MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Ação e Reação
André Luiz
(Parte
4)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo da obra
Ação e Reação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1957 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Por que a Mansão Paz
era, com certa
frequência, atacada por
entidades infelizes?
Semelhantes invasões
tinham o objetivo de
deslocar dali a Mansão e
levar seus trabalhadores
à inércia, a fim de
senhorearem a região.
Para isso, seus
adversários valiam-se de
equipagens estranhas.
"Podemos defini-las como
canhões de bombardeio
eletrônico – informou
Druso. – As descargas
sobre nós são
cuidadosamente
estudadas, a fim de que
nos atinjam sem erro na
velocidade de
arremesso."
(Ação e Reação, cap. 3,
pp. 36 a 38.)
B. Como a Mansão Paz se
defendia desses ataques?
A cidadela era defendida
por várias barreiras de
exaustão, que
funcionavam com
eficiência. Cercava-a
uma longa muralha,
constituída por milhares
de hastes metálicas,
qual se larga série de
pararraios estivessem
ali habilmente
dispostos. "Os conflitos
aqui são incessantes –
disse Druso –; no
entanto, temos aprendido
nesta Mansão que a paz
não é conquista da
inércia, mas sim fruto
do equilíbrio entre a fé
no Poder Divino e a
confiança em nós mesmos,
no serviço pela vitória
do bem."
(Obra citada, cap. 3,
pp. 38 e 39.)
C. Quem era o Espírito
que fora trazido à
Mansão em situação
lastimável?
Era Antônio Olímpio.
Depois de ser atendido
por Druso, ele descerrou
as pálpebras e,
mostrando os olhos
esgazeados, começou a
bramir: "Socorro!
socorro!... sou culpado,
culpado!... Não posso
mais... Perdão! perdão!"
Dirigindo-se ao
Instrutor, e pensando
que ele fosse algum
juiz, exclamou: "Senhor
juiz, senhor juiz!...
até que enfim, posso
falar! Deixem-me
falar!..." Druso
afagou-lhe a cabeça
atormentada e replicou
em tom amigo: "Diga,
diga o que deseja". O
rosto do enfermo
cobriu-se de lágrimas e
ele começou a falar,
compungidamente: "Sou
Antônio Olímpio... o
criminoso!... Contarei
tudo".
(Obra citada, cap. 3,
pp. 41 e 42.)
Texto para leitura
13. A
Mansão é atacada
- Silas ia continuar,
quando estranho ruído
chamou-lhe a atenção. Um
mensageiro abeirou-se,
então, de Druso e
anunciou que, depois de
amainada a tormenta,
voltara o assalto dos
raios desintegrantes. O
dirigente determinou
fossem ligadas as
baterias de exaustão e
convidou André e Hilário
a irem com ele observar
a defensiva, instalados
na Agulha de Vigilância.
Após percorrerem
vastíssimos corredores
e largos salões, subiram
a uma torre, provida de
escadaria helicoidal,
algumas dezenas de
metros acima do grande
edifício. No topo,
André viu em pequeno
gabinete interessantes
aparelhos que lhes
permitiram contemplar a
paisagem exterior.
Assemelhavam-se a
telescópios diminutos,
que funcionavam como
lançadores de raios que
eliminavam o nevoeiro,
permitindo-lhes a exata
noção do ambiente
constrangedor que os
cercava, povoado de
criaturas agressivas e
exóticas, a fugir,
espavoridas, ante vasto
grupo de entidades que
manobravam curiosas
máquinas à guisa de
canhonetes. A
instituição estava
assediada por um
exército de irmãos
infelizes. Com
semelhante invasão –
que era ali fato comum
– os infelizes
pretendiam deslocar a
Mansão e levar seus
trabalhadores à inércia,
a fim de senhorearem a
região. Os adversários
valiam-se de equipagens
estranhas. "Podemos
defini-las como canhões
de bombardeio eletrônico
– informou Druso. – As
descargas sobre nós são
cuidadosamente
estudadas, a fim de que
nos atinjam sem erro na
velocidade de
arremesso." E se elas
alcançassem o alvo? A
esta pergunta, o
dirigente respondeu:
"Decerto provocariam
aqui fenômenos de
desintegração,
suscetíveis de
conduzir-nos à ruína
total, sem nos
referirmos às
perturbações que
estabeleceriam em nossos
irmãos doentes, ainda
incapazes de qualquer
esforço para a
emigração, porque os
raios desfechados contra
nós contêm princípios de
flagelação, que
provocam as piores
crises de pavor e
loucura". (Capítulo 3,
pp. 36 a 38)
14. A
paz não nos vem pela
inércia
- Ruído soturno vibrava
na atmosfera. Tinha-se
a impressão de que
milhares de projéteis
invisíveis cortavam o
ar, violentamente,
sibilando a reduzida
distância e acabando em
estalidos secos, a
infundir em André e
Hilário pavorosa
impressão. Druso
confortou-os: "Estejamos
tranquilos. Nossas
barreiras de exaustão
funcionam com
eficiência". Em seguida,
mostrou-lhes longa
muralha, constituída por
milhares de hastes
metálicas, cercando a
cidadela em toda a
extensão, qual se fosse
larga série de
pararraios habilmente
dispostos. Em todos os
lances do flanco
atacado, surgiam faíscas
elétricas, a fulgurarem
nos pontos de contacto,
atraídas pelas pontas a
prumo. "Os conflitos
aqui são incessantes –
disse Druso – ; no
entanto, temos aprendido
nesta Mansão que a paz
não é conquista da
inércia, mas sim fruto
do equilíbrio entre a fé
no Poder Divino e a
confiança em nós mesmos,
no serviço pela vitória
do bem." Dito isto, o
Instrutor foi atender um
doente recolhido na
noite anterior, que nada
dizia, nem dera nenhum
indício de
identificação. Estava
ele numa sala de
regulares proporções,
que primava pela
simplicidade e pelo azul
repousante. Em uma mesa
desmontável, aquele
homem disforme
estirava-se em decúbito
dorsal, respirando
apenas. O aspecto do
infeliz era repelente,
apesar dos cuidados de
que já fora objeto.
Parecia sofrer
inqualificável
hipertrofia, mostrando
braços e pernas enormes.
O aumento volumétrico do
corpo perispirítico era,
no entanto, mais
desagradável justamente
na máscara fisionômica,
em que todos os traços
se confundiam: a cabeça
do enfermo era tal qual
uma esfera estranha.
(Capítulo 3, pp. 38 e
39)
15. A
deformidade é de origem
espiritual
- O infeliz fora trazido
até a Mansão por uma de
suas expedições
socorristas. Por
enquanto, nada se sabia
a seu respeito, salvo
que deixara o círculo
carnal sob o império de
terrível obsessão, tão
terrível que não pôde
recolher o amparo
espiritual das legiões
caridosas que operam nos
túmulos. "As regiões
infernais – lembrou
Druso – estão
superlotadas do
sofrimento que nós
mesmos criamos.
Precisamos equilibrar a
coragem e a compaixão no
mesmo nível, para
atender com segurança
aos nossos compromissos
nestes lugares."
Aludindo, em seguida, à
causa da deformidade do
infeliz irmão, o
Instrutor informou a
André: "O fenômeno, todo
ele, é de natureza
espiritual. Recorda-se
você de que a dor no
veículo físico é um
acontecimento real no
encéfalo, mas puramente
imaginário no órgão que
supõe experimentá-la. A
mente, através das
células cerebrais,
registra a desarmonia
corpórea, constrangendo
a urdidura orgânica ao
serviço, por vezes
torturado e difícil, do
reajuste. Aqui, também,
o aspecto anormal, até
monstruoso, resulta dos
desequilíbrios
dominantes na mente que,
viciada por certas
impressões ou
vulcanizada pelo
sofrimento, perde
temporariamente o
governo da forma,
permitindo que os
delicados tecidos do
corpo perispirítico se
perturbem, tumultuados,
em condições anormais".
"Em tal situação –
acrescentou Druso –, a
alma pode cair sob o
cativeiro de
Inteligências perversas
e daí procedem as
ocorrências deploráveis
pelas quais se despenha
em transitória
animalização por efeito
hipnótico." O Instrutor
inclinou-se, então,
sobre o enfermo, com a
ternura de alguém que
auscultasse um irmão
muito amado, propondo:
"Procuremos ouvi-lo".
Incapaz de conter o
assombro que o
empolgava, André
perguntou se ele dormia.
Druso fez um gesto
afirmativo, esclarecendo
que o irmão se
encontrava sob terrível
hipnose. "Inegavelmente
– aduziu o dirigente –,
foi conduzido a essa
posição por adversários
temíveis, que, decerto,
para torturá-lo,
fixaram-lhe a mente em
alguma penosa
recordação." Qual seria
a causa daquele
martírio? Druso
explicou que, excetuados
os sacrifícios
escolhidos pelas grandes
almas, "não se ergue o
espinheiro do sofrimento
sem as raízes da culpa".
"Para atingir a
miserabilidade em que se
encontra, nosso irmão
terá acumulado débitos
sobremaneira
escabrosos." (Capítulo
3, pp. 39 a 41)
16. A
entidade começa a falar
- Druso passou, ato
contínuo, a atuar
diretamente sobre o
enfermo, explicando:
"Desintegremos as
forças magnéticas que
lhe constringem os
centros vitais e
ajudemo-lhe a memória,
para que se liberte e
fale". André e Hilário
estabeleceram, então,
uma corrente de oração,
que colaborou para
fortalecer o Instrutor,
que passou, assim, a
operar magneticamente,
aplicando passes
dispersivos no
companheiro em
prostração. Decorridos
alguns minutos, Druso
pousou a destra sobre a
cabeça disforme, como se
lhe chamasse a memória
ao necessário
despertamento e, logo em
seguida, o desventurado
começou a gemer,
revelando o pavor de
quem suspira por
desvencilhar-se de um
pesadelo. O Instrutor
interrompeu, porém, a
operação, deixando o
enfermo naquele estado,
o que levou Hilário a
indagar, aflito: "Deverá
permanecer, então,
assim, à beira da
vigília, sem
reapossar-se de si
mesmo?" Druso respondeu:
"Não lhe convém o
imediato retorno à
realidade. Poderia
sofrer deplorável crise
de loucura, com graves
consequências.
Conversará conosco,
assim qual se vê, com a
mente enovelada à ideia
fixa que lhe encarcera
os pensamentos no mesmo
círculo vicioso, a fim
de que lhe venhamos a
conhecer o problema
crucial, sem qualquer
distorção". A palavra do
dirigente denotava
grande experiência na
psicologia dos Espíritos
vitimados nas trevas.
Druso fez nova
intervenção sobre a
glote. O infeliz
descerrou as pálpebras
e, mostrando os olhos
esgazeados, começou a
bramir: "Socorro!
socorro!... sou culpado,
culpado!... Não posso
mais... Perdão! perdão!"
Dirigindo-se ao
Instrutor, e pensando
que ele fosse algum
juiz, exclamou: "Senhor
juiz, senhor juiz!...
até que enfim, posso
falar! Deixem-me
falar!..." Druso
afagou-lhe a cabeça
atormentada e replicou
em tom amigo: "Diga,
diga o que deseja". O
rosto do enfermo
cobriu-se de lágrimas e
ele começou a falar,
compungidamente: "Sou
Antônio Olímpio... o
criminoso!... Contarei
tudo". (Capítulo 3, pp.
41 e 42)
(Continua no próximo
número.)