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Estudando a série André Luiz
Ano 4 - N° 188 - 12 de Dezembro de 2010

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

 

Nos Domínios da Mediunidade

André Luiz

(Parte 27)

Damos continuidade ao estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Com que objetivo a mediunidade chegou ao mundo?

Concessão do Senhor à Humanidade em geral, a mediunidade foi trazida do colégio sacerdotal à praça pública, a fim de que a noção da eternidade, através da sobrevivência da alma, desperte a mente anestesiada do povo, visto que o Cristianismo, que deveria ser a mais ampla e a mais simples das escolas de fé, há muito se enquistou no superficialismo dos templos. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 18, pp. 174 a 176.)

B. Pode-se dizer que os médiuns são os nossos oráculos da atualidade?

Não. É indispensável procurar na mediunidade não a chave falsa para certos arranjos inadequados na Terra, mas sim o caminho direito de nosso ajustamento à vida superior. Compreendendo assim a verdade, é necessário renovar a nossa conceituação de médium, para que não venhamos a transformar companheiros de ideal e de lutas em oráculos e adivinhos, com esquecimento de nossos deveres na elevação própria. Após dizer tais palavras, Aulus aduziu: “O Espiritismo, simbolicamente, é Jesus que retorna ao mundo, convidando-nos ao aperfeiçoamento individual, por intermédio do trabalho construtivo e incessante. Dentro das leis de cooperação, será justo aceitar o braço amigo que se nos oferece para a jornada salvadora, entretanto é imprescindível não esquecer que cada um de nós transporta consigo questões essenciais e necessidades intransferíveis”.  (Obra citada, cap. 18, pp. 176 a 178.)

C. Como definir a obsessão?

Examinando diretamente o caso Anésia e seu esposo Jovino, que se encontrava sob a estranha fascinação de outra mulher, o que o levou a desinteres­sar-se da companheira e das filhas, transformando-se, desse modo, num obsidiado au­têntico, Aulus explicou: "Sabemos que a obsessão entre desencarnados ou encarnados, sob qualquer prisma em que se mostre, é uma enfermidade mental, reclamando por vezes tra­tamento de longo curso. Quem sabe se o pobre Jovino não estará na con­dição de um pás­saro hipnotizado, não obstante o corpanzil que lhe con­fere aparências de robustez no plano físico?"(Obra citada, cap. 19, pp. 179 e 180.) 

Texto para leitura 

79. Objetivo da mediunidade no Mundo – Aulus explicou que o rapaz suicidara-se, meses antes, e ainda não conseguira forrar-se à flagelação íntima.  Em sua devoção afetiva, a mãe reclamava-lhe a manifestação pessoal, sem saber o que pedia, porquanto a chocante posição do filho constituir-lhe-ia pavoroso martírio. Evidentemente, ela não poderia receber-lhe a palavra direta, mas, ao contacto do trabalho espiritual ali realizado, incorporaria energias novas para refazer-se gradualmente. O instrutor fez, então, considerações variadas em torno do fenômeno mediúnico, que não é novidade no mundo. Concessão do Senhor à Humanidade em geral, a mediunidade foi trazida do colégio sacerdotal à praça pública, a fim de que a noção da eternidade, através da sobrevivência da alma, desperte a mente anestesiada do povo, visto que o Cristianismo, que deveria ser a mais ampla e a mais simples das escolas de fé, há muito se enquistou no superficialismo dos templos. Jesus nos reaparece então, agora, não como fundador de ritos e fronteiras dogmáticas, mas em sua verdadeira feição de  Redentor da alma humana. “Instrumento de Deus por excelência, Ele se utilizou da mediunidade para acender a luz da sua Doutrina de Amor”, asseverou Aulus. “Restaurando enfermos e pacificando aflitos, em muitas ocasiões esteve em contacto com os chamados mortos, alguns dos quais não eram senão almas sofredoras a vampirizarem obsidiados de diversos matizes. E, além de surgir em colóquio com Moisés materializado no Tabor, Ele mesmo é o grande ressuscitado, legando aos homens o sepulcro vazio e acompanhando os discípulos com acendrado amor, para que lhe continuassem o apostolado de bênçãos.” (Cap. 18, págs. 174 a 176.) 

