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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 192 - 16 de Janeiro de 2011

WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, São Paulo (Brasil)


Caridade sem prazo de validade


Para nós brasileiros, a época natalina é sempre repleta de solidariedade. Em dezembro, a mensagem de Jesus sensibiliza inúmeras pessoas que, quase sempre, mobilizam-se para levar um pouco de alegria aos menos favorecidos economicamente. Brinquedos comprados, cestas básicas distribuídas, visitas a idosos e crianças. Ah! Quanta generosidade dos corações que se empenham para diminuir mesmo que palidamente a absurda desigualdade que reina em nosso país.

Porém, não obstante a solidariedade de fim de ano, e sem querer, obviamente, desmerecê-la, é imperioso admitir que o ano seja composto por 12 meses e não apenas dezembro. Enfim, todos os favorecidos pela generosidade natalina têm necessidades a serem supridas no decorrer do tempo.

Podemos, portanto, estender nossas boas atitudes para todos os meses do ano, fazendo um elástico de caridade. Quanto mais puxamos o elástico da caridade mais tempo ele beneficia aos outros e, principalmente, a nós mesmos.

São infindáveis instituições espalhadas pela cidade que necessitam do nosso talento para que continuem o seu trabalho em benefício do outro. Engajarmo-nos em trabalho voluntário é transpor a barreira da caridade sazonal para a caridade permanente.

E a caridade permanente faz a diferença!

Com a caridade permanente tomaremos contato mais estreito com a realidade do outro, suas limitações e necessidades e, ao estar a par do universo do outro, poderemos, então, utilizar uma forma de caridade extremamente eficaz: transferência de conhecimento.

Sim, cientes das limitações e necessidades dos outros, poderemos atendê-los de forma eficaz, transferindo nosso conhecimento. É algo simples, acessível a qualquer um que tenha boa vontade.

Transferir conhecimento significa ensinar o que sabemos fazer, ou seja, passar adiante as nossas habilidades. Se sei cortar cabelo, irei oferecer a alguma instituição essa minha habilidade para que outros aprendam e beneficiem-se dela. Se sei pintar, irei transferir esse meu conhecimento ao outro para que ele saiba também.

Eis que são saltos gradativos: da caridade sazonal para a caridade permanente e desta para a transferência de conhecimento.

Indubitavelmente, de caridade em caridade chegaremos a um patamar que não mais distribuiremos cestas básicas, roupas, alimentos e brinquedos por um simples motivo: todos terão o necessário para uma existência digna.

Todos terão suas necessidades supridas, pois estaremos conscientes de que o mais elementar dos deveres é estender a mão ao próximo, no objetivo de auxiliá-lo a encontrar o caminho da felicidade.

Que tal, portanto, abolirmos a partir de já o prazo de validade da caridade, estendendo as boas ações de dezembro para janeiro, fevereiro, março, abril...?



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita