Diálogo
com o
meu
coração
Perguntei
ao meu
coração:
– O que
queres
de mim?
Em tom
tranquilo,
ele me
respondeu:
– Quero
que tu
evoluas.
– O que
significa
evoluir?
–
Significa
fazer
luz, ao
despertar
a tua
própria
consciência.
Estas
palavras,
embora
sucintas
e
elegantes,
trouxeram-me
um
turbilhão
de
perguntas.
Luz?
Fazer
luz?
Elucidar?
Sobre o
quê?
Para
quê? Luz
serve
para
tantas
coisas,
não é?
Por
exemplo,
iluminar,
aquecer,
dar
vida. Em
meio às
minhas
divagações,
retomei
a nossa
prosa:
– Para
eu fazer
luz,
como
faço?
– Faça
por meio
da
consciência,
já disse
–
reiterou,
impaciente.
Consciência?
O que
será
isso?,
perguntei
ao
Senhor
Dicionário.
Ah, sim,
tomar
ciência,
ciência
de algo,
compreensão.
Parei um
pouco,
levantei
meus
olhos ao
alto,
semblante
pensativo.
– Quer
dizer
que,
quando
compreendo
algo, eu
faço
luz? –
indaguei
novamente
ao meu
coração,
cuja
réplica
foi de
uma
eloquência
telegráfica:
– Sim.
Quando
eu já me
dava por
satisfeita,
sem
maiores
expectativas
de uma
resposta
mais
elaborada,
meu
interlocutor
voltou à
carga,
como
quem
permite
a si
mesmo
uma
segunda
chance
para
expor
seu
pensamento:
– As
trevas,
Fernanda,
são a
ausência
da luz.
Assemelha-se
à
ignorância.
Logo, se
tu
compreenderes
os
fenômenos
pulsantes
da vida,
acenderás
a luz em
teu
caminho.
– Essa
luz vai
me fazer
evoluir?
– Ela
já é
a tua
evolução.