Entrevista:
Francisco
Francinaldo
Rafael de
Oliveira
Uma experiência
potiguar dá
exemplo de
unificação
Com movimento
espírita bem
jovem, a cidade
de Mossoró-RN
demonstra
dinamismo na
divulgação do
Espiritismo
|
Nosso
entrevistado,
Francisco
Francinaldo
Rafael de
Oliveira
(foto),
nasceu em Santa
Cruz, no Estado
da Paraíba, mas
reside em
Mossoró, no
Estado do Rio
Grande do Norte,
há 27 anos.
Espírita desde o
ano 2000,
bacharel em
Ciências
Contábeis e
graduando em
Jornalismo,
vincula-se ao
Centro de
Estudos
Espíritas Allan
Kardec, no qual
coordena o
Departamento de
Comunicação
Social. Na
presente
entrevista,
entre outros
assuntos, o
confrade fala
sobre a já
tradicional
Semana Espírita
da cidade.
Situe Mossoró no
contexto
histórico-geográfico-demográfico-econômico
para o leitor.
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Num resumo
histórico, foi a
primeira cidade
do Estado a
realizar
campanhas para
libertação de
seus escravos,
tendo conseguido
tal intento
cinco anos antes
da Lei Áurea.
Orgulha-se disso
e a data é
festivamente
comemorada até
hoje, sendo o
dia 30 de
setembro, data
magna do feito,
feriado
municipal. Outro
feito histórico
é o Motim das
Mulheres. No dia
4 de setembro de
1875, 300
mulheres foram
às ruas contra o
alistamento dos
seus filhos e
maridos. No
cartório
militar,
rasgaram as
fichas de
alistamento. Foi
em Mossoró
também que se
registrou o
primeiro voto
feminino do
Brasil. Celina
Guimarães Viana,
professora,
juíza de
futebol, mulher
atuante em
Mossoró, a
primeira
eleitora
inscrita no
Brasil, no ano
de 1928. Em
1927, com seus
20 mil
habitantes, a
cidade vivia um
largo período de
expansão
comercial e
industrial,
possuía o maior
parque salineiro
do país e várias
empresas
algodoeiras, o
que despertou a
cobiça do
cangaceiro
Lampião. O
bandoleiro
exigia 400
contos de réis
para não atacar
a cidade. O
prefeito à
época, Rodolfo
Fernandes, não
aceitou a
chantagem e
convocou os
homens da cidade
para defendê-la.
No dia 13 de
junho de 1927,
Mossoró botou
pra correr
Lampião e sua
gente.
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Num resumo
geográfico-demográfico-econômico,
Mossoró é a
segunda maior
cidade do Rio
Grande do Norte
e conta
atualmente com
260 mil
habitantes.
Localiza-se no
Oeste potiguar,
entre Natal, a
capital, e
Fortaleza,
capital do
Ceará. É uma
cidade em
expansão
permanente. Sua
economia está
diretamente
ligada à
produção de
petróleo, sal e
fruticultura
irrigada.
Quantas
instituições
espíritas há na
cidade e qual a
pioneira?
Atualmente são
nove
instituições. A
pioneira é a
Sociedade
Espírita de
Mossoró, fundada
em 19 de março
de 1977 por
Antonio Pereira.
Como surgiu o
movimento
espírita na
cidade?
Quando já
contava com três
casas, foi
percebida a
necessidade de
um movimento
para divulgar a
doutrina e unir
os centros.
Podemos dizer
que o movimento
espírita surgiu
aqui com a
criação da
Semana
Espírita.
Onde e como
surgiu a Semana
Espírita de
Mossoró?
Estiveram no
Congresso
Espírita
Internacional em
Brasília (1989):
José Couto, Nina
Lourdes,
Francisco
Leandro e
Cristovam Frota.
De lá, voltaram
com a ideia de
fazer uma Semana
Espírita aqui.
Somaram-se aos
quatro Francimar
Barbosa e Sérgio
Sales, dentre
outros
companheiros e,
ainda no mesmo
ano, realizaram
a 1ª Semana
Espírita de
Mossoró.
Estando com mais
de duas dezenas
de Semanas
Espíritas
realizadas, qual
a experiência
maior que fica?
Ver que a união
de todas as
casas da cidade
é fundamental
para a
realização do
evento.
Percebe-se
também que a
cada ano a
Semana Espírita
atrai bastante
os
não-espíritas. O
trabalho
desenvolvido com
zelo e seriedade
levou à
aceitação e ao
respeito de
todos.
Qual a data da
próxima edição?
Já há tema
central
definido?
A próxima será
realizada de 24
a 29 de outubro
de 2011. Ainda
estamos
analisando qual
a temática a ser
adotada.
A experiência
vitoriosa de
todas as
instituições
suspenderem suas
atividades para
participação no
evento foi
conquistada
espontaneamente?
Como atingiram
esse padrão de
unificação
espírita?
Desde a primeira
semana, foi esse
o acordo entre
todas, visto que
um dos objetivos
do evento era
justamente unir
todas as casas.
Foi aceito por
todos com muita
facilidade e até
hoje assim
permanece.
Qual o público
médio nas
palestras e como
são definidos
temas e
palestrantes?
A frequência a
cada noite tem
sido por volta
de 400 pessoas.
Para a definição
dos temas,
criamos uma
pequena equipe
composta por
quatro
voluntários.
Reunimo-nos e,
num clima
bastante
amigável,
colocamos nossas
opiniões,
analisamos e
facilmente
chegamos a um
consenso.
A experiência de
sua realização
num hotel, como
surgiu?
Passamos a
realizar a
Semana Espírita
em um hotel
visando melhorar
a estrutura do
evento. Passamos
a acomodar
confortavelmente
os palestrantes
e participantes,
em uma região
mais central da
cidade.
Quais as
experiências
mais marcantes
já verificadas
nesses mais de
20 anos?
Há aquelas que,
depois da
correria com
imprevistos e a
solução do
problema, a
gente respira
aliviado:
bagagem de
palestrante que
foi enviada para
outro local,
palestrante que
não pôde vir e
de última hora
tivemos que
providenciar
substituto...
Mas o que marca
mesmo é quando
alguém chega
para um de nós e
diz que o que
ouviu ali mudou
sua vida, ou
aliviou suas
dores. É muito
salutar também
ao final de cada
Semana Espírita
a alegria e a
sensação
agradável
advindas da
tarefa
realizada.
Algo mais a
acrescentar?