Caridade sem
prazo de
validade
Para nós
brasileiros, a
época natalina é
sempre repleta
de
solidariedade.
Em dezembro, a
mensagem de
Jesus
sensibiliza
inúmeras pessoas
que, quase
sempre,
mobilizam-se
para levar um
pouco de alegria
aos menos
favorecidos
economicamente.
Brinquedos
comprados,
cestas básicas
distribuídas,
visitas a idosos
e crianças. Ah!
Quanta
generosidade dos
corações que se
empenham para
diminuir mesmo
que palidamente
a absurda
desigualdade que
reina em nosso
país.
Porém, não
obstante a
solidariedade de
fim de ano, e
sem querer,
obviamente,
desmerecê-la, é
imperioso
admitir que o
ano seja
composto por 12
meses e não
apenas dezembro.
Enfim, todos os
favorecidos pela
generosidade
natalina têm
necessidades a
serem supridas
no decorrer do
tempo.
Podemos,
portanto,
estender nossas
boas atitudes
para todos os
meses do ano,
fazendo um
elástico de
caridade. Quanto
mais puxamos o
elástico da
caridade mais
tempo ele
beneficia aos
outros e,
principalmente,
a nós mesmos.
São infindáveis
instituições
espalhadas pela
cidade que
necessitam do
nosso talento
para que
continuem o seu
trabalho em
benefício do
outro.
Engajarmo-nos em
trabalho
voluntário é
transpor a
barreira da
caridade sazonal
para a caridade
permanente.
E a caridade
permanente faz a
diferença!
Com a caridade
permanente
tomaremos
contato mais
estreito com a
realidade do
outro, suas
limitações e
necessidades e,
ao estar a par
do universo do
outro,
poderemos,
então, utilizar
uma forma de
caridade
extremamente
eficaz:
transferência de
conhecimento.
Sim, cientes das
limitações e
necessidades dos
outros,
poderemos
atendê-los de
forma eficaz,
transferindo
nosso
conhecimento. É
algo simples,
acessível a
qualquer um que
tenha boa
vontade.
Transferir
conhecimento
significa
ensinar o que
sabemos fazer,
ou seja, passar
adiante as
nossas
habilidades. Se
sei cortar
cabelo, irei
oferecer a
alguma
instituição essa
minha habilidade
para que outros
aprendam e
beneficiem-se
dela. Se sei
pintar, irei
transferir esse
meu conhecimento
ao outro para
que ele saiba
também.
Eis que são
saltos
gradativos: da
caridade sazonal
para a caridade
permanente e
desta para a
transferência de
conhecimento.
Indubitavelmente,
de caridade em
caridade
chegaremos a um
patamar que não
mais
distribuiremos
cestas básicas,
roupas,
alimentos e
brinquedos por
um simples
motivo: todos
terão o
necessário para
uma existência
digna.
Todos terão suas
necessidades
supridas, pois
estaremos
conscientes de
que o mais
elementar dos
deveres é
estender a mão
ao próximo, no
objetivo de
auxiliá-lo a
encontrar o
caminho da
felicidade.
Que tal,
portanto,
abolirmos a
partir de já o
prazo de
validade da
caridade,
estendendo as
boas ações de
dezembro para
janeiro,
fevereiro,
março, abril...?