MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
27)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Com que objetivo a
mediunidade chegou ao
mundo?
Concessão do Senhor à
Humanidade em geral, a
mediunidade foi trazida
do colégio sacerdotal à
praça pública, a fim de
que a noção da
eternidade, através da
sobrevivência da alma,
desperte a mente
anestesiada do povo,
visto que o
Cristianismo, que
deveria ser a mais ampla
e a mais simples das
escolas de fé, há muito
se enquistou no
superficialismo dos
templos.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 18,
pp. 174 a 176.)
B. Pode-se dizer que os
médiuns são os nossos
oráculos da atualidade?
Não. É indispensável
procurar na mediunidade
não a chave falsa para
certos arranjos
inadequados na Terra,
mas sim o caminho
direito de nosso
ajustamento à vida
superior. Compreendendo
assim a verdade, é
necessário renovar a
nossa conceituação de
médium, para que não
venhamos a transformar
companheiros de ideal e
de lutas em oráculos e
adivinhos, com
esquecimento de nossos
deveres na elevação
própria. Após dizer tais
palavras, Aulus aduziu:
“O Espiritismo,
simbolicamente, é Jesus
que retorna ao mundo,
convidando-nos ao
aperfeiçoamento
individual, por
intermédio do trabalho
construtivo e
incessante. Dentro das
leis de cooperação, será
justo aceitar o braço
amigo que se nos oferece
para a jornada
salvadora, entretanto é
imprescindível não
esquecer que cada um de
nós transporta consigo
questões essenciais e
necessidades
intransferíveis”. (Obra
citada, cap. 18, pp. 176
a 178.)
C. Como definir a
obsessão?
Examinando diretamente o
caso Anésia e seu esposo
Jovino, que se
encontrava sob a
estranha fascinação de
outra mulher, o que o
levou a
desinteressar-se da
companheira e das
filhas,
transformando-se, desse
modo, num obsidiado
autêntico, Aulus
explicou: "Sabemos que a
obsessão entre
desencarnados ou
encarnados, sob qualquer
prisma em que se mostre,
é uma enfermidade
mental, reclamando por
vezes tratamento de
longo curso. Quem sabe
se o pobre Jovino não
estará na condição de
um pássaro hipnotizado,
não obstante o corpanzil
que lhe confere
aparências de robustez
no plano físico?"(Obra
citada, cap. 19, pp. 179
e 180.)
Texto para leitura
79. Objetivo da
mediunidade no Mundo
– Aulus explicou que o
rapaz suicidara-se,
meses antes, e ainda não
conseguira forrar-se à
flagelação íntima. Em
sua devoção afetiva, a
mãe reclamava-lhe a
manifestação pessoal,
sem saber o que pedia,
porquanto a chocante
posição do filho
constituir-lhe-ia
pavoroso martírio.
Evidentemente, ela não
poderia receber-lhe a
palavra direta, mas, ao
contacto do trabalho
espiritual ali
realizado, incorporaria
energias novas para
refazer-se gradualmente.
O instrutor fez, então,
considerações variadas
em torno do fenômeno
mediúnico, que não é
novidade no mundo.
Concessão do Senhor à
Humanidade em geral, a
mediunidade foi trazida
do colégio sacerdotal à
praça pública, a fim de
que a noção da
eternidade, através da
sobrevivência da alma,
desperte a mente
anestesiada do povo,
visto que o
Cristianismo, que
deveria ser a mais ampla
e a mais simples das
escolas de fé, há muito
se enquistou no
superficialismo dos
templos. Jesus nos
reaparece então, agora,
não como fundador de
ritos e fronteiras
dogmáticas, mas em sua
verdadeira feição de
Redentor da alma humana.
“Instrumento de Deus
por excelência, Ele se
utilizou da mediunidade
para acender a luz da
sua Doutrina de Amor”,
asseverou Aulus. “Restaurando
enfermos e pacificando
aflitos, em muitas
ocasiões esteve em
contacto com os chamados
mortos, alguns dos quais
não eram senão almas
sofredoras a
vampirizarem obsidiados
de diversos matizes. E,
além de surgir em
colóquio com Moisés
materializado no Tabor,
Ele mesmo é o grande
ressuscitado, legando
aos homens o sepulcro
vazio e acompanhando os
discípulos com acendrado
amor, para que lhe
continuassem o
apostolado de bênçãos.”
(Cap. 18, págs. 174
a 176.)
