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O Espiritismo responde
Ano 4 - N° 197 - 20 de Fevereiro de 2011
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


 

Recebemos de um leitor de nossa revista várias indagações a respeito do tema psicopatia.

Pergunta-nos ele:

1) O Espiritismo reconhece a existência dos psicopatas?

2) Esse transtorno de personalidade é da natureza perversa do Espírito ou é uma patologia transitória do indivíduo?

3) Esses indivíduos algum dia irão sentir remorso pelo que fizeram?

4) Qual o destino deles após desencarnarem?

5) Como se relacionar com essas entidades de maneira a constrangê-las a não desenvolverem seus predicados perversos?

6) Eles também seguem um programa de evolução espiritual para o bem?

7) Se a correção do indivíduo se faz através da sua consciência e sentimento de arrependimento, como transpor essa questão para o caso dos psicopatas (uma vez que são desprovidos do sentimento de culpa e remorso)?

A propósito do assunto o confrade Leonardo Machado, de Recife-PE, médico residente na área da psiquiatria e um dos colaboradores de nossa revista, prestou-nos as seguintes informações:

“A psicopatia ou personalidade antissocial é um transtorno de personalidade, e não uma doença mental como a esquizofrenia e a depressão, por exemplo. Desta forma, como todo transtorno de personalidade, o tratamento é difícil, primeiro porque não há um remédio que trate disso especificamente, estes entram como sintomáticos; segundo porque o paciente não reconhece o problema, sendo complicada sua aderência a uma psicoterapia, terapêutica que apresentaria uma melhor eficácia.

No caso do antissocial, os indivíduos são caracterizados pela indiferença social e insensibilidade pelos sentimentos alheios; irresponsabilidade e desrespeito por normas e regras sociais; incapacidade de sentir culpa, remorso e de aprender com os erros.

O Espiritismo reconhece, sim, este problema. Tendo em vista a imortalidade da alma, identifica-o, porém, como um estado transitório de imperfeição do ser. São, em geral, Espíritos, por diversos motivos, com grande revolta para com as Leis Divinas. Muito dificilmente, contudo, eles conseguirão uma melhora total (às vezes, nem mesmo parcial) em uma existência somente. Só no decorrer das reencarnações, problemas tão graves são solucionados. Eles também estão destinados à perfeição, e um dia (certamente com grande demora para a nossa mentalidade humana) irão tomar consciência da Lei Divina e ter a capacidade de sentir culpa.

Cada ser quando desencarna fica ‘no céu ou no inferno’ mental que criou e isto não é diferente com estas pessoas.

Como todo ser, eles também foram criados simples e ignorantes da Lei por Deus. E, como todos temos liberdade de escolha, a existência deste problema não é uma criação do Pai, mas uma liberdade individual.  Muitas vezes, Espíritos desencarnados ‘pseudocomandantes das trevas’ são claramente ‘psicopatas’, quando desafiam as Leis do Universo, querendo fazer justiça com as próprias mãos, ou ficando insistentemente no mal. Quando, no entanto, o erro afeta muitas pessoas e é muito profundo, a liberdade deles é constrangida, por exemplo, em processos de reencarnações compulsórias em corpos com grandes deficiências, em verdadeira prisão de aprendizagem na Terra. Em outras situações, são exilados do Planeta para o bem do progresso geral, indo para outros planetas mais inferiores, onde poderão expiar as faltas e ajudar com o desenvolvimento intelectual do orbe de exílio.

Como seja, a depender dos erros que cometeram na sociedade, eles precisarão responder segundo a Justiça da Terra, porque não é uma doença mental que incapacite o senso de julgamento, mas um transtorno de personalidade que precisa, muitas vezes, da restrição da liberdade para não atrapalhar os outros e expiar suas faltas. É preciso agir com rigor, sem demonstrar medo, mas também sem desafiar (esta atitude pode até ser perigosa). Isto também é uma face do amor.” 

Esperamos que estas explicações do estimado confrade possam contribuir para elucidar as dúvidas do amigo leitor.

 


 
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