GUARACI LIMA SILVEIRA
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil)
Homem - que pessoa é
essa?
A violência na
atualidade supera
requintes de
sofisticação. Pessoas
são mortas diariamente e
encontradas em situações
mais indignas, como se o
elemento humano fosse
mero acidente de
percurso nas vidas
daqueles que não sabem o
que é a ética e a moral.
Comumente se atribui o
fato ao conjunto de
ações psicopáticas
predominantes no tempo e
nas camadas sociais,
sejam elas quais forem.
Afinal, o que é o ser
humano? Como defini-lo
na atualidade? Bendita
lei da evolução que nos
permite olhar com mais
dignidade para a vida e
seus processos. São eles
que fazem crescer a
mônada divina colocada
nalgum tempo, nalgum
ponto do universo.
Sim, somos todos mônadas
divinas. E o que vem a
ser uma mônada? Em
algumas tradições
significa “ser supremo”
equivalente ao “Deus
verdadeiro”. Noutras, é
chamada de “presença do
eu sou”; noutras, ainda
“é uma energia vertida
por Deus para habitar o
universo criado por
Ele”. O que vale
ressaltar é que todas as
conceituações acima nos
colocam lado a lado com
a Criação Divina. Isto
nos abrange a todos
independentes de
quaisquer processos
circunstanciais de
separatividade, sejam
raciais, étnicas,
religiosas, culturais
etc. O mundo é uma
grande casa divida por
territórios. Cada
território abriga uma
nação que por sua vez
abriga seres que
comungam basicamente os
mesmos princípios,
dentro de uma
determinada correlação
social. Somos, pois,
diferentes existenciais,
temporariamente
vivenciando uma faceta
da vida para inundar-nos
de Deus. A história
confirma quando nos
relata como as
comunidades surgiram e
se transformaram. Cada
tempo - cada espaço, com
oportunidades novas e
diferentes. E lá
estávamos protagonizando
dramas, tragédias ou
acordos definitivos com
o bem.
Agora estamos no início
de um milênio que
promete ser de profundas
modificações morais para
os habitantes deste
planeta. Resta saber
quem está apto ou
interessado em tais
mudanças. Jesus nos
colocou como base que
devemos “Amar a Deus
sobre todas as coisas e
ao próximo como a nós
mesmos”. Esta máxima tem
sido lida e desprezada
pela imensa maioria dos
homens ao longo desses
vinte séculos.
Dificilmente alguém ama
a Deus sobre todas as
suas propostas
individuais, familiares
ou coletivas. O homem
tende a admitir que Deus
“mesmo ausente” age como
um empecilho à
realização dos seus
desejos humanos,
profanados pelos seus
desconhecimentos sobre o
divino e pelos seus
interesses imediatistas,
sempre prontos a
perpetuá-lo como ápice
da Criação. A ideia
permanente de Deus em si
o interpelaria sobre a
Sabedoria Máxima e o
Amor Absoluto. Mas isto
é profundo por
excelência. Distante
demais daquelas mentes
que insistem na proposta
da infantilidade
espiritual.
Enquanto não
conseguirmos encontrar
caminhos retos e
definitivos que nos
conduzam a uma
interatividade com a
Essência Primeira de
todas as coisas, iremos
sempre nos guiar por
propostas pessoais que,
em muitos casos,
norteiam propostas
daqueles que nos
rodeiam. E o próximo? “Ele
será ótimo enquanto
estiver de acordo com os
nossos interesses e nos
servir em tal e
sempre de conformidade
com nossas infâmias ou
necessidades”. Assim
pensa e caminha
esmagadora massa humana,
infelizmente.
Viajando pelo tempo,
desde o mineral,
chegamos um dia à
condição de seres
humanos. “Heróis da
Inteligência”, no dizer
de Emmanuel. Agora
podemos pensar e
discernir. Somos sim,
neste pequeno planeta, o
ápice da evolução.
Nenhum ser nos supera.
Então passamos a
disputar o poder com os
outros irmãos, pois
somente eles podem
ombrear conosco as
insígnias do “Ser
Supremo”. Daí as
questões relacionadas à
violência de todo tipo
que se pratica. Toda a
violência tem por base o
desejo de se impor, quer
seja em casa, na rua, no
bairro, cidade, estado,
nação ou nos comandos
mundiais de alguma
instituição
internacional.
É neste ponto que vale a
reflexão do que seja ser
homem. Antropólogos vêm
questionando este
assunto desde há muito.
Desejam conhecê-lo para
defini-lo e assim
colocá-lo com acerto na
sinfonia da vida que se
vê e se vive por aqui.
Na faixa estreita da
vida física, apenas uma
entre as muitas faixas
de vidas que existem no
sistema Terra, a visão é
muito tacanha e o homem
se perde em si mesmo,
cometendo erros por não
conhecer o projeto no
qual está inserido.
O plano físico é
excelente e necessário
para nossas
aprendizagens e
adaptações à grande casa
universal. Mas é
temporário, pois na
verdade habitamos o
universo. Somos partes
integrantes dele onde
quer que estejamos.
Quais crianças, ainda
não entendemos bem o que
vem a ser isto e a quais
implicações estamos
sujeitos para um
comportamento digno para
tal. Por isso a vinda
pessoal da Autoridade
Máxima da Terra ao plano
físico, num momento em
que o homem já podia
suportar Sua presença
iluminada e Seus ensinos
graduados trazidos dos
planos superiores da
Vida. Emmanuel nos diz
no livro “A Caminho da
Luz” que quando a Terra
estava pronta para
receber a vida, Jesus
foi a departamentos
específicos do Universo
trazendo de lá o
protoplasma, embrião das
vidas que se
desenvolveriam por aqui.
Da mesma forma, quando
os homens já estavam
aptos para serem
inoculados pela mensagem
divina e decisiva,
Jesus, de novo, nos
trouxe o embrião da vida
universal.
Por que tamanho cuidado
para conosco? Por que
tamanho amor para com a
identidade humana? A
Doutrina Espírita
programada e projetada
para surgir entre nós,
em meados do século XIX,
o das grandes
descobertas, nos dá a
resposta eficiente.
Somos centelhas divinas
no caminho de volta para
a eternidade com Deus.
Assim, o homem é a
transição entre a razão
e a santidade. Estamos
nos pródromos de um novo
tempo. A santidade
significa inundar de
sagrado o lado profano
que insiste por fazer-se
representar em cada um
de nós. Ser profano é o
mesmo que estar do lado
de fora das sagradas
realizações da vida.
Muitos pensam que
sacrilizar-se é
tornar-se adepto e
praticante cego desta ou
daquela religião.
Enganam-se,
sacrilizar-se é
estabelecer em si o
definitivo templo de
Deus que nos criou para
vivermos com ele na
sabedoria e no amor por
toda a eternidade.