80. Médiuns não
são oráculos nem
adivinhos –
Chegando à fase terminal
da reunião, Gabriel
controlou o cérebro da
médium Ambrosina e
tomou-lhe o braço,
escrevendo
aceleradamente. Em
minutos rápidos, os
apontamentos do mentor
estavam concluídos. A
médium levantou-se então
e passou a lê-los em voz
alta: “Meus amigos, é
indispensável procurar
na mediunidade não a
chave falsa para certos
arranjos inadequados na
Terra, mas sim o caminho
direito de nosso
ajustamento à vida
superior. Compreendendo
assim a verdade, é
necessário renovar a
nossa conceituação de
médium, para que não
venhamos a transformar
companheiros de ideal e
de lutas em oráculos e
adivinhos, com
esquecimento de nossos
deveres na elevação
própria. O Espiritismo,
simbolicamente, é Jesus
que retorna ao mundo,
convidando-nos ao
aperfeiçoamento
individual, por
intermédio do trabalho
construtivo e
incessante. Dentro das
leis de cooperação, será
justo aceitar o braço
amigo que se nos oferece
para a jornada
salvadora, entretanto é
imprescindível não
esquecer que cada um de
nós transporta consigo
questões essenciais e
necessidades
intransferíveis”.
Advertindo que só a nós
cabe o serviço árduo da
própria ascensão, na
pauta das
responsabilidades que
nos competem, o mentor
falou do papel do
Espiritismo e da
Mediunidade no mundo,
asseverando “que
neles reencontramos o
pensamento puro de
Cristo, auxiliando-nos a
compreensão para mais
amplo discernimento da
realidade”. “Neles
recolhemos exatos
informes, quanto à lei
das compensações,
equacionando aflitivos
problemas do ser, do
destino e da dor e
deixando-nos perceber,
de alguma sorte, as
infinitas dimensões para
as quais evolvemos. E a
eles deveremos, acima de
tudo, a luz para vencer
os tenebrosos labirintos
da morte, a fim de que
nos consorciemos,
afinal, com as legítimas
noções da consciência
cósmica.” (Cap. 18,
págs. 176 a 178.)
81. Obsessão é
enfermidade mental
- Finda a reunião, o
Assistente Aulus atendeu
a um pedido de Teonília,
uma companheira ativa no
trabalho assistencial,
que fora rogar-lhe ajuda
para a senhora Anésia,
devotada trabalhadora da
instituição em que os
serviços acabavam de ser
realizados. Anésia
sorvia então o fel de
dura prova, porquanto
além das preocupações
naturais com a educação
de três filhinhas e com
o atendimento à mãe
enferma, em vésperas de
desencarnação, seu
esposo Jovino
encontrava-se sob a
estranha fascinação de
outra mulher, o que o
levou a
desinteressar-se da
companheira e das
filhas. Dia e noite, ele
deixava-se dominar
pelos pensamentos da
nova mulher que o
enlaçara na armadilha
de mentirosos encantos.
Em casa, no trabalho ou
na via pública, era
ela, sempre ela, a
senhorear-lhe a mente
desprevenida. Jovino
esquecera-se,
invigilante, das
obrigações no santuário
doméstico e parecia ter
voltado às estroinices
da primeira juventude,
como se nunca tivesse
abraçado a missão de
pai, transformando-se,
desse modo, num
obsidiado autêntico,
sob a constante atuação
da criatura que lhe
anestesiara o senso de
responsabilidade para
consigo mesmo. Teonília
buscara o concurso de
Aulus, na certeza de que
o Assistente não lhe
faltaria. De fato;
depois de ouvi-la, Aulus
falou: "Conheço Anésia e
nela estimo admirável
irmã. Há meses, não
disponho de oportunidade
para visitá-la como
venho desejando.
Decerto, não me negarei
ao concurso fraterno,
entretanto, não será
conveniente estabelecer
medidas drásticas sem
uma auscultação do caso
em si". E asseverou:
"Sabemos que a obsessão
entre desencarnados ou
encarnados, sob qualquer
prisma em que se mostre,
é uma enfermidade
mental, reclamando por
vezes tratamento de
longo curso. Quem sabe
se o pobre Jovino não
estará na condição de
um pássaro hipnotizado,
não obstante o corpanzil
que lhe confere
aparências de robustez
no plano físico?" (Cap.
19, págs. 179 e 180)
(Continua no próximo
número.)