
Mensageiro.
Aconteceu que,
enquanto assim
caminhavam,
“(...) o próprio
Jesus se
aproximou e ia
com eles”.
Após
questioná-los a
respeito de suas
inquietações,
sem ser
reconhecido e, a
princípio, sem
demonstrar que
tudo sabia a
propósito dos
infaustos
acontecimentos
recentes, em
Jerusalém, Ele
os admoestou com
energia, e lhes
disse:
– Ó néscios, e
tardos de
coração para
crer em tudo o
que os profetas
disseram!
– Porventura não
convinha que o
Cristo padecesse
e entrasse na
sua glória?
E, começando por
Moisés,
discorrendo por
todos os
profetas,
expunha-lhes o
que a Seu
respeito
constavam em
todas as
Escrituras.
Entardecia. Eles
se aproximavam
da pequena
aldeia de Emaús.
Ao perceberem
que Ele fazia
menção de seguir
adiante,
convidaram-no a
ficar com eles,
aquela noite. E
Jesus, ainda não
reconhecido,
acedeu ao
generoso
convite.
Também a nós nos
convém
convidá-Lo a
permanecer
conosco, nos
dias que correm.
Então, estando
com eles “(...)
à mesa, tomando
Ele o pão,
abençoou-o, e,
tendo-o partido,
lhes deu; então
se lhes abriram
os olhos, e O
reconheceram;
mas Ele
desapareceu da
presença deles”.
Aí é que se
lembraram de Sua
segurança, ao
falar das
Escrituras e de
como, assim
agindo, os
encantava.
Felizes, na
mesma hora,
voltaram para
Jerusalém, para
relatarem aos
outros apóstolos
o que lhes
sucedera.
*
Belíssima
passagem do
Evangelho que
nos leva a
meditar que,
também hoje,
profecias se
cumprem e que
não devemos ser
“(...) tardos de
coração para
crer em tudo o
que os profetas
disseram”. E que
a maioria dos
homens nos
inquietamos
pelas coisas
exteriores, sem
perceber que o
Mestre segue ao
nosso lado,
conduzindo o
barco chamado
Terra e as
nossas almas
frágeis à Emaús
de nosso
destino, de
nossa libertação
espiritual.
Também
nós nos portamos assustadiços,
inseguros,
como se desconhecêssemos as Escrituras e suas
previsões para
estes e os tempos
futuros!
“Não temais, ó
pequenino rebanho; porque vosso Pai se
agradou
em
dar-vos o seu reino.” (Lc.,
12:32.)
A íntegra do
capítulo 24, do
Evangelho de
Mateus, fala com
clareza das
profecias
relativas aos
dias hoje
vividos. O
túmulo vazio e, nas suas
proximidades, a
aparição
de “(...)
dois
varões
com vestes
resplandecentes (...)” (Lc., 24:4)
oferece-nos a
certeza
da sobrevivência do Espírito
à
morte
do
corpo,
da
realidade
do
Espírito
imortal.