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Ano 4 - N° 200 - 13 de Março de 2011

JOSÉ SOLA 
jose_sola@terra.com.br

São Paulo, SP (Brasil)

 
 

Crítica Literária

Reencarnação no Mundo Espiritual 
 

Título da obra: Reencarnação no Mundo Espiritual 
Autor: Inácio Ferreira
Médium: Carlos A. Baccelli
Editora: LEEPP

   

A pedido de alguns amigos nos propusemos a tarefa de analisar o livro "Reencarnação no Mundo Espiritual" escrito pelo Espírito do Dr. Inácio Ferreira por meio da psicografia do médium Carlos A. Baccelli.

O título do livro causa a princípio certa estranheza, pois reencarnar é retornar a um corpo de carne. Será que existe corpo carnal na espiritualidade?

Procuramos de alguma forma, antes de ler o livro, aceitar o título como uma metáfora, porque talvez no decorrer das narrativas nosso amigo Inácio Ferreira explicasse como se processa o renascimento no mundo espiritual. Imaginamos que ele fosse explicar esse renascimento de maneira lógica e racional, mas isso não ocorreu, pois, havendo lido o livro todo com muita atenção e carinho, verificamos que o Dr. Inácio Ferreira fez apenas quatro citações a respeito da reencarnação no mundo espiritual, e uma sobre a gravidez, mas fez apenas citações, pois não explicou, não detalhou como acontecem a reencarnação e a gravidez na espiritualidade.

O Dr. Inácio Ferreira apresenta em seu livro algumas palavras de Chico Xavier (Espírito), quando estavam na noite de Natal visitando algumas entidades infelizes, distribuindo alimento e a pomada Vovô Pedro a essas entidades, acreditamos que na intenção de apresentar um álibi à teoria da reencarnação no mundo espiritual.

Nessa visita, chegaram à casa de um anão chamado Sinfrônio e foram atendidos por esse Espírito que os recebeu desconfiado. Chico se apresentou acalmando-o e pedindo-lhe que chamasse a esposa Lucélia, também anã, e trouxesse o filhinho, pois estariam recebendo assistência. Depois da assistência necessária, Chico explica ao Dr. Inácio Ferreira que Sinfrônio houvera encontrado essa companheira na espiritualidade e depois arrumaram o Fininho, que é o nome do anãozinho, um garotinho que estava com um ano de idade.

Vejamos o que diz Chico a Dr. Inácio:

“Os três são Espíritos muito ligados, Doutor... Fininho deve ter vindo para ajudar – comentou Chico. Um filho é sempre uma bênção, não é? – disse fixando-me nos olhos, como a me conter a curiosidade”. (Capítulo 28, página 284.)

Os geneticistas ainda não alcançaram êxito na clonagem
 do ser humano

Mas ainda aqui não se explicou nada, pois tudo ficou à conta da suposição, pois, sejamos sinceros: esses Espíritos eram entidades infelizes, não tinham qualquer acesso ao conhecimento da genética, não teriam como aplicar a técnica da reprodução assistida – gestação pós-menopausa, fecundação in vitro, fivete-fertilização in-vitro e transferência de embriões, geneterapia fetal, nascimento de bebê de mãe morta há mais de um ano, escolha do sexo pelos pais, para os futuros filhos, clonagem de seres humanos. Mas, ainda que tivessem acesso a isso, exceto a clonagem, todas as demais técnicas da reprodução necessitam dos órgãos genitais masculinos e femininos para a formação do embrião, que será, a seguir, o bebê. E os geneticistas ainda não alcançaram êxito na clonagem do ser humano!

Jerry Hall e Robert Stillman, professores da Universidade George Washington nos Estados Unidos, anunciaram uma experiência realizada com sucesso na área da biologia, onde pela primeira vez na história mãos humanas elaboraram uma cópia perfeita (clone) de um embrião humano, mas tiveram que interromper essa experiência no sexto dia, destruindo os dois embriões, por haverem se utilizado de células anormais incapazes de se desenvolver em um bebê. Não acreditamos, portanto, que aquelas entidades hajam dominado a técnica da clonagem; então, somente nos resta aceitar a reprodução no mundo espiritual por meio da cópula.

A relação sexual de conjugação dos corpos, como a vivemos enquanto encarnados, a vivem entidades desencarnadas ainda infelizes. Nas trevas existem orgias mesmo, realizadas por elas, e quem nos narra esse acontecimento é o Espírito André Luiz, em várias de suas obras, mas ele explicita melhor esta questão em seu livro "No Mundo Maior". Nesse livro, André Luiz nos diz que teve que demorar-se no umbral por não estar ainda preparado para apreciar o quadro doloroso em que se demoravam esses Espíritos, enquanto seu orientador, o Espírito Calderaro, com sua equipe de assistência, demandava as trevas, em visitação a entidades pervertidas do sexo. O que podemos deduzir é que, se o renascimento no mundo espiritual acontecesse através da cópula, nessas orgias em que se envolvem muitas dessas entidades, o que aconteceria de renascimentos não dá para imaginar.

Não encontramos lógica em reencarnação e gravidez
na espiritualidade

Sabemos também que todas as descobertas que acontecem na Terra são antecedidas na espiritualidade, mas uma descoberta, um invento, tem sua lógica de ser, propicia a evolução da humanidade e, por isso, justifica-se. Mas em que se justifica a reencarnação do Espírito no mundo espiritual? Haveríamos aprendido o relacionamento sexual na espiritualidade antes, para manifestá-lo na vida material? Acreditamos que não, pois o sexo está presente como um meio reprodutor em todos os elementos da natureza.

Repetindo Emmanuel: Sexo é harmonia e vida no conjunto do universo, ou seja, sexo não é aprendizado, é uma Lei da Natureza, é um elemento propulsor da evolução. A conjugação dos corpos gera outros corpos, mas a união dos Espíritos não gera Espíritos.

Cabe, pois, ao Dr. Inácio explicar-nos essa necessidade, pois infelizmente não a vemos. Não nos é proibido fazer revelações na doutrina espírita, pois André Luiz por meio das mãos de nosso saudoso Chico Xavier nos apresentou várias revelações, a principiar pelo livro "Nosso Lar" em que nos fala da existência dessa colônia e de outras tantas, colônias essas que servem para socorrer os Espíritos infelizes que se demoram perambulando na Terra ou no umbral. Mas o Espírito André Luiz explica como essa colônia foi formada, nos informa que existem hospitais, a fonte das águas, o campo da música, não apresenta uma revelação insustentável, pois toda revelação não explicada, detalhada mesmo, está desprovida da lógica e da razão, e não deve ser aceita. (1)

Como conhecemos o Dr. Inácio Ferreira, tanto quanto o Baccelli, e os sabemos idôneos e responsáveis, acreditamos que estarão nos explicando de maneira detalhada o que o Dr. Inácio nos quis dizer com reencarnação e gravidez na espiritualidade, em que particularmente não encontramos lógica, embora não acreditemos que nossos amigos estejam agindo com irresponsabilidade para com a doutrina espírita.

Inácio Ferreira se diz preocupado com possíveis críticas que
se fariam à sua obra

Alguns espíritas que apreciam o médium Baccelli poderão ficar contrariados conosco, achando que faltamos com o respeito ao Espírito de nosso querido amigo Dr. Inácio Ferreira, e que estamos colocando em xeque a mediunidade do nosso querido Baccelli, mas não é verdade, pois estamos apenas atendendo aos requisitos de Kardec quando nos pede que passemos pelo crivo da lógica, da razão e do bom senso tudo o que ouvirmos dos homens ou dos Espíritos; e nós apenas pedimos explicações, mesmo porque o próprio Dr. Inácio Ferreira também concorda com esse ensinamento de Allan Kardec, pois nessa mesma obra, em várias oportunidades, ele nos fala da importância disso, como no seguinte trecho: “Eis o problema, meu caro, o grave problema das religiões em geral: pregam o que não explicam, não pesquisam, não investigam..." (Capítulo 17 pág. 118.)

