Cristina Oliveira, do Rio de
Janeiro-RJ, em carta enviada
a esta revista,
pergunta-nos:
"Espiritismo é religião?"
Para a maioria dos
espíritas, excetuados os
adeptos do chamado
Espiritismo laico, é ponto
pacífico: o Espiritismo é,
sim, religião, pois a
própria obra kardequiana o
define como tal de forma
inequívoca.
Em seu discurso “O
Espiritismo é uma
religião?”, publicado na
Revue Spirite de
dezembro de 1868, Allan
Kardec perguntou: “o
Espiritismo é uma religião?”
E, em seguida, respondeu:
“Ora, sim, sem dúvida,
senhores”.
Mais adiante indagou: “Por
que, então, declaramos que o
Espiritismo não é uma
religião?” Ou seja, por que
declarara anteriormente que
o Espiritismo não era
religião? E ele mesmo
esclareceu: “Porque não há
uma palavra para exprimir
duas ideias diferentes, e
que, na opinião geral, a
palavra religião é
inseparável da de culto;
desperta exclusivamente uma
ideia de forma, que o
Espiritismo não tem”.
Trata-se, pois, de uma
religião não hierarquizada,
sem pastores nem sacerdotes,
sem cultos nem rituais, mas
com um objetivo definido,
que é religar a criatura ao
Criador.
No mesmo discurso, o
Codificador foi além, e
explicou qual é “o Credo, a
religião do Espiritismo”:
“Crer num Deus
todo-poderoso, soberanamente
justo e bom; crer na alma e
em sua imortalidade; na
pré-existência da alma como
única justificação do
presente; na pluralidade das
existências como meio de
expiação, de reparação e de
adiantamento moral e
felicidade crescente com a
perfeição; na equitável
remuneração intelectual; na
perfectibilidade dos seres
mais imperfeitos; na do bem
e do mal, conforme o
princípio: a cada um segundo
as suas obras; na igualdade
da justiça para todos, sem
exceções, favores nem
privilégios para nenhuma
criatura; na duração da
expiação limitada pela
imperfeição; no
livre-arbítrio do homem, que
lhe deixa sempre a escolha
entre o bem e o mal; crer na
continuidade que religa
todos os seres passados,
presentes e futuros,
encarnados e desencarnados;
considerar a vida terrestre
como transitória e uma das
fases da vida do Espírito,
que é eterna; aceitar
corajosamente as provações,
em vista do futuro mais
invejável que o presente;
praticar a caridade em
pensamentos, palavras e
obras na mais larga acepção
da palavra; esforçar-se cada
dia para ser melhor que na
véspera, extirpando alguma
imperfeição de sua alma;
submeter todas as crenças ao
controle do livre exame e da
razão e nada aceitar pela fé
cega; respeitar todas as
crenças sinceras, por mais
irracionais que nos pareçam
e não violentar a
consciência de ninguém; ver
enfim nas descobertas da
ciência a revelação das leis
da natureza, que são as leis
de Deus: eis o Credo, a
religião do Espiritismo,
religião que pode
conciliar-se com todos os
cultos, isto é, com todas as
maneiras de adorar a Deus.”
O assunto foi tratado nesta
revista em algumas ocasiões,
como na edição 41, de
3/2/2008, nos textos
A religião do Espiritismo
-
http://www.oconsolador.com.br/41/editorial.html
- e
É
o Espiritismo uma religião?
-
http://www.oconsolador.com.br/41/especial.html
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