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Correio Mediúnico
Ano 4 - N° 193 - 23 de Janeiro de 2011
 

 

Palavras de luz 

Teresa d´Ávila


Por muito se adiante a alma no tempo, há sempre tempo para que a alma reconsidere a estrada percorri­da, abastecendo-se de esperança no amor daqueles a quem ama, assim como o viajante no mar provê a si mesmo de água doce, a fim de seguir à frente.

«Há tempo de semear e tempo de colher» — diz-nos a experiência da Escritura.

E, se juntos partilhamos a promessa, não seria jus­to olvidarmo-nos uns aos outros no dia da realização.

«Deixai crescer reunidos o trigo e o joio, até que venha a ceifa», recomendou por sua vez o Senhor.

Entretanto, a palavra de sua Sabedoria não nos in­clina à indiferença. E, lembrando-a, não curamos de ser o trigo porque hoje nos vejamos fora do escuro sedimen­to da carne e nem insinuamos sejais vós o joio por permanecerdes dentro dela.

Recordamos simplesmente que todos trazemos ainda no campo das próprias almas o joio da ilusão e o trigo da verdade, necessitados da mercê do Celeste Cultivador.

Irmãos, não é apenas por regalar-se o espírito na confiança que se lhe descortinarão as portas da vida glo­rificada, mas sim por se lhe acendrarem o conhecimento e a virtude, através do trabalho bem sofrido e da cari­dade bem exercitada.

Outrora, buscávamos a paz na quietude do claustro, na suposição de que a vitória pudesse brilhar a distân­cia da guerra contra as nossas próprias faltas, e disputá­vamos a posse do santo sepulcro do Excelso Rei, ao preço de sangue e lágrimas dos semelhantes, como se lhe não devêssemos o próprio coração por escabelo aos pés divinos.

Hoje, porém, dispomos de suficiente luz para o ca­minho e não seria lícito permutar o pão da sabedoria pelo fel da loucura.

Enquanto os séculos de sombra e impenitência se es­coam no pó do mundo, preparai nesse mesmo pó, erigido em tabernáculo de carne, os séculos futuros, em que nos reuniremos de novo para a exaltação do triunfo eterno.

Enalteçamos o sacrifício, aprendendo a renunciar para possuir, a perder para ganhar e a morrer para viver.

Por algum tempo ainda padeceremos o cativeiro das nossas culpas e transgressões, mas, em breve, aceitando o trilho escabroso e bendito da cruz, exalçaremos, diante da Majestade Divina, a nossa libertação para sempre.

Que o Senhor seja louvado. 

 

Do cap. 32 do livro Instruções Psicofônicas, de Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos. A mensagem acima foi transmitida em 14 de outubro de 1954.


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita