AYLTON GUIDO
COIMBRA PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo
(Brasil)
Pare e pense
PARE.
Fui diminuindo a
velocidade do
carro até parar.
À frente, uns
cinco veículos
estavam parados.
Era necessário
para que os
empregados da
empresa
procedessem à
possível
recuperação da
pista asfáltica
ante as chuvas
torrenciais que
têm caído em
muitos lugares
do nosso Brasil.
Breves momentos
e surge a outra
placa SIGA.
Os veículos
começam
lentamente a se
movimentar, e o
meu entre eles.
Subitamente,
assusto-me.
Vindo de trás um
carro, em
velocidade acima
do normal,
incompatível
para o momento,
me ultrapassa e
segue adiante,
quando, em
virtude da
sinalização de
cones na
rodovia, um
caminhão tem que
se desviar para
a esquerda e o
motorista
imprudente é
obrigado a sair
da faixa do
acostamento, por
onde procurava
ultrapassar os
outros veículos,
e avançar para a
faixa de terra
contígua, ainda
molhada.
Fez malabarismo
e..., por sorte,
evitou o
abalroamento do
caminhão.
Refazendo-me do
susto vi que o
imprudente já
avançava bem
adiante.
Comecei a
pensar: por que
uma pessoa age
de tal forma?
Por que ela
dispensa a
cautela para
preservar a
própria vida e
não titubeia em
arriscar a vida
dos outros?
Muitas poderão
ser as
respostas:
Urgência de
atendimento
médico. O
motorista não
estava se
sentindo bem ou
havia alguém
doente com ele,
necessitando de
atendimento
urgente.
Impaciência. Há
pessoas que não
têm paciência
para esperar.
Neurose. Há
pessoas em quem
a impaciência e
a irritabilidade
assomam graus
elevados e
frequentes,
caracterizando
distúrbios de
comportamento.
Poder. Há
pessoas que se
sentem poderosas
e acima dos
comuns dos
“mortais”, então
o seu poder não
lhes permite
limitações.
Conforme o grau
e a frequência,
também,
configuram
distúrbio de
comportamento.
Agem
irracionalmente,
geralmente sem
compaixão ou
respeito pelo
próximo.
Em uma análise
sintética das
motivações do
comportamento do
tresloucado
motorista e as
possíveis
providências
equilibradoras,
teríamos:
Urgência no
atendimento
médico. Parar o
carro, no
acostamento, e
pedir socorro às
pessoas que
estavam
trabalhando na
recuperação do
asfalto.
Impaciência.
Desenvolver
exercícios
emocionais para
o devido
controle dos
impulsos
indesejáveis e
inadequados.
Neurose. Quando
o descontrole já
atingiu esse
nível é preciso
buscar o auxílio
da Psicologia,
da Psiquiatria e
da Religião.
No
relacionamento
humano é preciso
respeitar a
sinalização,
limites, área de
preferência,
como sói
acontecer no
trânsito de
veículos.
E o maior e
eficiente
legislador e
sinalizador é o
Mestre Jesus:
“Ame o seu
próximo” –
Mateus – cap.22,
vv. 34 a 40.
“Não faça ao
outro o que você
não deseja que
se lhe seja
feito.” – Lucas,
cap. 6, v. 31.
Também o
Espiritismo
alerta para a
aprendizagem e a
prática, para
não avançarmos o
carro da nossa
vida sobre os
carros das
outras vidas.
Esses
esclarecimentos
estão contidos
em O Livro
dos Espíritos,
de Allan Kardec,
na Terceira
Parte – Lei da
Justiça, do Amor
e da Caridade:
“A justiça
consiste em cada
um respeitar os
direitos dos
demais”, questão
nº 875. “Disse o
Cristo: Queira
cada um para os
outros o que
quereria para
si. No coração
do homem
imprimiu Deus a
regra da
verdadeira
justiça, fazendo
que cada um
deseje ter
respeitados os
seus direitos.
Na incerteza de
como proceder
com o seu
semelhante, em
dada
circunstância,
trate o homem de
saber como
quereria que com
ele procedessem,
em circunstância
idêntica. Guia
mais seguro que
a própria
consciência não
lhe podia Deus
haver dado.”,
questão nº 876.
Se não devemos
abalroar os
outros carros,
as outras
pessoas, então,
não abalroemos,
igualmente, as
outras almas que
transitam pela
rua das nossas
vidas.