JOSÉ ANTONIO DA CRUZ
joseantony2006@terra.com.br
Catanduva, São Paulo
(Brasil)
Desabafo interior
- Vou chamar sua
atenção...!
E desta vez não me venha
com desculpas, por
favor...
Vamos começar combinando
assim: eu falo e você
simplesmente me escuta.
E reflita! Afinal, cedo
ou tarde, acabaríamos
tendo este diálogo.
Agora somos apenas
dois... Nós e nossa
consciência! Então,
primeiramente, gostaria
de levantar algumas
perguntas bem simples e,
por favor, sem rodeios
para respondê-las. Vamos
lá... Com toda
sinceridade, por que nos
ignoramos tanto? Por que
tememos este contato
conosco mesmo, se nós
mesmos sabemos que é
inevitável? Para que
adiar?
Pare! Olhe à nossa
volta...
Ah, perdoe-me... Não
estamos mais acostumados
a observar, não é
mesmo?! Mas, insista um
pouco mais. Vamos, que
juntos conseguiremos!
Olhe... Veja onde
estamos agora. Vamos
parar por alguns
instantes o que estamos
fazendo, pois se posso
lhe oferecer este breve
tempo, nada mais justo
do que você me oferecer
um pouco de atenção.
Nossa... Quanta coisa ao
nosso redor, não é
mesmo?! Nem tínhamos
notado. Já conquistamos
tanto... Veja! Tudo bem
que ainda não estamos na
(1)
posição social que
desejamos, mas
convenhamos que sempre
falta algo, não é mesmo?
Ainda bem que não
deixamos nada para
trás...
Por que o silêncio? Será
que pensamos algo errado
ou que não devíamos? Não
vamos desistir agora só
por causa de um
apertozinho no coração.
O que é isso?! Somos tão
fortes!
E, nesse momento, o que
acha de voltarmos um
pouco no tempo...?
Lembrar das nossas
peripécias de criança...
Nossa, como
aprontávamos! E quando
adolescentes, então?...
Ah, quanta confusão! E
aquela nossa turma do
ginasial, lembra? Por
onde será que andam,
heim?! Quanta saudade
que deixamos no armário
do tempo, não é mesmo...
Éramos tão livres que
até o ar parecia mais
leve.
Isso porque talvez não
nos importássemos tanto
com o que queriam que a
gente fosse ou porque
não tínhamos tanto tempo
sobrando para nos
preocuparmos com o
“molde” que queriam nos
encaixar.
MOLDE! Será que isso nos
faz lembrar algo? Por
que motivo comparar
nossa vida com um molde?
Afinal, essa expressão
“tem mais haver com um
modelo do que com a
vida”.
Por outro lado,
refletindo um pouco
mais, será que estamos
realmente vivendo dentro
de algum molde? Difícil
responder... Fomos pegos
de surpresa, não é?
Então, vamos pensar
juntos novamente...
Em algum lugar do nosso
passado existiu um
momento em que adotamos
este molde no qual nos
encontramos hoje. Se
pararmos para pensar que
estamos constantemente
mudando, talvez a chave
de tudo possa estar aí!
Então, para quem ou por
que estamos mudando?
Esta mudança nos faz
mais livres ou nos
aprisiona em mais um
modelo, um molde?
Quando crianças,
queremos ser nossos pais
ou algum super-herói; na
adolescência, a
popularidade é nossa
meta; quando adulto,
buscamos a conquista de
nossos ideais, para que,
assim, quando a velhice
chegar, possamos
desfrutá-la com um pouco
mais de tranquilidade.
Já parou para pensar em
tudo isso?! Quantos
moldes, quantas vidas,
quantos sonhos!
Mas, será que estamos
vivendo e desfrutando o
que a vida nos oferece?
Será que o molde que
estamos usando neste
momento não está sendo
apertado demais para
nós? Meu Deus!... Para
onde estamos indo?!
Quem foi que nos disse
que nossos sonhos são
impossíveis? Quem nos
fez acreditar que nosso
cabelo não combina com a
gente? Quem colocou na
nossa cabeça que, para
ser feliz, temos que ser
um modelo de sedução?
Quem nos fez aceitar que
o sapato que mais
gostamos já não está na
moda e que, por isso,
seremos bregas se
usá-lo? Quando foi a
última vez que andamos
descalços, sentindo a
terra ou a grama entre
nossos dedos? Por que
nunca mais tomamos um
banho de chuva? E
aqueles desenhos que
amávamos, desde quando
deixamos de a eles
assistir? Por que
acreditamos que, se nos
declararmos e dissermos
“Eu te Amo”, estaremos
entregando os pontos?
Por que paramos de comer
a raspa do brigadeiro,
que fica grudada no
fundo daquela panelinha
velha, quando estamos
diante de outras
pessoas? Desde quando
começamos a nos ocultar
para viver... Desde
quando?
Será que é porque
crescemos? Será que é
porque já não está mais
na moda? Será que é
porque só fazemos o que
todos querem ou o que a
revista de etiqueta
dita? Será que é porque
agora temos mais
responsabilidades? Será,
será, será...?
E enquanto isso... O
tempo não volta! O que
passou, ficou lá
atrás... E o que estamos
esperando para começar a
desfrutar a vida
novamente? (2)
Viver é uma arte... É
simples! Mas, a
realidade, é que
exigimos muito da vida e
o resultado não poderia
ser diferente a não ser
este corre-corre
descontrolado em busca
das utopias. Quase não
temos tempo para um
olhar, um abraço, um
sorriso.
Nem paramos mais para
conversar... E quando
paramos, na
maioria das vezes, o
assunto acaba desviando
para os becos da
lamentação infundada ou
as observações que não
deixamos passar em
branco sobre a vida
alheia.
As perguntas que faço
diante disso é: O que
estamos fazendo? Quanto
tempo ainda vamos
suportar em meio aos
nossos próprios
(3) tormentos
voluntários para
entender que a vida
segue um ritmo, um
pulsar?
Sinta as batidas do
coração, ouça o ritmo da
vida sempre pulsando
dentro de nós, observe
os ponteiros de um
relógio, sinta o
movimento do vento,
aprecie um nascer ou um
pôr-do-sol, contemple as
estrelas, sinta o exalar
das plantas... Tudo está
em harmonia, é o ritmo
da vida!
E o nosso ritmo, como
está? Será que estamos
nos esquecendo de viver
o momento mais precioso
que a vida nos oferece?
Momento este que a todo
instante se torna parte
do passado para que,
pouco a pouco, vá se
somando à nossa coleção
de lembranças. Estamos
falando do “presente”, o
agora, nosso hoje. O
próprio nome não poderia
ter melhor definição:
“PRESENTE”. E realmente
é um presente que a vida
nos oferece, mas que,
infelizmente, estamos
ocupados e apressados
demais para abri-lo e
vivê-lo.
É no presente que
devemos viver, porque é
somente (4)
aqui que
iremos realmente
aprender,
é somente assim
que iremos sentir a
vida. O que estamos
esperando, então?! A
situação melhorar? Boa
desculpa! Enquanto isso,
a vida vai continuar e
tudo à nossa volta vai
mudar, pois tudo evolui,
tudo está em constante
(5)
progresso.
Já atingimos por mérito
a classe dos “Seres
Racionais”, mas muitas
vezes agimos na
irracionalidade. Somos
dotados da capacidade de
(6)escolha
e a vida está nos
convidando para
participar de uma linda
festa, a qual cabe a nós
aceitarmos ou não.
Existem aquelas
afirmações que dizem:
“na minha época tudo era
diferente, por isso
éramos mais felizes!”
Engraçado, achei que
nossa época fosse o
agora, já que estamos em
constante evolução. A
não ser que estejamos
vivendo de passado e,
mais cedo ou mais tarde,
seremos sufocados por
ele.
Confie... Vamos viver!
Respire mais... É de
graça!
Agradeça... (7)
Agradecer é uma dádiva e
nos conecta com Deus e
com a Vida!
Lembrem-se: nós nos
tornamos aquilo que
julgamos ser.
Agora acho que já
podemos refletir
melhor... Como estamos
lidando com nosso molde
de Vida?
Referências para estudo:
(1)
E.S.E – Cap.XVI - Item:
7
(2)
E.S.E – Cap. V - Item:
18
(3)
E.S.E – Cap. V - Item: 4
(4)
L.E - Livro II – Cap. IV
– Questão: 167
(5)
L.E - Livro III – Cap.
VIII - Questão: 779
(6)
L.E - Livro III – Cap. X
- Questão: 843
(7)
L.E - Livro III – Cap.
II - Questões: 658, 659,
660
(7)
E.S.E – Cap.XXVII -
Eficácia da Prece.