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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 4 - N° 196 - 13 de Fevereiro de 2011
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 
Entrevista: Francisco Francinaldo Rafael de Oliveira

Uma experiência potiguar dá exemplo de unificação

Com movimento espírita bem jovem, a cidade de Mossoró-RN demonstra dinamismo na divulgação do Espiritismo

 

Nosso entrevistado, Francisco Francinaldo Rafael de Oliveira (foto), nasceu em Santa Cruz, no Estado da Paraíba, mas reside em Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, há 27 anos. Espírita desde o ano 2000, bacharel em Ciências Contábeis e graduando em Jornalismo, vincula-se ao Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, no qual coordena o Departamento de Comunicação Social. Na presente entrevista, entre outros assuntos, o confrade fala sobre a já tradicional Semana Espírita da cidade. 
 
Situe Mossoró no contexto histórico-geográfico-demográfico-econômico para o leitor.
 

Num resumo histórico, foi a primeira cidade do Estado a realizar campanhas para libertação de seus escravos, tendo conseguido tal intento cinco anos antes da Lei Áurea. Orgulha-se disso e a data é festivamente comemorada até hoje, sendo o dia 30 de setembro, data magna do feito, feriado municipal. Outro feito histórico é o Motim das Mulheres. No dia 4 de setembro de 1875, 300 mulheres foram às ruas contra o alistamento dos seus filhos e maridos. No cartório militar, rasgaram as fichas de alistamento. Foi em Mossoró também que se registrou o primeiro voto feminino do Brasil. Celina Guimarães Viana, professora, juíza de futebol, mulher atuante em Mossoró,  a primeira eleitora inscrita no Brasil, no ano de 1928. Em 1927, com seus 20 mil habitantes, a cidade vivia um largo período de expansão comercial e industrial, possuía o maior parque salineiro do país e várias empresas algodoeiras, o que despertou a cobiça do cangaceiro Lampião. O bandoleiro exigia 400 contos de réis para não atacar a cidade. O prefeito à época, Rodolfo Fernandes, não aceitou a chantagem e convocou os homens da cidade para defendê-la. No dia 13 de junho de 1927, Mossoró botou pra correr Lampião e sua gente.

Num resumo geográfico-demográfico-econômico, Mossoró é a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte e conta atualmente com 260 mil habitantes. Localiza-se no Oeste potiguar, entre Natal, a capital, e Fortaleza, capital do Ceará.  É uma cidade em expansão permanente. Sua economia está diretamente ligada à produção de petróleo, sal e fruticultura irrigada. 

Quantas instituições espíritas há na cidade e qual a pioneira?  

Atualmente são nove instituições. A pioneira é a Sociedade Espírita de Mossoró, fundada em 19 de março de 1977 por Antonio Pereira. 

Como surgiu o movimento espírita na cidade? 

Quando já contava com três casas, foi percebida a necessidade de um movimento para divulgar a doutrina e unir os centros. Podemos dizer que o movimento espírita surgiu aqui com a criação da Semana Espírita. 

Onde e como surgiu a Semana Espírita de Mossoró? 

Estiveram no Congresso Espírita Internacional em Brasília (1989): José Couto, Nina Lourdes, Francisco Leandro e Cristovam Frota. De lá, voltaram com a ideia de fazer uma Semana Espírita aqui. Somaram-se aos quatro Francimar Barbosa e Sérgio Sales, dentre outros companheiros e, ainda no mesmo ano, realizaram a 1ª Semana Espírita de Mossoró. 

Estando com mais de duas dezenas de Semanas Espíritas realizadas, qual a experiência maior que fica? 

Ver que a união de todas as casas da cidade é fundamental para a realização do evento. Percebe-se também que a cada ano a Semana Espírita atrai bastante os não-espíritas. O trabalho desenvolvido com zelo e seriedade levou à aceitação e ao respeito de todos. 

Qual a data da próxima edição? Já há tema central definido? 

A próxima será realizada de 24 a 29 de outubro de 2011. Ainda estamos analisando qual a temática a ser adotada. 

A experiência vitoriosa de todas as instituições suspenderem suas atividades para participação no evento foi conquistada espontaneamente? Como atingiram esse padrão de unificação espírita? 

Desde a primeira semana, foi esse o acordo entre todas, visto que um dos objetivos do evento era justamente unir todas as casas. Foi aceito por todos com muita facilidade e até hoje assim permanece. 

Qual o público médio nas palestras e como são definidos temas e palestrantes?

A frequência a cada noite tem sido por volta de 400 pessoas. Para a definição dos temas, criamos uma pequena equipe composta por quatro voluntários. Reunimo-nos e, num clima bastante amigável, colocamos nossas opiniões, analisamos e facilmente chegamos a um consenso. 

A experiência de sua realização num hotel, como surgiu?  

Passamos a realizar a Semana Espírita em um hotel visando melhorar a estrutura do evento. Passamos a  acomodar confortavelmente os palestrantes e participantes, em uma região mais central da cidade. 

Quais as experiências mais marcantes já verificadas nesses mais de 20 anos? 

Há aquelas que, depois da correria com imprevistos e a solução do problema, a gente respira aliviado: bagagem de palestrante que foi enviada para outro local, palestrante que não pôde vir e de última hora tivemos que providenciar substituto... Mas o que marca mesmo é quando alguém chega para um de nós e diz que o que ouviu ali mudou sua vida, ou aliviou suas dores. É muito salutar também ao final de cada Semana Espírita a alegria e a sensação agradável advindas da tarefa realizada. 

Algo mais a acrescentar? 

Nunca é demais lembrar que uma jornada começa sempre com o primeiro passo. Fechadas as cortinas da 22ª  Semana Espírita de Mossoró, percebemos quanto caminhamos e quanto caminho há ainda a caminhar. A energia sempre se renova, pela certeza de ter no nosso comando o Mestre Jesus.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita