A
inexorável
lei de
causa
e
efeito
Deus não
tem
preferências
nem
exclusões;
Ele dá a
cada
filho
segundo
as suas
obras
“A cada
um será
dado de
acordo
com as
suas
obras.”
-
Jesus.
(Mt.,
16:27.)
A
terrível
explosão
provocada
pelas
labaredas
fez com
que a
temperatura
na torre
de
lançamento
de
foguetes
na Base
de
Alcântara,
no
Brasil,
Estado
do
Maranhão,
atingisse
três mil
graus
centígrados
em
apenas
alguns
segundos,
matando
21
engenheiros
do
programa
espacial.
Resgatados
todos os
corpos,
foi
realizado
o
velório
coletivo,
no qual,
através
de
reportagem
do
jornal
“O
Globo”,
do dia
25.09.2003,
pudemos
ver a
foto de
duas
meninas
de menos
de 6
anos de
idade,
tristemente
abraçadas
à urna
mortuária
do pai,
fato que
causou
profunda
quão
pungente
comoção
nacional...
Para
melhor
compreensão
de tão
recente
drama,
podemos
resgatar
uma
antiga
página
escrita
pelo Dr.
Bezerra
de
Menezes
sob o
pseudônimo
de Max,
no tempo
que
ainda
existia
a
escravidão
dos
negros
no
Brasil,
sob o
título:
AS
EXPIAÇÕES
SÃO
INDIVIDUAIS
E
COLETIVAS
“O mundo
olha
para
tantos e
tantos
fatos
com a
indiferença
com que
olha
para os
campos
cobertos
de
relva,
para as
montanhas,
ensombradas
de
árvores,
para os
rios, em
seu
eterno
rolar de
águas,
para o
mar, com
seus
misteriosos
abismos...
O hábito
mata a
sensação
e
tira-lhe
a
curiosidade
de
penetrar
o
escrínio,
que
guarda,
para
aqueles
fatos,
as mais
sublimes
leis,
cujo
conhecimento
será a
Ciência
da
criação.
O mundo
vê
criaturas
nascerem
cegas,
mudas,
surdas,
aleijadas,
idiotas,
e porque
muito se
veem
destes
fatos, o
mundo
não
procura
conhecer-lhes
a lei
determinativa.
Vê uma
criança,
antes
mesmo de
ter
consciência
do seu
livre-arbítrio,
manifestar
fulgores
intelectuais
e
morais,
que se
podem
dizer,
congênitos;
ao passo
que
outras
manifestam
opostas
disposições,
e, ainda
pela
mesma
razão, o
mundo
deixará
de
perguntar
qual a
causa de
tão
profunda
antítese,
no meio
da
natureza
humana...
Vê,
finalmente,
para não
irmos ao
infinito,
o Bom
sofrer
torturas
físicas
e
morais,
como um
excomungado
fruir
alegrias
e
felicidades
da
Terra,
ao passo
que o
mau, o
perverso,
desfruta,
em meio
das
grandezas
e das
honras
mundanas,
o que se
chama: a
felicidade
da vida,
e,
sempre,
por
aquela
razão,
deixa
passar,
como
coisa
sem
valor,
esse
fato,
que
encerra
em si a
chave de
ouro
daquele
escrínio.
Os
sábios,
os
pretendidos
sábios,
se
julgam
grandes,
porque
conhecem
meia
dúzia de
verdades,
que só
lhes
servem
para
afastálos
da
verdade
absoluta.
Os
sábios,
que
deviam
saber
que nada
se apura
no
Universo
sem
razão de
ser; sem
causa
suficiente,
sem
obedecer
a leis
eternas
e
imutáveis;
ou
participam
do mal
geral,
nenhuma
atenção
dando
àqueles
fatos;
ou lhes
dão
atenção,
e, como
eles
nada
dizem a
seus
sentidos
como o
apreciar
da
matéria,
os
atiram
fora,
como o
cego
atira o
cascalho
que
encobre
um
brilhante;
ou,
dominados
por
ideias
obsoletas,
geradas
no meio
da
Humanidade,
em sua
infância,
os
sábios,
ainda,
se
satisfazem
com
explicações,
que
chamam
ortodoxas,
que, no
fundo,
são
aríetes
com que
a razão
humana,
já em
sua
idade
adulta,
destrói
os
fundamentos
da
justiça
e da
misericórdia
de um
Deus,
que eles
tornam
impossível
de ser
Deus.
(...)
Ensinam
a vida
eterna
da alma,
mas
negam a
expiação,
que, em
última
expressão,
significa
preexistência
corpórea,
ou seja:
vidas
múltiplas
da
alma...
Explicam
os
sábios
aquelas
ordens
de fatos
como
méritos
e
deméritos
que
fazemos,
nesta
vida
única,
para
subirmos
ao Céu,
diretamente,
ou com
escala
pelo
purgatório,
e para
descermos
ao
inferno
de penas
eternas,
mais
depressa
do que
se chega
ao Céu.
Não nos
embrenhamos
em
discussão
por
mostrar
que,
mesmo em
tese,
isto é
uma
monstruosidade,
é uma
blasfêmia.
Digamos,
somente,
o que
encerram,
contra
tal modo
de ver
os fatos
que
escolhemos
e
apontamos.
Como
explicar,
pela
vida
única, o
nascimento
de
criaturas
cegas,
surdas,
mudas,
aleijadas,
idiotas,
com
o
estigma,
enfim,
de uma
condenação?
São os
privilegiados
que não
gozam os
prazeres
do
mundo,
para
terem os
do Céu?
Então
Deus tem
preferências!..
Não
distribui
Seu amor
igualmente
por Seus
filhos,
dando a
uns a
chave do
Céu, e
deixando
que os
outros a
descubram
por
entre as
trevas
que os
envolvem
na
Terra!
Nós, os
espíritas,
os
possessos
do
demônio,
diremos:
expiação!
E temos
explicado
o fato a
bel-prazer
da razão
e da
consciência,
em
perfeita
harmonia
com a
justiça
indefectível
e com a
misericórdia
e o amor
do
Pai, que
não tem
preferências
nem
exclusões,
que dá a
cada
filho
segundo
as suas
obras.
Este
cego, ou
mudo, ou
surdo,
cometeu
em
existências
passadas
grandes
faltas,
dessas
que,
segundo
a
Igreja,
levam
diretamente
ao
inferno;
mas o
Pai, que
não quer
a perda
de
nenhum
de Seus
filhos
nem
mesmo do
ímpio,
como
disse
Ezequiel,
em vez
de
condená-lo
sem
remissão,
como
seria o
gosto da
Igreja,
dá-lhe
nova e
novas
existências;
dá-lhe o
tempo na
Eternidade,
para
remir
aquelas
culpas,
e
dá-lhe,
em cada
vida, a
moeda
com que
resgata
sua
dívida:
o
sofrimento.
O
sofrimento,
pois,
nesta
vida
terrena,
é o meio
de
expiação;
é a
moeda
que o
Pai nos
oferece
para
resgatarmos
nossa
dívida;
é a
escada
para
subirmos
aos
mundos
da
felicidade,
se
recebermos
o
sofrimento
com
resignação.
É claro
que,
sendo a
pena
proporcional
ao
crime,
uns
sofrerão
mais do
que
outros,
por
terem
feito
maior
mal;
daí,
sofrerem
estes
mais do
que
aqueles,
e
sofrendo
menos,
de certo
tempo em
diante,
se se
têm
levado
com
resignação
as dores
que se
tenham
tido,
pela
simples
razão de
já se
terem
livrado
de uma
parte da
carga
que
trouxeram.
E a
expiação
de cada
um tem
sempre
uma
relação,
mais ou
menos
apreciável
à nossa
razão,
com as
faltas
dos que
a
sofrem.
Assim, o
mudo fez
o mal
pela
palavra
(é
hipótese);
foi um
homem de
grande
eloquência,
que
arrastou
muitas
pessoas
à
perdição,
pregando
ideias
perniciosas
para o
alto fim
da
Humanidade,
que é
chegar
até a
Casa do
Pai pelo
saber e
pela
virtude...
O juiz
venal,
que
condenou
o
inocente
a ser
castigado
na praça
pública,
virá
pagar
esta
dívida,
para com
Deus e
para com
seu
semelhante,
na mesma
espécie,
sendo
também,
inocente,
castigado
na praça
pública.
E este
justo
que
sofre os
horrores
de uma
sorte
adversa?
É um
Espírito,
que foi
perverso,
e
felizmente
aceitou
a
expiação
de suas
culpas,
até
fazer-se
justo,
ao
contrário
do mau,
que
possui
as
grandezas
da
Terra,
e,
usando
do seu
livre-arbítrio,
repeliu
a
expiação,
que veio
fazer,
sobrecarregando-se
de mais
culpas,
que lhe
exigirão
maiores
sofrimentos
em
posteriores
reencarnações.
A
expiação,
ou antes
a
preexistência,
explica,
satisfatoriamente,
a índole
boa ou
má, as
disposições
vantajosas
ou
desvantajosas,
pelo
lado
intelectual,
com que
nascem
as
crianças,
como
explica
a morte
destas,
dos
recém-nascidos,
e dos
fetos...
As
expiações
são
individuais
ou
coletivas,
segundo
o mal
que foi
praticado,
isoladamente,
ou em
concomitância.
Neste
caso, os
corréus
se
reúnem,
na nova
existência,
para
fazerem,
juntos,
a
expiação,
como
fizeram
o mal.
É a
razão de
vermos
uma
família
perseguida
da sorte
em todos
os seus
membros,
e é a
razão
pela
qual
vemos um
povo
inteiro
sofrer
os
rigores
da
adversidade,
como o
judeu,
como o
polaco,
como
tantos
outros.
Ouvimos
de
Oseias:
que o
povo
hebreu
sofreu
as
torturas
do
cativeiro
do
Egito,
sendo
levado,
a
chicote,
para
trabalhar
na
elevação
dos
famosos
monumentos
dos
Faraós,
por
expiação,
porque
era
composto
dos
mesmos
Espíritos
que,
voluntariamente,
por
orgulho,
e para
afrontar
o poder
de Deus,
empreenderam
levantar
a grande
torre,
que se
chamou
de
Babel,
que
deveria
subir
até o
céu.
Foi a
expiação
coletiva
de um
povo.
*
Outra
torre se
erguia
em
Alcântara,
apontando
os rumos
do
infinito
na
necessária
conquista
espacial,
exigida
pelo
progresso
da
Humanidade...
Mas, no
passado
medieval,
na velha
Europa,
quantas
fogueiras
acendidas
queimando
inocentes,
criando,
assim um
carma –
provavelmente
– hoje
resgatado!
É da lei
a
necessidade
de se
resgatar
individual
ou
coletivamente,
até o
último
ceitil
para
continuarmos,
empós,
desembaraçados
dos
equívocos
pretéritos,
no rumo
da
Grande
Luz, na
direção
de nossa
destinação
feliz,
ou seja:
a
perfeição
relativa
e a
felicidade
sem
mescla.