Palavras de luz
Teresa d´Ávila
Por muito se
adiante a alma
no tempo, há
sempre tempo
para que a alma
reconsidere a
estrada
percorrida,
abastecendo-se
de esperança no
amor daqueles a
quem ama, assim
como o viajante
no mar provê a
si mesmo de água
doce, a fim de
seguir à frente.
«Há tempo de
semear e tempo
de colher» —
diz-nos a
experiência da
Escritura.
E, se juntos
partilhamos a
promessa, não
seria justo
olvidarmo-nos
uns aos outros
no dia da
realização.
«Deixai crescer
reunidos o trigo
e o joio, até
que venha a
ceifa»,
recomendou por
sua vez o
Senhor.
Entretanto, a
palavra de sua
Sabedoria não
nos inclina à
indiferença. E,
lembrando-a, não
curamos de ser o
trigo porque
hoje nos vejamos
fora do escuro
sedimento da
carne e nem
insinuamos
sejais vós o
joio por
permanecerdes
dentro dela.
Recordamos
simplesmente que
todos trazemos
ainda no campo
das próprias
almas o joio da
ilusão e o trigo
da verdade,
necessitados da
mercê do Celeste
Cultivador.
Irmãos, não é
apenas por
regalar-se o
espírito na
confiança que se
lhe
descortinarão as
portas da vida
glorificada,
mas sim por se
lhe acendrarem o
conhecimento e a
virtude, através
do trabalho bem
sofrido e da
caridade bem
exercitada.
Outrora,
buscávamos a paz
na quietude do
claustro, na
suposição de que
a vitória
pudesse brilhar
a distância da
guerra contra as
nossas próprias
faltas, e
disputávamos a
posse do santo
sepulcro do
Excelso Rei, ao
preço de sangue
e lágrimas dos
semelhantes,
como se lhe não
devêssemos o
próprio coração
por escabelo aos
pés divinos.
Hoje, porém,
dispomos de
suficiente luz
para o caminho
e não seria
lícito permutar
o pão da
sabedoria pelo
fel da loucura.
Enquanto os
séculos de
sombra e
impenitência se
escoam no pó do
mundo, preparai
nesse mesmo pó,
erigido em
tabernáculo de
carne, os
séculos futuros,
em que nos
reuniremos de
novo para a
exaltação do
triunfo eterno.
Enalteçamos o
sacrifício,
aprendendo a
renunciar para
possuir, a
perder para
ganhar e a
morrer para
viver.
Por algum tempo
ainda
padeceremos o
cativeiro das
nossas culpas e
transgressões,
mas, em breve,
aceitando o
trilho escabroso
e bendito da
cruz,
exalçaremos,
diante da
Majestade
Divina, a nossa
libertação para
sempre.
Que o Senhor
seja louvado.
Do cap. 32 do
livro
Instruções
Psicofônicas,
de Francisco
Cândido Xavier,
por Espíritos
Diversos. A
mensagem acima
foi transmitida
em 14 de outubro
de 1954.