JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
Minas Gerais
(Brasil)
Podemos crer nos
Espíritos, mas
com moderação
Tudo no Universo
é bipolar, com
um oposto
complementando o
outro. A
corrente
elétrica
positiva precisa
da negativa. E
nos seres vivos
é notória a
complementação
sexual oposta
recíproca entre
eles, sem o que
não haveria a
conservação e a
propagação das
suas espécies.
Quanto aos
opostos espírito
e matéria, o
Espírito humano
encarnado está
impregnado do
corpo, que está
também
impregnado do
espírito,
formando os dois
o homem, que, em
sua essência, é
o Espírito
imperecível ou
imortal, que
habita
temporariamente
o corpo. O
espírito
distingue-se da
matéria por ser
um ser que tem
inteligência,
enquanto que a
matéria não a
tem, embora a
matéria se torne
intelectualizada
enquanto o
espírito está
nela encarnado,
como ensina Kardec. A
inteligência é
do espírito e
não do cérebro,
que é um
instrumento da
manifestação do
Espírito.
Exemplificando:
A inteligência
vem do espírito
através do
cérebro, como a
água de nossas
casas vem da
mina através do
cano, ou como o
som procede da
emissora de
rádio através do
rádio. Se o
cérebro estiver
doente, é óbvio
que a
inteligência do
Espírito não
pode
manifestar-se
normalmente,
como a emissora
de rádio não
pode ser ouvida
através dum
rádio estragado.
Kardec perguntou
a uma entidade:
“Influem os
Espíritos em
nossos
pensamentos e em
nossos atos?” A
resposta foi:
“Muito mais do
que imaginais.
Influem a tal
ponto, que, de
ordinário, são
eles que vos
dirigem”
(Questão 459, de
“O Livro dos
Espíritos”, de
Kardec), o que
confere com o
ensino paulino:
“A nossa luta
não é contra o
sangue e a
carne, mas
contra as
potestades do
mal”. (Efésios
6,12.)
Os cristãos
não-espíritas,
de um modo
geral, creem em
anjos como sendo
uma categoria
diferente de
Espíritos, e nos
demônios como
sendo também
outra categoria
de Espíritos.
Ademais, os
cristãos, com
suas doutrinas
antigas
influenciadas
pelas
mitológicas,
geralmente tomam
erroneamente o
diabo, satanás,
satã etc. como
sendo Espíritos,
quando não o
são. Apenas os
demônios são
Espíritos. Diabo
(diábolos, em
grego), satanás
e satã
significam
adversários e
acusadores. São
adversários dos
Espíritos que
somos, pois eles
são as nossas
faltas ou
pecados, que são
contrários à
nossa evolução
espiritual e
moral. Jesus só
tirava das
pessoas demônios
ou Espíritos
impuros (ainda
não
purificados).
Mas nunca Jesus
tirou satanás,
diabo ou satã de
alguém.
Os anjos são
Espíritos
humanos
superevoluídos.
Há também os
anjos maus
(demônios) ou
Espíritos
humanos
atrasados. Isso
está de acordo
com a Bíblia,
pois a
hermenêutica nos
mostra que
demônios (“daimones”,
em grego)
significavam
almas na época
em que o Novo
Testamento foi
escrito. Também
na Literatura
Grega da época
dos autores do
Novo Testamento
e dos séculos
anteriores
àquele tempo,
“daimones” são
almas humanas
dos mortos. E
porque Jesus só
tirou demônios
maus das
pessoas, essa
palavra passou a
ser entendida só
como Espírito
mau.
Há um ensino que
afirma que,
quando alguém
ora em línguas,
é o Espírito
Santo da
Trindade que
ora. Mas são
Paulo diz que é
o próprio
Espírito do
indivíduo que
ora em línguas.
(1 Coríntios
14,14). E para
Deus, o Pai dos
Espíritos
(Hebreus 12,9),
os teólogos
cristãos, salvo
as exceções,
entre elas os
teólogos
espíritas,
criaram e
sustentam três
Espíritos para
um só Deus, o
que é um prato
cheio para os
materialistas
fazerem chacotas
contra o
espiritualismo,
prejudicando o
cristianismo e
incrementando o
materialismo.
Creiamos em
Espíritos, mas
com moderação!