Nesse capítulo (capítulo 17), ele se retrata e com muita propriedade, pois havia sido infeliz apresentando anteriormente uma censura velada aos patrulheiros ideológicos da doutrina, como no trecho seguinte: "Que culpa tenho? Por outro lado, também não estou um pingo preocupado com a maneira com que os patrulheiros ideológicos da doutrina venham a me julgar. Aprendi, com os nossos Mentores, que, na seara espírita, quem trabalha não tem tempo para a crítica mordaz". (Capítulo 7 pág. 74.)

Aqui o Dr. Inácio Ferreira se demora preocupado com possíveis críticas que se fariam à sua obra, preocupação essa que não deveria existir, pois, quando escrevemos um texto ou um livro, buscamos apresentar nele informações coerentes e precisas que atendam à lógica e à razão, e resta aos opositores contrariar essa lógica, com outra lógica mais precisa. Se o fizerem, então temos que nos render aceitando-a, pois o interesse da doutrina deve estar acima de qualquer coisa; se não o fizerem, estarão apenas parlengando, não lhe prestemos atenção.

O Espírito André Luiz escrevia pela psicografia de Chico Xavier, trazia as informações e as explicava, e não se preocupava com as críticas, pois existem sempre aqueles que não explicam nada, não respondem aos quesitos apresentados e lhes resta apenas a parlenda desordenada, sem explicar as dúvidas apresentadas e falando de tudo, menos do que interessa ao esclarecimento da questão.

Polemizar questões referentes à doutrina espírita é procurar a verdade

A conclusão a que chegamos a respeito dessa informação apresentada pelo Espírito do Dr. Inácio Ferreira é de que ele apenas lançou a ideia, e provavelmente vai tentar esclarecê-la, escrevendo outro livro, explicando-a, pois infelizmente ainda não nos convenceu.

Esta é nossa opinião a respeito deste assunto. Se algum amigo viu alguma lógica e razão que não percebemos, sinta-se à vontade, pois estamos de mente aberta a qualquer tipo de apreciação. Mas que apresentem respostas que elucidem, que expliquem, dentro do assunto. Não adianta dizer coisas do tipo “sou amigo do Baccelli”, “eu o conheço há tempo”, “sei que ele é uma pessoa idônea e responsável”, nem tampouco “sou inimigo do Baccelli”, “não o tenho como uma pessoa responsável”.

Estamos aqui tão-somente discordando de uma obra elaborada por suas mãos, e é por sermos amigos do Baccelli e do Dr. Inácio Ferreira, irmãos de ideal espírita, que tomamos a liberdade de questioná-los.

A informação que nos apresenta o Espírito do Dr. Inácio Ferreira deve ser por ele bem detalhada, pois ela altera toda a estrutura da doutrina espírita, no que concerne às obras básicas, tanto quanto ao que nos ensinam vultos diversos com presença marcante na literatura espírita, como Léon Denis, Gabriel Delanne, Emmanuel, André Luiz e outros.

Devemos lembrar que as obras básicas estão sustentadas por uma lógica e uma razão tão grandiosas e inabaláveis, a ponto de não assimilarem revelações que não se ajustem na construção desse monumental edifício. As obras básicas são o alicerce, a estrutura da doutrina, e sua complementação deve ajustar-se a essa magnífica estrutura; caso contrário, estaremos destruindo e não somando.

Temos de entender, por fim, que polemizar questões referentes à doutrina espírita não é discutir um ponto de vista pessoal, é procurar a verdade, embora relativa, pois a verdade integral pertence a Deus.

Temos responsabilidades perante a doutrina espírita e a consciência de que a clareza doutrinária há de estar acima de tudo; se não agirmos assim, dentro de poucos anos faremos do Espiritismo uma doutrina dogmática, em completo desacordo com o pensamento de Kardec, que nos propôs a fé racional e disse que fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

 

José Sola é escritor e colaborador da revista Espiritismo & Ciência.

 

(1) A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por consequência, não existe revelação. (A Gênese. cap. I, item 3.) 

 

 


 

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