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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 202 - 27 de Março de 2011

LUIS ROBERTO SCHOLL 
robertoscholl@terra.com.br
Santo Ângelo, Rio Grande do Sul (Brasil)

 

Flores para Deus


Quando gostamos ou simpatizamos com alguém, é comum o desejo de homenageá-lo ou simplesmente agradá-lo. É costume nas mais diversas culturas levar flores. É uma bela forma de dizer: gosto muito de você, parabéns pelas suas conquistas, receba o meu afeto, o admiro muito...

O sentimento íntimo da existência de Deus sempre existiu, mas o ser humano construiu ideias próprias da Divindade e, por desconhecimento ou temor, procurou agradá-Lo, homenageá-Lo ou acalmá-Lo das mais diversas formas. Na maioria das vezes isso ocorreu de maneira equivocada: oferendas, sacrifícios, riquezas, rituais, guerras, pois se tinha a ideia de que Deus era um “homem” mais perfeito e deveria gostar das mesmas coisas que o ser humano (antropomorfismo).

Ainda não podemos entender Deus, Ele é incognoscível. Tentar entendê-Lo seria como querer colocar todo o oceano em uma concha: é impossível o infinito caber no finito.

Mas sabemos de Sua existência, assim como sabemos que existimos: a criatura necessita do Criador, não há efeito (homem) sem causa (Deus).

Deus criou o Universo e os seres para que todos – e isso está em Seus desígnios – homens, plantas, animais e minerais assumissem o papel de coparticipantes em Sua obra, como que sentenciando: “Deus precisa do nosso serviço!”. 

A natureza participa, de forma intuitiva e inconsciente, servindo. O homem, dono de raciocínio e de inteligência elaborada, tem papel maior nesse processo.

Quando se diz que “a caridade salva Deus da morte”, refere-se à caridade que vem de dentro dos nossos corações. A afirmativa de que Deus precisa de nós ou do nosso serviço significa que a única maneira de conexão com o Pai é através da prática da caridade irrestrita. É a forma de manter a chama acesa, de perceber o Deus vivo dentro de nós. É como um pai que se sente feliz e realizado quando percebe atitudes de amor, caridade, benevolência entre seus filhos.

Podemos levar flores para Deus praticando atos espontâneos e premeditados de bondade, pequenos e grandes atos de carinho, sentimentos e atitudes que dignificam a existência humana, dando dessa forma demonstrações de amor a Deus através do auxílio ao próximo.

Os Espíritos Superiores, porta-vozes da Doutrina Espírita, com extrema sabedoria indicam que “fora da caridade não há salvação” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV), esclarecendo que a busca de Deus nos templos religiosos, no conhecimento filosófico e nas conquistas tecnológicas é inútil se a intenção e a finalidade maior do homem não forem a de proporcionar o maior bem possível, ao maior número possível de pessoas (mesmo que essa possibilidade se restrinja a um só indivíduo).

Oferecer flores para Deus nada mais é do que utilizar as três faculdades do ser humano  pensar, sentir e agir  promovendo a caridade e o bem-estar do próximo. Caridade essa que vai além do auxílio material: “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas”. (O Livro dos Espíritos, questão 886.)


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita