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Clássicos do Espiritismo
Ano 4 - N° 202 - 27 de Março de 2011
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


A Caminho da Luz

Emmanuel

(Parte 9)

Damos continuidade ao estudo do livro A Caminho da Luz, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier publicada em 1939 pela Federação Espírita Brasileira. O estudo terá por base a 15a edição.

Questões preliminares

A. Como foi escrito e que nos revela o Apocalipse?

O apóstolo João, em desdobramento espiritual, quando ainda estava encarnado, pôde ler a linguagem simbólica que deu origem ao Apocalipse. Todos os fatos posteriores à existência de João estão previstos no Apocalipse: as guerras, os tormentos futuros, as lutas ideológicas e, sobretudo, o transviamento da igreja de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos. (A Caminho da Luz, pp. 127 e 128.) 

B. Que imperador declarou o Cristianismo religião oficial do Estado e decretou formalmente a extinção dos derradeiros traços do politeísmo romano? 

Depois de Constantino e de seus filhos, que não lhe seguiram as tradições, subiu ao poder Juliano, sobrinho do imperador, que tentou restaurar os deuses antigos, em detrimento da doutrina cristã. Surgiu então, por volta do ano 381, a figura de Teodósio, que declarou o Cristianismo religião oficial do Estado e decretou formalmente a extinção dos derradeiros traços do politeísmo romano. (Obra citada, pág. 140.)

C. Que fato ocorreu em seguida à morte do imperador Teodósio?  

Com a morte de Teodósio, o mundo conhecido se reparte em dois impérios – o do Ocidente e o do Oriente – divididos entre seus filhos Honório e Arcádio. Em 476, com o assalto dos hérulos, desapareceu o império ocidental, instalando-se em 493, na Itália, o reino ostrogodo, tendo Ravena como capital. Constantinopla passou a ser, então, a sucessora legítima da grande cidade imperial. (Obra citada, pág. 149.) 

Texto para leitura 

143. Alguns anos antes de terminar o primeiro século, o Senhor chama João aos Espaços, e o Apóstolo, que ainda estava encarnado, lê a linguagem simbólica que daria origem ao Apocalipse. (P. 127)

144. Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali previstos: as guerras, os tormentos futuros, as lutas ideológicas e, sobretudo, o transviamento da igreja de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos. (P. 127)

145. Reza o Apocalipse que a besta poderia dizer grandezas e blasfêmias por 42 meses, acrescentando que o seu número era o 666. Diz Emmanuel que a referência se encaixa perfeitamente nos títulos e na história do Papado. (P. 128)

146. Como já foi dito, a vinda do Cristo ao cenáculo do mundo assinalara o período da maioria espiritual da Humanidade e o aproveitamento desse processo educativo deveria ser levado a efeito pela capital do mundo. Tais eram os desígnios do plano espiritual, inviabilizados pelas forças da Treva, aliadas às mais fortes tendências do homem terrestre. (P. 132)

147. As classes mais abastadas do Império não podiam tolerar os princípios de igualdade preconizados pelo Nazareno, considerados como postulados de covardia moral, incompatíveis com a filosofia de Roma. Eis aí a gênese das perseguições, que se iniciaram no governo de Nero. (P. 134)

148. A doutrina cristã encontrara, porém, nas perseguições os seus melhores recursos de propaganda e de expansão e pode-se observar sua influência, no segundo século, em quase todos os departamentos da atividade intelectual, com reflexos na legislação e nos costumes. (P. 135)

149. Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes surgem com sua palavra autorizada, defendendo a filosofia cristã. (P. 135)

150. Os cristãos, contudo, não tiveram de início uma visão correta do campo de trabalho que se lhes apresentava e, retirando-se para a vida monástica, povoaram os desertos, supondo que assim se redimiriam mais rapidamente para Jesus. (P. 136)

151. A ânsia de fugir das cidades populosas fazia então vibrar todos os crentes, originando os erros da idade medieval, quando o homem supunha encontrar nos conventos as antecâmaras do Céu. Só a grande montanha de Nítria chegou a possuir 30 mil anacoretas, exilados dos prazeres do mundo. (P. 136)

152. Um fato importante ocorreria mais tarde ao ser aclamado Constantino  imperador de Roma, porquanto, junto dele, o Cristianismo ascenderia à tarefa do Estado, com o edito de Milão. (N.R.: Edito significa parte de uma lei, mandato, decreto, ordem. Édito é ordem judicial publicada por anúncios ou editais.) (P. 137)

153. Apoiados no poder imperial, os bispos romanos reclamaram prerrogativas injustas sobre os seus humildes companheiros de episcopado, notando-se que o mesmo espírito de ambição e imperialismo, que debilitara o organismo do Império, dominou igualmente a igreja de Roma. (P. 138)

154. Trezentos anos lutaram os mensageiros do Cristo, procurando ampará-la no caminho do amor e da humildade, até que a deixaram enveredar pelas estradas da sombra, quando então, com o favorecimento do imperador Focas, no ano de 607, é criado por Bonifácio III o Papado. (PP. 138 e 142)

155. Os primeiros dogmas católicos saíram em 325, em decorrência do Concílio Ecumênico de Niceia, realizado com apoio de Constantino. (P. 140)

156. Findo o reinado de Constantino, aparecem os seus filhos, que não lhe seguem as tradições e, em seguida, sobe ao poder Juliano, sobrinho do imperador, que tenta restaurar os deuses antigos, em detrimento da doutrina cristã. (P. 140)

157. Surge então, por volta do ano 381, a figura de Teodósio, que declara o Cristianismo religião oficial do Estado, decretando formalmente a extinção dos derradeiros traços do politeísmo romano. Todos os povos reconhecem então a grande força moral da doutrina de Jesus, vendo-se até mesmo o imperador, em 390, ajoelhar-se humildemente aos pés de Ambrósio, bispo de Milão, a penitenciar-se das crueldades com que reprimira a revolta dos tessalonicenses. (P. 140)

158. O Cristianismo não aparecia, porém, com a mesma humildade dos tempos apostólicos. Herdando os costumes romanos e suas disposições multisseculares, a igreja de Roma modificou as tradições puramente cristãs, adaptando textos, improvisando novidades injustificáveis e organizando, finalmente, o Catolicismo sobre os escombros da doutrina deturpada. (P. 141)

159. Depois de tantos desmandos, o Império romano conheceria o seu desmembramento, o que poderia ter sido evitado, se a grande cidade dos Césares levasse a sua cultura a todos os corações, em vez de haver estacionado tantos séculos à mesa farta dos prazeres e das libações. (P. 144)

160. A queda de Roma determinou no mundo extraordinárias modificações. A desorganização geral com os movimentos revolucionários dos outros povos do globo, que embalde esperaram o socorro moral do governo dos imperadores, deu origem a um longo estacionamento nos processos evolutivos, e é aí que vamos encontrar as razões da Idade Média, conhecida como o período escuro da história da Humanidade. (PP. 144 e 145)

161. O Papado era a obra do orgulho e da iniquidade; mas Jesus não desampara os mais infelizes e os mais desgraçados e faz com que surjam, no seio mesmo da Igreja, alguns mestres do amor e da virtude. (P. 145)

162. Dentre os mestres que então surgiram na face do planeta, podemos destacar os missionários beneditinos, cujo esforço amoroso e paciente conduziu grande número de coletividades consideradas bárbaras, principalmente os germanos, para o seio generoso do Cristianismo. (P. 148)

163. Com a morte do imperador Teodósio, o mundo conhecido se reparte em dois impérios – o do Ocidente e o do Oriente – divididos entre seus dois filhos, Honório e Arcádio. Em 476, com o assalto dos hérulos, desaparece o império ocidental, instalando-se em 493, na Itália, o reino ostrogodo, tendo Ravena como capital. Constantinopla passa a ser, então, a sucessora legítima da grande cidade imperial. (P. 149) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita