Flores
para Deus
Quando gostamos ou
simpatizamos com alguém,
é comum o desejo de
homenageá-lo ou
simplesmente agradá-lo.
É costume nas mais
diversas culturas levar
flores. É uma bela forma
de dizer: gosto muito de
você, parabéns pelas
suas conquistas, receba
o meu afeto, o admiro
muito...
O sentimento íntimo da
existência de Deus
sempre existiu, mas o
ser humano construiu ideias próprias da
Divindade e, por
desconhecimento ou
temor, procurou
agradá-Lo, homenageá-Lo
ou acalmá-Lo das mais
diversas formas. Na
maioria das vezes isso
ocorreu de maneira
equivocada: oferendas,
sacrifícios, riquezas,
rituais, guerras, pois
se tinha a ideia de que
Deus era um “homem” mais
perfeito e deveria
gostar das mesmas coisas
que o ser humano
(antropomorfismo).
Ainda não podemos
entender Deus, Ele é
incognoscível. Tentar
entendê-Lo seria como
querer colocar todo o
oceano em uma concha: é
impossível o infinito
caber no finito.
Mas sabemos de Sua
existência, assim como
sabemos que existimos: a
criatura necessita do
Criador, não há efeito
(homem) sem causa
(Deus).
Deus criou o Universo e
os seres para que todos
– e isso está em Seus
desígnios – homens,
plantas, animais e
minerais assumissem o
papel de coparticipantes
em Sua obra, como que
sentenciando: “Deus
precisa do nosso
serviço!”.
A natureza participa, de
forma intuitiva e
inconsciente, servindo.
O homem, dono de
raciocínio e de
inteligência elaborada,
tem papel maior nesse
processo.
Quando se diz que “a
caridade salva Deus da
morte”, refere-se à
caridade que vem de
dentro dos nossos
corações. A afirmativa
de que Deus precisa de
nós ou do nosso serviço
significa que a única
maneira de conexão com o
Pai é através da prática
da caridade irrestrita.
É a forma de manter a
chama acesa, de perceber
o Deus vivo dentro de
nós. É como um pai que
se sente feliz e
realizado quando percebe
atitudes de amor,
caridade, benevolência
entre seus filhos.
Podemos levar
flores para Deus praticando atos
espontâneos e
premeditados de bondade,
pequenos e grandes atos
de carinho,
sentimentos e atitudes
que dignificam a
existência humana, dando
dessa forma
demonstrações de amor a
Deus através do auxílio
ao próximo.
Os Espíritos Superiores,
porta-vozes da Doutrina
Espírita, com extrema
sabedoria indicam que
“fora da caridade não há
salvação” (O Evangelho
segundo o Espiritismo,
cap. XV), esclarecendo
que a busca de Deus nos
templos religiosos, no
conhecimento filosófico
e nas conquistas
tecnológicas é inútil se
a intenção e a
finalidade maior do
homem não forem a de
proporcionar o maior bem
possível, ao maior
número possível de
pessoas (mesmo que essa
possibilidade se
restrinja a um só
indivíduo).
Oferecer flores para
Deus nada mais é do que
utilizar as três
faculdades do ser humano –
pensar, sentir e agir
– promovendo
a caridade e o bem-estar
do próximo. Caridade
essa que vai além do
auxílio material: “benevolência
para com todos,
indulgência para as
imperfeições dos outros
e perdão das ofensas”.
(O Livro dos
Espíritos, questão 886.)