Em que consiste, afinal, o
chamado método kardequiano?
Este assunto veio à tona na
semana passada numa resposta
dada pela revista a uma
leitora de Toronto, Canadá.
Lembrou-se na ocasião que o
Espiritismo, embora tenha a
sua feição religiosa e seja
igualmente uma doutrina
filosófica, jamais pode
perder suas características
de ciência de observação,
que ele é, a qual não admite
como ponto doutrinário senão
o que tenha passado pelo
crivo a que Kardec submeteu
os ensinos que, no seu
conjunto, conhecemos pelo
nome de doutrina espírita.
Se o Codificador não tivesse
o cuidado que teve em sua
tarefa de codificação dos
ensinamentos espíritas,
certamente o Espiritismo não
existiria, uma vez que, de
1857 até esta data, a
Ciência experimentou um
avanço vertiginoso e, no
entanto, nada abalou os
princípios, os fundamentos,
a estrutura da doutrina que
abraçamos.
Não nos esqueçamos de que
Kardec viveu numa época em
que não havia máquina de
escrever, nem rádio, nem
automóvel, nem televisão. Os
estudos de Einstein, a
mecânica quântica e tudo o
que diz respeito à
eletrônica lhe são
posteriores.
Herculano Pires sintetizou
em 4 pontos o método que o
Codificador adotou na tarefa
a que se propôs:
1º - Escolha de
colaboradores mediúnicos
insuspeitos, do ponto de
vista moral, da pureza das
faculdades e da assistência
espiritual.
2º - Análise rigorosa
das comunicações.
3º - Controle dos
Espíritos comunicantes,
através da coerência de suas
comunicações e do teor de
sua linguagem.
4º - Consenso
universal, apurado pela
concordância existente entre
as várias comunicações,
recebidas por meio de
médiuns diversos situados em
diferentes lugares.
O Codificador repassava as
respostas obtidas
anteriormente ao crivo de
outros Espíritos, valendo-se
de médiuns diferentes. Assim
é que ele trabalhou com as
srtas. Caroline e Julie
Baudin, Japhet, Aline,
Ermance Dufaux e muitos
outros cujos nomes o leitor
pode encontrar com
facilidade nos volumes que
integram a coleção da
Revista Espírita.
Escreveu ele, em O Livro
dos Médiuns, que "não
existe uma comunicação má
que possa resistir a uma
crítica rigorosa" (L.M.,
cap. 24, item 266). E, na
mesma obra, consignou a
célebre orientação assinada
por Erasto: “Mais vale
repelir dez verdades do que
admitir uma única mentira,
uma única teoria falsa”
(obra citada, cap. 20, item
230).
É por causa desses cuidados
que Herculano escreveu em
seu livro A Pedra e o
Joio, obra publicada em
1975: “O toque é a forma
mais comum de verificação da
verdade. Usa-se o toque na
Medicina, na Agricultura, na
Joalheria — onde é tão
conhecida a função da pedra
de toque — e praticamente em
todas as atividades humanas.
Foi pelo toque dos dedos nas
chagas que Tomé reconheceu a
legitimidade da aparição de
Jesus ressuscitado. No
Espiritismo a pedra de toque
é a obra de Kardec. Mas por
que essa obra e não outra? É
bom que se deixe bem
esclarecido esse porquê,
pois há multas pessoas que
não entendem a razão disso e
acham que se dá preferência
a Kardec por motivos
emocionais e até por
fanatismo”.
A justificativa do que diz
Herculano é esmiuçada em
profundidade e com clareza
no texto de abertura do seu
livro, acima mencionado, que
deveria ser lido e meditado
por todos aqueles que se
aventuram no campo
literário, sobretudo os que
se melindram quando a
crítica aponta esse ou
aquele deslize nas obras que
publicam.
A Pedra e o Joio, de
Herculano Pires, integra a
Biblioteca virtual de nosso
site. Para lê-la, e
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