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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 201 - 20 de Março de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1869

Allan Kardec 

(Parte 1)

Iniciamos nesta edição o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1869. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Quais são os indivíduos mais refratários às ideias espíritas?

Segundo Kardec, depois dos fanáticos, os mais refratários às ideias espíritas são os sensualistas e as pessoas cujos únicos pensamentos estão concentrados nas posses e nos prazeres materiais. Em resumo, observa Kardec, o Espiritismo é considerado um benefício pelas pessoas que ele ajuda a suportar o fardo da vida, e é repelido ou desdenhado por aqueles a quem prejudicaria nos gozos da vida. (Revue Spirite de 1869, págs. 8 e 9.) 

B. Como Kardec considerava o magnetismo?

O Codificador, que conhecia profundamente o trabalho e as ideias de Mesmer, dizia que o magnetismo e o Espiritismo são duas ciências gêmeas, que se completam e explicam uma pela outra. Segundo ele, se nem todos os magnetistas são espíritas, todos os espíritas, sem exceção, admitem o magnetismo e fazem-se seus defensores e baluartes. (Obra citada, págs. 10 e 11.) 

C. A quem o Espiritismo reconhece como adeptos?

O Espiritismo só reconhece como adeptos os que põem em prática os seus ensinamentos, ou seja, que trabalham a sua própria melhora moral, porque esse é o sinal característico do verdadeiro espírita. (Obra citada, págs. 17 a 20.)  

Texto para leitura 

1. Este volume apresenta os escritos finais de Allan Kardec, que, como sabemos, desencarnou a 31 de março de 1869. Os números de janeiro a março foram publicados quando o Codificador ainda estava encarnado. O número de abril ele havia deixado redigido e em fase de preparação gráfica. Essa é a razão pela qual a Revue de abril de 1869 não registra sequer o seu passamento. Os números de maio e junho, embora não redigidos por Kardec, integram também o volume do ano de 1869 porque trazem notícias sobre a sua desencarnação e suas primeiras comunicações mediúnicas. O segundo semestre de 1869 pertence a outra fase da Revue. (Pág. 1)

2. Com a morte do Codificador, a direção da Sociedade Espírita de Paris e do movimento doutrinário passou à responsabilidade da Comissão Central de Espiritismo, presidida desde então pelo Sr. Malet. (Pág. 1)

3. O número de janeiro de 1869 da Revue se inicia com uma mensagem de Kardec dirigida aos seus correspondentes, na qual diz haver recebido numerosas cartas de felicitações e testemunhos de simpatia a propósito da publicação no número anterior do projeto de constituição do Espiritismo, que teve boa acolhida por parte dos grupos espíritas, como o de Toulouse, cuja correspondência foi ali transcrita. (Págs. 3 e 4)

4. A Revue de janeiro apresenta, na sequência, uma matéria intitulada “Estatística do Espiritismo”, da qual extraímos, de forma resumida, os seguintes pontos: I – A enumeração exata dos espíritas seria coisa impossível, por uma razão muito simples: o Espiritismo não é uma associação nem uma congregação e seus aderentes não estão inscritos em nenhum registro oficial. II – Não se pode avaliar o número dos espíritas pela quantidade de sociedades existentes, frequentadas apenas por minoria ínfima. III – O Espiritismo é uma opinião que não exige qualquer profissão de fé e pode estender-se ao todo ou parte dos princípios da doutrina. Basta simpatizar com a ideia, para ser espírita. IV – Dentro deste ponto de vista pode-se dizer que pelo menos três quartos da população de todos os países possuem o germe das crenças espíritas, que são encontrados até mesmo entre os que lhe fazem oposição. V – A oposição feita ao Espiritismo vem, em sua maioria, da ideia falsa que fazem da doutrina espírita. Não o conhecendo senão pelas descrições ridículas que dele faz a crítica malévola, recusam com razão a qualificação de espíritas. (Págs. 4 a 6) 

5. A matéria é complementada por uma curiosa estatística que aponta os Estados Unidos como sendo a nação mais espírita do planeta, com cerca de aproximadamente 4 milhões de adeptos. A Europa teria 1 milhão, dos quais 600 mil na França. “Em geral, afirma Kardec, é nas classes médias que o Espiritismo conta mais adeptos.” (Págs. 6 a 8) 

6. Do levantamento publicado pela Revue resultam, de acordo com o Codificador, as seguintes consequências: 1o. – Há espíritas em todos os graus da escala social. 2o. – Há mais homens que mulheres espíritas. 3o. – A grande maioria dos espíritas se acha entre pessoas esclarecidas. 4o. – A aflição e a infelicidade predispõem às crenças espíritas, em consequência das consolações que proporcionam. 5o. – O Espiritismo tem mais fácil acesso entre os incrédulos em matéria religiosa que entre os que têm uma fé assentada. 6o. – Depois dos fanáticos, os mais refratários às ideias espíritas são os sensualistas e as pessoas cujos únicos pensamentos estão concentrados nas posses e nos prazeres materiais. 7o. – Em resumo, observa Kardec, o Espiritismo é considerado um benefício pelas pessoas que ele ajudar a suportar o fardo da vida, e é repelido ou desdenhado por aqueles a quem prejudicaria nos gozos da vida. (Págs. 8 e 9)

7. Entre os profissionais liberais que apresentavam a maior proporção de adeptos do Espiritismo a Revue aponta os médicos homeopatas: em cada 100 médicos espíritas, pelo menos 80 eram homeopatas. Isto se deve a que o princípio do tratamento homeopático os conduz naturalmente ao espiritualismo. Os materialistas são muito raros entre eles, se é que existem homeopatas materialistas, ao passo que são numerosos entre os alopatas. Melhor que estes, os homeopatas compreendem o Espiritismo porque acharam nas propriedades fisiológicas do perispírito, unido ao princípio material e ao princípio espiritual, a razão de ser de seu sistema. (Pág. 10)

8. Os magnetistas – nome que se dá aos adeptos do magnetismo – figuravam na primeira linha, logo após os homeopatas, malgrado a oposição persistente e por vezes acerba de alguns, que formavam, porém, uma minoria ínfima. É que o magnetismo e o Espiritismo são duas ciências gêmeas, que se completam e explicam uma pela outra. Em todos os tempos os magnetistas se dividiram em dois campos: os espiritualistas e os fluidistas. Estes últimos, muito menos numerosos, estão quase sempre em oposição de princípios com os espíritas. Assim, pode-se concluir que: se todos os magnetistas não são espíritas, todos os espíritas, sem exceção, admitem o magnetismo e fazem-se seus defensores e baluartes. (Págs. 10 e 11)

9. A Revue reporta-se a um artigo publicado pelo Sr. Robert de Salles no jornal Le Voyageur de Commerce de 22-11-1868, no qual o articulista tece algumas considerações simpáticas acerca da doutrina espírita e afirma, corretamente, que o Espiritismo não é uma descoberta moderna. Embora tenha feito alguns reparos ao artigo, Kardec diz que os espíritas não poderiam senão aplaudir o conjunto das reflexões nele contidas e a seriedade com que o assunto foi tratado. “A imprensa – observa o Codificador – raramente tem ouvido falar dele num sentido tão sério. Mas há começo para tudo.” (Págs. 11 a 16)

10. O caso do ervanário Joye, envolvido no processo das envenenadoras de Marselha, é objeto de um longo artigo publicado por Kardec na Revue de janeiro. A culpa atribuída ao ervanário tentou-se estender à doutrina espírita, porque Joye revelou que se ocupava com a prática espírita e interrogava os Espíritos. De fato, descobriu-se em sua casa um registro que dá a ideia do seu caráter e de suas ocupações habituais. O ervanário – indivíduo que vende e/ou conhece plantas medicinais – recebia dinheiro de seus clientes por serviços diversos: tratamento de doentes, prática de exorcismo, cartas, malefícios e baqueta divinatória, entre outros. (Págs. 16 e 17)

11. Kardec observa que, ainda que Joye fosse espírita, o Espiritismo não poderia ser responsabilizado por procedimentos que a doutrina espírita não propõe nem recomenda a quem quer que seja. “O Espiritismo – assevera Kardec – só reconhece como adeptos os que põem em prática os seus ensinamentos, isto é, que trabalham a sua própria melhora moral, porque é o sinal característico do verdadeiro espírita.” (Págs. 17 a 20) (Continua no próximo número.) 



 


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