80. Médiuns não são oráculos nem adivinhos – Chegando à fase terminal da reunião, Gabriel controlou o cérebro da médium Ambrosina e tomou-lhe o braço, escrevendo aceleradamente. Em minutos rápidos, os apontamentos do mentor estavam concluídos. A médium levantou-se então e passou a lê-los em voz alta: “Meus amigos, é indispensável procurar na mediunidade não a chave falsa para certos arranjos inadequados na Terra, mas sim o caminho direito de nosso ajustamento à vida superior. Compreendendo assim a verdade, é necessário renovar a nossa conceituação de médium, para que não venhamos a transformar companheiros de ideal e de lutas em oráculos e adivinhos, com esquecimento de nossos deveres na elevação própria. O Espiritismo, simbolicamente, é Jesus que retorna ao mundo, convidando-nos ao aperfeiçoamento individual, por intermédio do trabalho construtivo e incessante. Dentro das leis de cooperação, será justo aceitar o braço amigo que se nos oferece para a jornada salvadora, entretanto é imprescindível não esquecer que cada um de nós transporta consigo questões essenciais e necessidades intransferíveis”.  Advertindo que só a nós cabe o serviço árduo da própria ascensão, na pauta das responsabilidades que nos competem, o mentor falou do papel do Espiritismo e da Mediunidade no mundo, asseverando “que neles reencontramos o pensamento puro de Cristo, auxiliando-nos a compreensão para mais amplo discernimento da realidade”. “Neles recolhemos exatos informes, quanto à lei das compensações, equacionando aflitivos problemas do ser, do destino e da dor e deixando-nos perceber, de alguma sorte, as infinitas dimensões para as quais evolvemos. E a eles deveremos, acima de tudo, a luz para vencer os tenebrosos labirintos da morte, a fim de que nos consorciemos, afinal, com as legítimas noções da consciência cósmica.” (Cap. 18, págs. 176 a 178.) 

81. Obsessão é enfermidade mental - Finda a reunião, o Assistente Aulus atendeu a um pedido de Teonília, uma companheira ativa no trabalho as­sistencial, que fora rogar-lhe ajuda para a senhora Anésia, devotada trabalhadora da instituição em que os serviços acabavam de ser reali­zados. Anésia sorvia então o fel de dura prova, porquanto além das preocupações na­turais com a educação de três filhinhas e com o atendi­mento à mãe en­ferma, em vésperas de desencarnação, seu esposo Jovino encontrava-se sob a estranha fascinação de outra mulher, o que o levou a desinteres­sar-se da companheira e das filhas. Dia e noite, ele dei­xava-se domi­nar pelos pensamentos da nova mulher que o enlaçara na ar­madilha de mentirosos encantos. Em casa, no trabalho ou na via pú­blica, era ela, sempre ela, a senhorear-lhe a mente desprevenida. Jo­vino esquecera-se, invigilante, das obrigações no santuário doméstico e parecia ter vol­tado às estroinices da primeira juventude, como se nunca tivesse abra­çado a missão de pai, transformando-se, desse modo, num obsidiado au­têntico, sob a constante atuação da criatura que lhe anestesiara o senso de responsabilidade para consigo mesmo. Teonília buscara o con­curso de Aulus, na certeza de que o Assistente não lhe faltaria. De fato; depois de ouvi-la, Aulus falou: "Conheço Anésia e nela estimo admirável irmã. Há meses, não disponho de oportunidade para visitá-la como venho desejando. Decerto, não me negarei ao con­curso fraterno, entretanto, não será conveniente estabelecer medidas drásticas sem uma auscultação do caso em si". E asseverou: "Sabemos que a obsessão entre desencarnados ou encarnados, sob qualquer prisma em que se mostre, é uma enfermidade mental, reclamando por vezes tra­tamento de longo curso. Quem sabe se o pobre Jovino não estará na con­dição de um pás­saro hipnotizado, não obstante o corpanzil que lhe con­fere aparências de robustez no plano físico?" (Cap. 19, págs. 179 e 180) (Continua no próximo número.)




 


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