JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
Minas Gerais
(Brasil)
O Cristianismo
ignorado da
mediunidade de
Paulo
Paulo de Tarso
escreveu quase a
metade do Novo
Testamento, com
suas 13 cartas,
que são os
textos cristãos
bíblicos mais
antigos. Só mais
tarde é que os
evangelhos foram
escritos, cujos
autores se
basearam muito
nas cartas
paulinas.
(1)
E, assim, o
cristianismo tem
muito a ver com
a teologia do
Apóstolo dos
Gentios.
Ademais, a
tônica das suas
cartas é
teológica. E o
próprio Jesus o
denomina de vaso
escolhido para
divulgar o
cristianismo
entre os
gentios, os reis
e o povo de
Israel (Atos
9:15).
Os pregadores
cristãos, com
exceção dos
espíritas,
sempre fogem da
abordagem sobre
o fato de que
Paulo não
conheceu Jesus
encarnado e que,
pois, todos os
contatos entre
ele e o Nazareno
aconteceram
quando o excelso
Mestre já havia
passado para o
chamado mundo
dos Espíritos,
impropriamente
chamado de mundo
dos mortos. Se
Paulo só
conheceu Jesus
em Espírito,
todos os seus
contatos com o
Mestre são
mediúnicos. E
para uma
comunicação
direta com
Jesus, que muito
dificilmente se
manifesta, só
mesmo por meio
de um médium do
nível espiritual
e moral de Paulo
ou de alguém
semelhante a
ele. Para saber
mais sobre esse
assunto de
mediunidade na
Bíblia e de um
modo geral,
recomendo os
capítulos 12, 13
e 14 de 1
Coríntios, “O
Livro dos
Médiuns”, de
Kardec, de
várias editoras,
o meu “A Face
Oculta das
Religiões”, Ed.
EBM, SP, e
“Espiritismo –
Princípios,
Práticas e
Provas”, Ed.
GEEC.
E a teologia
paulina,
perfeita ou
imperfeita,
influenciou,
principalmente,
a teologia da
Eucaristia (1
Coríntios 11:
23, 24, 25 e 26)
e da divindade
de Jesus
decretada no
Concílio de
Niceia (325).
Paulo começou a
escrever suas
cartas pelos
anos 50. Seu
discípulo Lucas
o engrandece,
dando-lhe
destaque em
grande parte em
Atos. E Paulo se
considerava um
apóstolo
privilegiado de
Jesus, dizendo
que sua escolha
foi feita pelo
Cristo celestial
e não segundo a
carne, como no
caso dos demais
apóstolos, e até
fala em seu
próprio
evangelho (2
Coríntios 5:16 e
17; Gálatas 1:15
e 16; e Romanos
2:16). Paulo
fala que ouvia a
voz desencarnada
de Jesus (2
Coríntios 12:9;
e 1
Tessalonicenses
4,15). E outros
fenômenos
mediúnicos
aconteceram com
ele, não só com
o Espírito de
Jesus, mas
também com
outros
Espíritos.
Com Jesus tudo
começou na
estrada de
Damasco, quando
a voz do Mestre
retumba em seus
ouvidos,
dizendo-lhe:
Saulo, Saulo,
por que me
persegues? E
a luz através da
qual Jesus se
lhe manifesta é
tão intensa, que
Paulo fica cego
e desmaia.
Lembremo-nos
aqui de que a
maneira mais
comum de um
Espírito se
manifestar é em
forma de luz
(fogo) e nuvem
(fumaça). Daí a
sarça ardente, a
nuvem e a tocha
na caminhada de
Moisés com seu
povo para a
Terra Prometida,
e a Estrela de
Belém. Outro
exemplo de o
Espírito de
Jesus ter
aparecido a
Paulo foi quando
esse apóstolo
foi aconselhado
a não ir para
Bitínia. (Atos
16:7.) E a Paulo
apareceu também
o Espírito de um
homem macedônio,
pedindo-lhe que
fosse para a
Macedônia. (Atos
16:9.)
Deve-se a Paulo,
como vimos,
grande parte do
Novo Testamento
e da teologia
cristã. Mas não
nos esqueçamos
de que as
revelações que
ele recebeu
foram por meio
de fenômenos
mediúnicos ou
espíritas.
E qual cristão
não-espírita
ousaria falar
que se trata de
questões
visionárias e
alucinatórias e
que, pois, elas
não merecem
crédito, como o
fazem,
geralmente, os
teólogos, os
dirigentes
religiosos e
seus inocentes
úteis,
referindo-se aos
fenômenos
mediúnicos
espíritas?
(1)
N.R.: Conforme o
livro Paulo e
Estêvão, de
Emmanuel, as
anotações de
Levi ou Mateus
já circulavam
quando Paulo de
Tarso se iniciou
no Cristianismo.